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O Prédio

 A restauração do prédio da Fábrica de Aparelhos da Escola de EngenhariaPREDIO DCE velho

 Por Paulo de Melo Noronha Filho

¹Na busca de soluções para os graves problemas de saúde pública, que assolavam Juiz de Fora, a Câmara Municipal adquiriu um terreno na esquina das ruas Quinze de Novembro (atual Av. Getúlio Vargas) e Floriano Peixoto para erguer, em 1894, um prédio destinado a Diretoria e Inspetoria de Hygiene, para se responsabilizar pelos problemas sanitários da cidade. Os serviços realizados pela Diretoria de Hygiene foram considerados secundários e sem grande impacto na saúde pública do município, sendo, executados prioritariamente, a fiscalização da coleta de lixo e verificação dos ambientes de trabalho. Neste período, Havia por parte da população, restrições quanto à competência e a eficácia da Diretoria relacionada à solução efetiva de problemas de saneamento e saúde pública.

A partir de 190VISTA INTERNA FRONTAL DO PRÉDIO7, a Diretoria de Hygiene passou a compartilhar o prédio com o “Tiro Brasileiro Afonso Pena”, instituição militar que permaneceu nestas dependências até 1917. Em relação à saída definitiva da Diretoria de Hygiene da sua sede, não se tem informações precisas. Provavelmente, esta mudança poderia ter ocorrido antes de 1921, já que quando é solicitada a cessão deste imóvel para a Escola de Engenharia o Prof. José da Rocha Lagoa justifica, em 1931, para o Prefeito Municipal “que este prédio está há mais de dez anos fechado”.

Documentos constantes do arquivo de ciência e tecnologia do museu e de arquivos públicos da Prefeitura Municipal de Juiz de Fora, podemos verificar que nas reformas, não foram levados em consiDSC07876deração às modificações ocorridas principalmente nas obras executadas em 1943 e 1953 realizadas pela Escola de Engenharia. Foram, justamente, estas alterações em parte do conjunto arquitetônico original realizado pela Escola, que passaram a possuir significação histórica e principalmente científica para o prédio.

A modificação arquitetônica, realizada no período de ocupação do imóvel pela Escola com as sucessivas intervenções, tornou-se um dos fatores determinantes no processo de implantação da Fábrica de Aparelhos. Neste sentido, o que de fato caracterizava as intervenções existentes e que possibilitava uma compreensão histórica de uma “fábrica” de equipamentos científicos foi parcialmente desconsiderado, já que se privilegiou a preservação da volumetria original. As alterações executadas ao longo das décadas de 40 e 50 em alguns dos seus aspectos mais relevantes foram parcialmente desconsideradas, especialmente os espaços onde funcionavam as oficinas da Fábrica de Aparelhos.

No projeto executadDSC07570o foram preservadas e recuperadas a fachada frontal e lateral, o prédio principal com sua volumetria original e quase a totalidade de suas características internasDSC00231. Foi construído um anexo onde anteriormente era ocupado por parte da Fabrica de Aparelhos Do anexo original preservou-se somente a fachada lateral externa. Internamente, este espaço passou por alterações significativas sendo construído um segundo andar.

Na parte interna do prédio principal foram preservadas as modificações realizadas pela Escola de Engenharia, onde foram erguidas paredes para separação dos diferentes laboratórios, o que verificamos pela marcas no piso. Algumas das paredes construídas no período de ocupação pela Escola de Engenharia foram posteriormente desmanchadas pelo DCE durante a sua permanência no prédio, algumas portas e janelas foram vedadas, sendo necessária a realização de obras para o retorno às suas características originais.

Nota:
1 – Texto retirado do trabalho intitulado “A restauração arquitetônica do prédio da antiga fábrica de aparelhos da Escola de Engenharia de Juiz de Fora e sua adaptação para o Museu Dinâmico de Ciência e Tecnologia da Universidade Federal de Juiz de Fora”, disponível em: <http://site.mast.br/hotsite_anais_ivspct_2/pdf_01/11%20%2014%20CONGRESSO%20MAST–revisado.pdf>.