Fechar menu lateral

Centenário do Clube Ginástico é lembrado na FAEFID

Coordenador do GEPHEPE, Carlos Fernando e a diretora da FAEFID, Edna Martin

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O Ginásio de Ginástica Paulo Roberto Bassoli, da Faculdade de Educação Física e Desportos (FAEFID) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), abrigou nesta segunda-feira, 4 de maio, o evento de comemoração do centenário de fundação do Turnerschaft-Clube Ginástico de Juiz de Fora. Além de palestras, foram homenageados, com placas comemorativas alusivas à data, ex-alunos, ex-professores, ex-diretores e famílias que participaram efetivamente das atividades do Clube.

Na abertura, o professor e coordenador do Grupo de Estudos em História da Educação Física e do Esporte (GEPHEPE), Carlos Fernando Ferreira da Cunha Júnior, ressaltou a importância da preservação e da recuperação da memória da Educação Física na cidade. “E é uma oportunidade única recuperar a memória de uma instituição que foi fundamental para o desenvolvimento da Educação Física em Juiz de Fora.” Já a diretora da FAEFID, Edna Martin, destacou a importância do evento e do trabalho de pesquisa sobre o Clube, lembrando que “a história do Clube está entrelaçada com a história da Faculdade de Educação Física”.

Carlos Fernando resgatou a importância da preservação e recuperação da memória da Educação Física na cidade

A professora doutora Carmem Lúcia Soares, da Unicamp – considerada uma das principais pesquisadoras da área da Educação Física no Brasil, em palestra sobre História da Ginástica discorreu sobre o desenvolvimento da ginástica no Século XIX na Europa e a chegada ao Brasil, no Século XX, graças à onda migratória. Segundo ela, a ginástica era vista mais como uma arte de se movimentar o corpo do que uma ciência.

“A ginástica tornou-se, então, um vetor de integração, fazendo parte desde jogos e festas aristocráticas a festas populares e eventos circenses, abrangendo, ainda, o teatro e a música.” Tendo sido usada, também, conforme a professora, como um vetor de motivação política, mobilizando e arregimentando. “Diferente do esporte, ela se dirigia a todos.” Carmem Lúcia acrescentou, ainda, que a ginástica tem sua importância ao longo da história, principalmente, porque participava da vida urbana, da vida pública, tornando-se uma educação sistemática do corpo.

Jakeline Lisboa, mestranda em Educação Física, resgatou a história do Clube Ginástico

Já Jakeline Duque de Morais Lisboa, Mestranda em Educação Física pela UFJF, falou sobre o tema de sua dissertação a História do Turnerschaft-Clube Ginástico de Juiz de Fora. Ela fez um explanação cronológica da agremiação que teve momentos importantes dentro da história da cidade. Fundado em abril de 1909, protagonizou durante a sua existência – foi fechado em 1979 – grandes conquistas no esporte levando o nome de Juiz de Fora a outras cidades e estados. A sua fundação – que contou com a participação de alemães, teuto-brasileiros e brasileiros – ocorreu, principalmente, devido à presença significativa de alemães que chegaram ao município, em 1856 e 1861, para a construção da Estrada União e Indústria. O objetivo era proporcionar à juventude da época a prática da ginástica.

Um dos episódios marcantes de sua história aconteceu durante a Primeira Guerra Mundial, mais precisamente em 1917, quando o Clube teve que mudar de nome, devido a perseguições a alemães, quando tornou-se oficialmente Clube Ginástico de Juiz de Fora. Jakeline Lisboa ressalta que teve a idéia de realizar a pesquisa em 2004, ao perceber que a história do Clube havia se perdido no tempo. “Percebi que era a hora de resgatar parte dessa história, que é importante para a cidade, e precisava ser contada.”

Carmem Lúcia, Carlos Fernando e Jakeline Lisboa

A mestranda, que deve realizar a apresentação de sua dissertação em dezembro, pretende, posteriormente, transformar a pesquisa em livro. O evento, realizado na FAEFID, no seu entender, foi importante na medida em que “resgata a história de uma entidade da cidade, que quase fica esquecida pela própria história”.

Representando Caetano Evangelista, um dos homenageados, estava Climene Evangelista, 79 anos. Ela conta que nasceu e foi criada no Clube. “Meu pai, um idealista, era diretor o que me proporcionou uma convivência muito saudável. Todos os amigos antigos eram como irmãos. Havia muitos eventos, disputamos com times de fora e em competições de atletismo. Eu praticava vôlei e fui professora de Educação Física. Uma época da qual só guardo boas lembranças.”

Homenageados

Ítalo Pachoal Luiz
Comunidade Luterana
Associação Cultural e Recreativa Brasil-Alemanha
Carolina Assis Repetto
Wermeson Amorim
Renato Miranda
Família Vianna Júnior
Família Surerus
Família Krambeck
Edson da Fonseca Vieira
José Roberto Numan Vieira
Rommel Jaenicke
Caetano Evangelista (homenagem póstuma)
Hans Happel (homenagem póstuma)
Paulo Roberto Bassoli (homenagem póstuma)

Outras informações: (32) 3225-5157 e (32) 9904-0561 (Jakeline Lisboa)
2102-3281 (FAEFID)

 

FSS(04/05/09)