Um esporte conhecido, porém pouco difundido nas escolas brasileiras tem ganhado espaço nas quadras da Faculdade de Educação Física e Desportos da Universidade Federal de Juiz de Fora (Faefid/UFJF). Por meio do projeto de extensão “Basquetebol da base para a ponta”, jovens entre 7 e 17 anos têm a oportunidade de praticar e conhecer um pouco mais do esporte, inventado em 1891, nos Estados Unidos.
O professor da Faefid e coordenador da iniciativa, Dilson Borges, afirma que “o basquete é um instrumento dentro de um dos maiores fenômenos que se tem na humanidade, o esporte. Como toda atividade esportiva, gera uma série de benefícios, como a melhoria do condicionamento físico, a socialização, o aumento da autoestima e assim por diante. Apesar de não ser uma tão modalidade cultural em nosso país, o basquetebol é uma das modalidades que têm maior alcance mundial, em todos os aspectos”.
A capacidade de socialização do esporte, aliás, foi a responsável foi fazer com que Marluce Oliveira, moradora do bairro Jardim Casablanca, inscrevesse o filho Pedro Lucas, de 7 anos no projeto. “Procurei pela dificuldade que ele tinha em se socializar. Conversando com uma professora dele, ela me incentivou a colocá-lo em alguma atividade de grupo. Coloquei ele no basquete e melhorou cem por cento: está mais aberto, fazendo novas amizades, o que era difícil. Vejo muita diferença”, conta.
O pequeno Pedro concorda, tanto que já colocou até apelidos nos novos amigos. “Comecei a jogar e gostei. Meu tio joga e logo nos primeiros dias comecei a gostar, principalmente de arremessar. Fiz amigos, tem o Gigante, o Bruno… Quero aprender a fazer enterrada e ser jogador de basquete, quando crescer”.
O projeto existe desde 2015, quando era coordenado pelo professor Paulo Ferreira Pinto, da Faefid. Atualmente, atende 65 meninos e meninas, com o objetivo de atingir 100 crianças até o fim do ano. Para a pró-reitora de Extensão da UFJF, Ana Lívia Coimbra, a Faculdade de Educação Física é um território importante de inclusão da comunidade externa na Universidade. “Por meio dos projetos que são desenvolvidos, crianças, adolescentes e até adultos têm a possibilidade de se envolverem em práticas esportivas, que são importantes para a questão da saúde, da sociabilidade e do lazer neste espaço – que é público e de todos”.
“Podemos dividir o projeto em duas instâncias: o ‘minibasquete’, uma categoria especial, cujo objetivo é fazer com que as crianças de até 12 anos gostem de basquete e aprendam se divertindo. Nas outras categorias – sub-13, 15 e 17 – os principais objetivos são ajudar na captação de recursos humanos, através dos alunos aqui da Faculdade, que podem executar os conhecimentos do processo de formação esportiva; utilizar o projeto como ferramenta para as pesquisas de TCC e mestrado que são desenvolvidas na Faefid; atender à comunidade, estendendo o espaço para que todos possam conhecer, no caso específico, através do basquetebol; e num futuro, quem sabe, formar grupos que possa, estender estes processos a níveis competitivos, dentro dessas faixas etárias”, explica Borges.
“Quero ser jogadora de basquete”
O “minibasquete” possibilita a prática do esporte com materiais adaptados às necessidades da faixa etária, como bolas e tabelas dimensionados para o tamanho dos estudantes. Segundo o professor, “isso incentiva o gosto inicial e a continuidade no esporte”. É o que acontece com Maria Eduarda Procópio, de 7 anos, do bairro Milho Branco: Duda, como é chamada pelos amigos, pegou gosto pelo esporte e também vislumbra um futuro dentro do esporte.
“Não tem nem dois dias que eu faço basquete aqui e estou achando bem legal, porque a gente faz bastante coisa. O que eu mais gosto é de arremessar a bola, driblar. Quero ser jogadora de basquete e a Universidade vai me ajudar, porque eles são mestres no basquete. Os professores são legais, ajudam a gente em tudo o que a gente precisa”.
Já a turma chamada de “escola geral de basquete” é mista e heterogênea, destinada à prática do esporte enquanto atividade recreativa. As aulas do projeto ocorrem no ginásio do Centro Olímpico da Faefid, nas segundas, quartas e sextas-feiras, das 15h às 19h; e nas terças e quintas, de 17h30 às 19h. Para este semestre as vagas já estão preenchidas.
O perfil do público é variado, composto por jovens que vêm desde a zona norte até aquelas que moram nos bairros do entorno da Universidade. O coordenador aponta algumas das conquistas observadas nos participantes. “Muda, principalmente, o nível de organização, disciplina, de participação em grupo. Temos o hábito de começar e terminar as aulas com uma reunião, na qual todos dão sua opinião, sendo sujeitos mais ativos e críticos dentro da prática que estão fazendo”, finaliza.
Outras informações: (32) 2102-3292 – Faculdade de Educação Física e Desportos
Fonte: IMAGEM/UFJF