Intenção é discutir a campanha nas unidades, para que os cartazes cheguem a todos os banheiros do campus (Foto: Caique Cahon)

Intenção é discutir a campanha nas unidades, sensibilizando a comunidade, para que os cartazes cheguem a todos os banheiros do campus (Foto: Caique Cahon)

Como parte das atividades e ações que integram a campanha Libera meu xixi  – voltada ao combate à transfobia em espaços públicos -, a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) realiza, nesta quinta-feira, 25, uma roda de conversa para discutir o tema. O evento ocorre às 19h, no anfiteatro da Faculdade de Direito e será aberto ao público, com entrega de certificado aos participantes pela Diretoria de Ações Afirmativas.

A frase “Aqui você é livre para usar o banheiro correspondente ao gênero com que se identifica” começou a ser estampada nos banheiros da Reitoria da UFJF em 25 de novembro de 2015 devido às demandas de movimentos sociais e estudantis acolhidas pelo vice-reitor em exercício da Reitoria, Marcos Chein. Agora, segundo a professora Carolina dos Santos Bezerra, diretora de Ações Afirmativas da UFJF, a ideia é levar a discussão para as unidades, esclarecendo e sensibilizando cada uma delas em relação ao tema para dar continuidade à campanha e fazer com que os cartazes possam chegar até os banheiros de todo o campus.

O encontro contará com a aluna Luísa Ladeira, representante do movimento “Ocupa UFJF”; a transgênera Bruna Leonardo para falar sobre suas experiências na sociedade; o professor da Faculdade de Educação, especialista no tema, Roney Polato; e Carolina Bezerra, representante da instituição responsável pela ação. Além de promover esclarecimento e discussão, o evento pode “apontar caminhos para que a comunidade acadêmica se sensibilize e deixe de ter posturas transfóbicas e preconceituosas”, diz a diretora.

Outras propostas também pretendem dar prosseguimento à campanha. Dentre elas, a preparação de material didático e pedagógico para esclarecer o que são as relações de gênero e sexualidade e vídeos institucionais e instrucionais de sensibilização da comunidade acadêmica em relação ao assunto. Segundo Carolina, esses materiais de auxílio serão elaborados por uma equipe formada por pesquisadores, diretorias e movimentos coletivos que trabalham com o tema.

Quando implantada na UFJF, a campanha “Libera meu xixi” gerou grande repercussão e dividiu opiniões da comunidade e de órgãos públicos. Em artigo publicado na Tribuna de Minas sobre polêmica em torno da campanha, a diretora afirma que “as políticas de ação afirmativa visam garantir direitos fundamentais a grupos aos quais esses direitos são negados […]. Uma das estratégias metodológicas de elaboração de políticas públicas e institucionais é o da prevenção e sensibilização da população com relação a grupos que sofrem violência, preconceito e discriminação, buscando minimizar e diminuir a violência e intolerância contra eles.”

A UFJF recebeu uma nota de aplauso emitida pela Coordenadoria Especial de Políticas de Diversidade Sexual, da Secretaria de Estado de Direitos Humanos do Governo de Minas por considerar valores democráticos e, por outro lado, uma moção de repúdio por parte dos vereadores de Juiz de Fora. A campanha, já em prática na Universidade de Brasília, também despertou o interesse das federais da Bahia e a do Espírito Santo, que entraram em contato com a UFJF para promoverem o combate à transfobia nos seus campi.