A aluna do Programa de Pós-graduação em Educação da UFJF (PPGE), Mariana Palace Cardoso, defendeu nessa sexta-feira, 3 de junho, o trabalho “O programa mineiro “‘Acelerar Para Vencer”’(PAV): a formação docente e discente no contexto de reforma estatal em Minas Gerais”.

Tendo como foco o programa de aceleração da educação – instituído em 2008, pela Secretaria de Estado da Educação de Minas Gerais -, o trabalho de Mariana avaliou documentos e índices produzidos pelo programa, em especial os relacionados a formação e capacitação dos professores. Entre as críticas resultantes dessa análise, ela destaca a superficialidade dessa formação, constituída basicamente por manuais de procedimento fornecidos pelo Estado.

Conforme Mariana, o currículo escolar proposto desvincula as atividades práticas da teoria. Além disso, é reduzido e descontextualizado, focado em capacitar os alunos para habilidades exigidas pelo mercado. Em contrapartida, as avaliações em larga escala, realizadas sobre as escolas, seriam centralizadoras e com uma perspectiva de desempenho empresarial, responsabilizando os professores por problemas estruturais e históricos da educação.

“O que vemos são problemas pontuais e históricos recebendo soluções técnicas, sem contextualização. Se programas como esse devem ser implementados, ao menos deve haver uma melhor formação dos professores para lidar com essas lacunas da educação”, pontuou.

A Banca Examinadora — composta pelas professoras Daniela Motta de Oliveira, do João XXIII e da UFJF; Renata Maldonado da Silva, da UENF; e pelo professor Rubens Luiz Rodrigues, da UFJF, que também orientou o trabalho – elogiou o domínio de Mariana sobre o tema, ressaltando sua relevância num cenário em que a educação brasileira é avaliada por estatísticas que desconsideram problemas estruturais e mascaram desigualdades sociais.