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Exposição – PEDRA PEDRA PEDRA

PEDRA PEDRA PEDRA
Por Rodrigo Munhoz aka Amor Experimental
Em cartaz na Galeria Guaçui, de 05/09 a 30/09/2024

A fotógrafa e ativista norte americana, Nan Goldin, declarou numa entrevista para o Louisiana Channel: “A coisa mais importante é estar na frente de outra pessoa e sentir empatia por ela” e é com base nessa assertiva que a exibição “Pedra Pedra Pedra” se estabelece. Trata-se de colocar a audiência diante de pinturas que apontam para pessoas que desconhecemos, mas que se encontram de modo centrífugo e disponível pelo mundo. São pessoas estranhas que podem ter habitado o que somos ou ainda que tenham se avizinhado em torno de nossa morada em algum momento de distração de nossas respectivas vidas. As obras aqui destacadas carregam um desejo inexorável e genuíno pelo encontro em qualquer época da existência, de maneira que conceitualmente tendem a ocupar-se pela extemporaneidade, como um apanhado de fenômenos que poderiam apontar para muitos tempos e espaços, feito um “jokenpô” que deu errado ao ceder lugar para um único elemento, de maneira que não há uma outra forma de brincar que não seja pela pedra.
A pedra em questão é o que sobra do que se construiu sobre as muitas mortes da pintura, sobre as mortes das pessoas e de tudo aquilo que tem estofado os escombros. Falar sobre a pedra, é como falar de outras coisas ao esbarrar ou tentar evitar o contato integral com o que se deveria lidar. Sendo assim, a pedra aqui descrita é também aquela que desviamos para capturar as sutilezas de quem pretende exercitar algo que se aproxime em relação, como um campo de cumplicidade. A pedra é um elemento primevo na pintura, por ter acolhido as secreções do corpo próprio ou alheio há cerca de 40.000 a.c. A pedra foi a superfície que se associou ao corpo para produzir algumas noções perceptivas sobre si e
sobre os “outros”, bem como seus consequentes modos de atuação. A pedra é um marcador de tempo que revela a destruição/ruína como também a prospecção daquilo que se inclina para a construção. Fato é que tanto a pedra como a pintura foram determinantes para a edificação de um imaginário sobre aquilo que promove uma cobertura. A pintura permanece como as pedras… como uma cobertura do mundo, como as massas que compõem nossos corpos e todo o nosso entorno ou contorno em desenho.

Sobre o artista:

RODRIGO MUNHOZ “aka” AMOR EXPERIMENTAL | São Paulo, 1977

Trata-se de um “artista-etc”, graduado em fotografia e com uma poética atravessada pela performance, artes visuais, cênicas, sonoras, audiovisual, novas tecnologias e afins. Trabalhou ao longo de duas décadas em projetos de arte/educação localizados na esfera municipal, estadual e federal: Ponto de Cultura, Bolsa Cultura (Unesco), PIÁ (Programa de Iniciação Artística), Programa Vocacional, Oficina Cultural Oswald de Andrade, Atelier SP de cara nova (CDHU/Giral – viveiro de projetos), Instituto Religare (Fundação Casa). Coordenou projetos na esfera municipal/estadual, foi contemplado nos últimos anos por editais do ProAC, com destaque para o prêmio por histórico de realização em artes visuais e prestou consultoria para artistas e instituições como o Instituto Arte na Escola; foi co-fundador da plataforma La Plataformance, premiada pelo ProAC, bem como pelo National Performance Network USA Creative Exchange Awards. Integra o núcleo VRAAA e dedica-se atualmente a uma série de pesquisas orientadas pelas artes corporais em consonância com a edição de publicações em contexto multimídia. Sua obra integra o acervo do MAC USP e tem recebido a atenção de publicações situadas em âmbito acadêmico. Seus trabalhos tem transitado

pelos mais diversos circuitos de arte, entre os quais cabe destacar: Promptus – Ex Teresa Arte Actual / México, Transart Kassak Centre for Intermedia Creativity / Hungria, Performance Box – Pohoda Festival / Eslováquia, Memorial do desenho – Museu de Arte

Contemporânea de São Paulo; 35°panorama da arte brasileira / MAM SP; SESC Performance em encontro, Performapa, Convergência, Mostra Sesc de Culturas do Cariri; Performa paço Paço das Artes -SP; Hélice – La Multinacional/Equador; Ubicidades – USP; Festival Materiais Diversos de Artes Performativas / Portugal.