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Inauguração ocorre em 5 de maio. Na imagem, a obra Fuscas e Casario Carioca (Foto: Reprodução)

Desde seus primórdios, a arte é capaz de unir povos e culturas e provocar identificações intensas. Com uma proposta que explora as contradições desta ideia, a exposição Extremos, de Ramón Brandão e Vianno Rheim, chega ao Espaço Reitoria na próxima quinta-feira, 5, para demonstrar que nem sempre a identificação é o fator determinante na apreciação da produção artística. A mostra tem como objetivo o diálogo entre dois artistas de gerações, propostas e biografias diferentes, mas que comungam de similaridades em seus trabalhos. A visitação segue até 2 de junho, de segunda a sábado, das 8h às 20h, no Espaço Reitoria (Campus da UFJF).

Artista consagrado no cenário juiz-forano, Ramón Brandão dedica sua pintura a questões como patrimônio e memória, com destaque para a arquitetura do passado da cidade. Ramón é autor de Arquitetura Neocolonial – Arquitetura da Felicidade, sobre construções brasileiras que trazem elementos da arquitetura espanhola e portuguesa. Desde 1994 o artista realiza uma pesquisa para suas obras sobre automóveis, que já resultou na célebre série Modernos Dinossauros.  “Eu pego a referência do automóvel e a uso enquanto está despida dos valores convencionais, como status e meio de transporte”, destaca Ramón, que já expôs em galerias no Rio de Janeiro, Buenos Aires (Argentina) e Miami (EUA).

Vencedor do prêmio do 2º Salão de Humor de Juiz de Fora, Vianno Rheim tem como principal abordagem a pintura de imagens de personalidades da cultura internacional, como os músicos Ray Charles, Chet Baker e Bob Marley. “Eu uso o referencial artístico do estrelato e trabalho reforçando isso através de recursos gráficos. Uso da reverência e da irreverência, tocando um pouco no humor para criar minhas obras. Não tento criar caricaturas, tampouco retratos, mas sim uma releitura a partir da minha concepção”.

A ideia de se unirem para a realização da exposição surgiu de um encontro numa galeria. “Eu já fui professor do Vianno, e essa relação também foi importante para a nossa união nesse projeto”, observa Ramón. O resultado desse diálogo é a primeira exposição selecionada pela Pró-reitoria de Cultura através de edital público para ocupação do Espaço Reitoria em 2016. Na mostra, cada um dos artistas apresenta dez telas.

De acordo com o texto de apresentação de Extremos, o diálogo entre os dois artistas se dá não só pela pintura figurativa sobre tela, mas também pela temática das “ruínas da civilização moderna, representadas tanto pela melancolia dos ferros velhos quanto pela nostalgia de retratos não fotográficos, quase expressionistas – ambos evocando histórias passadas, mundos perdidos, a irreversibilidade do tempo”. 

Outras informações:  (32) 2102-3964 (Pró-reitoria de Cultura)