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Divulgação – Pesquisa analisa gêneros orais em livros didáticos

 

Pesquisa analisa gêneros orais em livros didáticos

 

Ana Clara Vizeu Lopes

Aluna do curso de Letras da UFJF

clara.vizeu@estudante.ufjf.br

 

Como os livros didáticos trazem atividades para que os alunos aprendam a falar em público? A escola ensina os gêneros orais a os estudantes? O resultado de uma pesquisa publicada na revista Caderno de Estudos Linguísticos, em 2020, da Universidade Estadual de Campinas, mostrou a forma como os gêneros orais são trabalhados no Ensino Fundamental. As pesquisadoras Letícia Jovelina Storto e Beth Brait realizaram um diagnóstico apontando as lacunas existentes no ensino da oralidade a partir da análise de um conjunto de livros didáticos para o Ensino Fundamental, já utilizados em sala de aula de instituições públicas de ensino do norte-paranaenses.

A pesquisa foi motivada pela percepção das pesquisadoras sobre os lapsos no ensino dos gêneros orais. Para realizá-la, Letícia Storto e Beth Brait optaram pela metodologia documental, focada no exame de documentos da educação e na análise meticulosa de uma coletânea de quatro livros didáticos. Tanto o conteúdo das unidades e capítulos quanto o manual do professor foram foi extensivamente explorados, com utilização de excertos específicos para a construção da pesquisa.

Com a análise do material, ficou evidente que a abordagem da oralidade é limitada a poucas informações sobre os gêneros na coleção. Segundo as autoras, os livros deixam a desejar no tratamento da oralidade, já que as propostas enfocam a temática e não nos aspectos do gênero em si.  Por conta disso, acabam não trazendo discussões a respeito do público, por exemplo, como ocorre com o seminário, essencial na vida acadêmica dos alunos. No estudo, as autoras ressaltam que é compreensível a dificuldade em reunir muitas informações em um espaço restrito, como os livros didáticos. Entretanto, afirmam que é necessário um pouco mais de pesquisas para complementar informações essenciais, que ajudariam muito no desenvolvimento dos alunos. Ambas reconhecem também a evolução significativa, ao longo dos anos, em relação à oralidade em materiais didáticos.

Para Letícia Storto e Beth Brait, mesmo que a temática a respeito dos gêneros orais em materiais escolares já tenha sido abordada, ainda é necessário trazê-la à tona, já que se percebe ainda a escassez de práticas de oralidade nos manuais destinados aos anos finais do Ensino Fundamental. Esses resultados propõem uma reflexão sobre a necessidade de elaborar aulas que superem as lacunas dos livros e que ofereçam aos alunos mais oportunidades para aprender a falar em público. Elas também incentivam outros professores a realizarem futuras pesquisas na temática, geralmente marginalizada nos currículos do ensino básico.

 

Acesse o artigo científico que apresenta a pesquisa completa:  url.gratis/JYuVWj