Oficina do 1º Encontro de Práticas em Ciências e Matemática nos Anos Iniciais Foto Twin Alvarenga

Alunas de graduação e pós-graduação do curso de Química da UFJF ensinaram como construir uma composteira, com o reaproveitamento de materiais descartáveis (Foto: Twin Alvarenga)

As oficinas do 1º Encontro de Práticas em Ciências e Matemática nos Anos Iniciais (Cimai) começaram nesta sexta-feira, à noite, na Faculdade de Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Nestes encontros, são mostradas novas abordagens das matérias trabalhadas no ensino fundamental, utilizando recursos lúdicos, que permitam os alunos aplicarem, na prática, o que é aprendido em sala de aula.

Segundo um dos integrantes da comissão organizadora do evento, Hugo Lagrimante Ferreira, as oficinas práticas atendem a uma demanda dos docentes  participantes: “Os professores gostam bastante quando as oficinas não são apenas teóricas. Todas as palestras de hoje (sexta-feira) têm uma parte prática, que os ouvintes poderão desenvolver em sala de aula, de acordo com o conteúdo que  estiverem trabalhando com os alunos. Isso ajuda os professores a pensarem em abordagens diferentes, saindo da lousa e do giz.”

Entre os sete trabalhos apresentados, destaque para a oficina Plantando Ciência: potencialidades da compostagem na escola, ministrada pelas alunas de graduação e pós-graduação do curso de Química da Universidade, Priscila Lúcia Cerqueira, Isabela Cristo Gatti e Tatiane Barcelos. Elas mostraram como construíram uma composteira, reaproveitando  materiais descartáveis e propuseram a utilização dessa atividade como auxílio para o ensino do conteúdo de ciências.

Conforme as estudantes, o tema é muito amplo: ajuda a socializar; ensina sobre reaproveitamento; motiva uma alimentação melhor; fala sobre impactos ambientais; e qualidade de vida. Além de ser uma atividade que pode ser utilizada por professores de vários conteúdos, dentro e fora da sala de aula, porque engloba diversas matérias, das ciências químicas e biológicas até a matemática, além de ser divertida para os alunos.

Outra palestrante da noite foi a professora do ensino fundamental e coordenadora pedagógica da rede municipal de Juiz de Fora, Tatiana Machado, que mostrou o trabalho com produção de curtas-metragens de animação com seus alunos, baseadas nos conteúdos da disciplina, na oficina Curtas de Animação em Sala de Aula: possibilidades de trabalho.

“Animação é uma linguagem muito familiar para os alunos, então contribui para a ‘compreensão da disciplina, porque eles entendem o propósito do trabalho. Além disso, dividindo a sala em grupos, cada um focado em uma função na produção do curta, é possível desenvolver o trabalho coletivo e a cooperação entre eles.”, ressaltou Tatiana.

Educação financeira

Já o professor do Instituto de Ciências Exatas  (ICE) da UFJF, Amarildo da Silva, e a docente da rede municipal e pós-graduanda em Educação Financeira Escolar-UFJF, Dailiane Cabral, apresentaram a oficina A Educação Financeira nos Anos Iniciais, propondo a possibilidade de trabalhar esse tema desde o ensino fundamental.

“A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, uma entidade internacional da qual o Brasil é participante convidado, propôs, em 2003, a inserção desse conteúdo nas escolas. Desde então, diversos países tem atuado nesse sentido. Nós, aqui na Universidade, estamos trabalhando em um grupo que já está levando essa pesquisa para a sala de aula. Nessa primeira etapa, levantando o que os alunos sabem sobre educação financeira”, afirmou Silva.

Para os professores participantes, o evento é uma oportunidade de compartilhar experiências e se atualizar nas novas abordagens. Como a professora da rede pública de Olaria, Suélen Machado, que veio buscando mais conhecimentos para inovar o ensino público. “Espero aplicar o que aprender aqui, levando uma abordagem mais lúdica e acessível dos conteúdos de matemática e ciências para as crianças”.

A professora da rede pública de Juiz de Fora, Sabrina Munck já teve experiências com abordagens mais lúdicas dessas matérias e comprovou os resultados positivos  na aprendizagem dos alunos: “Comparando o conhecimento prático dos alunos com os conhecimentos científicos, você permite a eles construírem uma nova ponte para o saber, reconstruírem a sua visão de mundo. Eu aprendi coisas novas no evento”.

Após a conclusão das oficinas, foram realizadas mesas de conversa, onde os professores inscritos apresentaram suas experiências em sala de aula e debateram  as abordagens propostas.

“O Encontro é um espaço para troca de experiências, para compartilhar e refletir o que é feito em sala de aula, aproximando, também, a prática dos professores com as abordagens pensadas na Universidade.”, concluiu Hugo Ferreira.

Confira a programação de sábado