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Divulgação – Pesquisa explora o uso de documentários como material didático

Pesquisa explora o uso de documentários como material didático

 

Por Mariana Gonçalves Garcia Machado 

mariana.goncalves@estudante.ufjf.br

Aluna do curso de Letras da UFJF

 

Com a ascensão das tecnologias e o surgimento de diversa práticas de linguagem em meio digital, as escolas passaram a pensar em novas formas de ensino. Antes mesmo do isolamento social derivado da pandemia do Covid-19, e com adoção do ensino remoto em todo o país, pesquisadores já buscavam auxiliar professores realizando pesquisas aplicadas na educação básica que relacionassem Estudos de Linguagem e Tecnologias. Em uma delas, desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal de Pernambuco, as autoras Beth Marcuschi e Cristiana Teixeira Vieira de Melo estudaram o gênero documentário como material didático para o ensino de Língua Portuguesa. Além disso, traçaram possíveis métodos de utilização desse gênero para o desenvolvimento do pensamento crítico dos alunos do Ensino Fundamental e Médio.

Intitulado “O documentário e suas interfaces no espaço escolar: material didático e objeto de ensino-aprendizagem de língua portuguesa”, publicado na Revista Calidoscópio, da Universidade do Vale do Rio do Sinos, o artigo é voltado para professores de língua materna. No entanto, possui uma linguagem de fácil acesso e fornece, logo nas primeiras seções, definições básicas sobre material didático e gênero textual, o que facilita a leitura por profissionais de outras áreas. As pesquisadoras exploram as características do documentário em uma seção específica. “O professor tem no documentário um excelente auxiliar para a prática pedagógica, seja como material didático, seja como objeto de ensino-aprendizagem. Enquanto material didático, o documentário pode contribuir para uma contextualização mais efetiva do trabalho pedagógico em língua materna, ou seja, ele favorece a aproximação de objetos de ensino (múltiplos letramentos, argumentação, autoria, por exemplo) a suas práticas sociais de referência.”, afirmas as professoras.

Além de descrever características do gênero, Beth Marcuschi e Cristina Melo trazem um apanhado sobre o documentário “Uma verdade inconveniente”, obra de 2006 dirigida por Davis Guggenhein. Elas analisam seu conteúdo fazendo alusão aos elementos paralinguísticos existentes e ao caráter argumentativo que o gênero assume. Afirmam, ainda, que apesar de o documentário estar embasado no discurso científico e em evidências históricas, “ele incorpora várias estratégias ficcionalizantes”, afirmam. Isso gera possibilidades de trabalho com temas transversais e propicia a construção de objetos de ensino-aprendizagem particulares da Língua Portuguesa. Já nas seções finais, as docentes esboçam maneiras de trabalhar esse gênero em sala de aula, com sugestões de atividades, por exemplo mostrando um exercício de transcrição de trechos verbais e não-verbais para os alunos analisarem.

A pesquisa de Beth Marcuschi e Cristina Melo traz possibilidades de transformações na instituição escolar. O uso do gênero documentário como material didático cria um ambiente mais atrativo para os jovens estudantes. Além disso, incentiva a exploração das tecnologias de informação e das linguagens que compõem as práticas de leitura e escrita em ambiente digital. O estudo da Língua Portuguesa com base nessas obras pode contribuir com a formação de alunos mais críticos, que sejam capazes de interpretar as diversas linguagens que compõem os textos contemporâneos. Em tempos de ensino remoto, vale a pena acessar o trabalho e implementar as ideias em suas aulas.

 

Link para acessar o artigo completo

http://revistas.unisinos.br/index.php/calidoscopio/article/view/cld.2015.131.05/4635