Salto em distância, salto triplo, salto com vara, 75m e 250m. Estas serão as provas da 9ª edição do Campeonato Brasileiro Caixa de Atletismo Sub-16 em que as promissoras atletas do Cria UFJF, Luisa Campos, Raíssa Mattos e Nalanda de Araújo irão buscar melhorar marcas e, quem sabe, medalhas no Estádio do Centro de Formação Olímpica do Nordeste, em Fortaleza (CE). A competição irá reunir 690 atletas de 114 clubes representando 21 estados e o Distrito Federal.
E talento realmente não falta ao time juiz-forano. Luisa, por exemplo, tem apenas 14 anos e já é referência no salto com vara. Uma das únicas atletas mineiras do estado, ela liderou, no início do ano, o ranking sub-16 da prova com a marca de 2,65m. Há dois anos no projeto da Federal, após iniciar no esporte em corridas com o apoio do pai, Edson Campos, ela encontrou no salto com vara uma relação mais que especial.
“Foi um processo muito longo porque eu passei por todas as modalidades, como todas as crianças que participam do projeto. Fiz de tudo o que você possa imaginar. Desde fundo até velocidade, saltos, arremessos, lançamentos, onde passei por altas vergonhas… foi uma montanha russa para mim! Meu treinador, Pablo, que foi pra Lavras, me introduziu a alguns treinos com vara por brincadeira e fui gostando. No início desse ano o Renatinho (Renato Siqueira, atual treinador) resolveu que iríamos treinar apenas o salto com vara, pular de cabeça”, relembra.
Luisa, que também irá disputar os 250m, prova secundária da atleta, encara a competição como uma decisão de Mundial de Atletismo pela escassez de desafios na modalidade. “É uma final sim porque tenho poucas competições de salto com vara. Nesse ano, por exemplo, apenas duas, sendo que uma delas não valia nem para o ranking. Muitas questões não deixam a modalidade evoluir, então fico aqui mesmo lutando. A única competição mesmo que valeu foi no início do ano (Aberto da Federação Mineira de Atletismo) e minha marca foi para o topo do ranking brasileiro na minha faixa etária. Liderei um tempo, entraram pessoas mais velhas que eu que saltaram 5 centímetros a mais, mas espero conseguir passar elas. Em treino já passei da marca, mas não em competição porque não tive a oportunidade. No Brasileiro quero alcançar meus objetivos, mas não tem como saber o que vai acontecer. Vou dar meu máximo, não conheço minhas adversárias, mas espero me sair bem.”
A juiz-forana Raíssa, 15, também vive ascensão no salto triplo desde que se descobriu na prova. “Estou no Cria há quatro anos, era da equipe das crianças quando cheguei. Passei para a iniciação e, quando isso acontece, normalmente rodamos em todas as provas. Fui me destacando em algumas provas. Acabei parando no salto em distância, que faço hoje em dia, e treinando normalmente fazemos salto triplo para fortalecimento, sem intenção de competir. Fui fazer o treino e deu certo. Meu treinador me colocou na modalidade e acabou virando minha principal prova”, conta à Tribuna.
“Já competi dois brasileiros e a experiência que a gente carrega é muito grande. Busco fazer minha melhor marca, mas acima de tudo trazer essa experiência para casa porque você encontra um nível muito alto de atletas do Brasil inteiro”, idealiza a detentora da marca de 10,28 no salto triplo, sua principal modalidade, mas que também entrará em ação no salto em distância no fim de semana.
Nalanda, 15, por sua vez, tem uma história diferente. De Chácara, a jovem integrava a tradicional equipe da corredora Viviany Anderson até o início deste ano, quando passou a ser lapidada para provas de velocidade, como os 75m e 250m que irá disputar no Ceará. “Nas corridas de rua viam que eu tinha muita velocidade, mas chegava uma parte que eu cansava muito. Fiz um teste de velocidade e acabou que deu certo e tenho me destacado bastante. Espero melhorar minha marca e conseguir ganhar uma medalha” conta a atleta que possui os tempos de 9s63 nos 75m e 22s84 nos 250m.
Em comum, uma rápida evolução
Com histórias diferentes, o trio tem em comum a evolução rápida desde o início dos treinamentos específicos com o técnico Renato Siqueira, o Renatinho, que esmiuçou cada trajetória antes de viajar com as meninas para Fortaleza. “Começamos o treinamento com a Luisa nesse ano, há seis meses, e foi um trabalho que evoluiu muito rápido. Na primeira competição que ela disputou, o Aberto da FMA, já alcançou a marca de 2,65m e por algum tempo liderou o ranking nacional. Com o decorrer do ano, algumas meninas passaram ela, mas com a marca de 2,70m. A competição, logo, vai ser bem acirrada. Ficamos um pouco prejudicados porque em Minas só tem ela praticamente que faz salto com vara. Mas ela vai chegar muito bem nessa competição e esperamos que consiga melhorar a marca lá”, analisa a caminhada de Luisa.
Sobre Raíssa, ele lembra que ela treina o salto triplo há apenas quatro meses e já alcançou algumas marcas boas. “Foi vice-campeã dos JEMG, no Estadual sub-16 fez marca de 10,20m, e no Centro-Oeste conseguiu a marca de 10,28m, o que a deixa entre as dez melhores do ranking nacional.” O otimismo de Renatinho vale também para Nalanda nas duas provas em disputa da jovem. “A Nalanda chegou nesse ano, mas já a acompanhávamos nas corridas de rua há muito mais tempo no trabalho da Viviany Anderson. Sempre mostrou muito talento, ela tem potencial e está entre as oito melhores no ranking tanto nos 75m, quanto nos 250m. Vai brigar por pódio nas duas provas. E buscar melhorar marcas.”
Fonte: TRIBUNA DE MINAS