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Divulgação – Estudo investiga domínio da Língua Portuguesa de alunos a partir da prática de transformação de textos

Estudo investiga domínio da Língua Portuguesa de alunos a partir da prática de transformação de textos

Por Luiza Pacheco de Carvalho e Marcella Campos e Souza

luizap2001@gmail.com; marcella.souza@estudante.ufjf.br

Alunas do curso de Letras da UFJF

 

Como fazer para que os alunos dominem a norma culta na escola? Os resultados de uma pesquisa, publicada na revista Letras & Letras, da Universidade Federal de Uberlândia, mostram alguns caminhos para que os docentes alcancem esse objetivo. O artigo “A retextualização como prática de produção de textos no Ensino Fundamental: os resultados de uma experiência”, publicado em 2017, trazem o trabalho feito pelos pesquisadores José Calais Cerqueira Neto e Adelino Pereira dos Santos, que investigaram a prática de produção textos utilizando, como ferramenta, um processo denominado “retextualização”, que é basicamente a transformação de um texto em outro utilizando algumas operações. No caso da pesquisa em questão, a retextualização foi feita de textos orais para escritos e vice-versa.  

Os professores desenvolveram a investigação para verificar a eficiência da retextualização como estratégia de ampliação das habilidades necessárias para a compreensão e produção de textos orais e escritos.  Para isso, José Neto e Adelino dos Santos fizeram um estudo com uma turma do 9º ano do Ensino Fundamental, de uma escola pública do interior da Bahia, e analisaram os textos produzidos por 33 alunos, a fim de verificar se as operações de retextualização foram utilizadas. Durante o trabalho, os estudantes consumiram conteúdos sobre o tema “violência urbana”, para produzir roteiros de entrevistas. Posteriormente, com as respostas dos entrevistados em mãos, eles fizeram a transformação dos textos, que resultou nas retextualizações propostas pelo professor.

Os pesquisadores puderam observar o grau de consciência linguística dos estudantes e o domínio das relações entre texto oral e escrito. Em uma parte do grupo, foi possível perceber um desempenho insatisfatório, com pouco domínio das operações necessárias para o exercício de transformação de um texto em outro. Contudo, a maior parte do grupo teve o desempenho esperado ou excedeu as expectativas dos pesquisadores, pois supunha-se que os alunos iriam realizar somente as operações básicas. Porém, mesmo excedendo as expectativas, ainda havia marcas de oralidade nos textos escritos, o que indicou um desempenho mediano por parte da turma.

José Calais Neto e Adelino dos Santos afirmam, com esses resultados, que há um distanciamento entre as práticas pedagógicas e os avanços teóricos em relação ao ensino de línguas. Com isso, as experiências de ensino, como esta desenvolvida na pesquisa, exemplificam como novas descobertas científicas no campo dos estudos de linguagem, produzidas na academia, podem ser transformadas em práticas de sala de aula na escola básica. Os resultados são relevantes por demonstrar que, a partir da transformação de textos, pode-se alcançar o amadurecimento linguístico dos alunos, que é um processo bastante complexo.

 

Leia a pesquisa na íntegra: http://www.seer.ufu.br/index.php/letraseletras/article/view/36832/21188