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PartecJF realiza evento de demonstração da Plataforma de Biodiesel

O Parque Tecnológico de Juiz de Fora e Região (PartecJF) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) realizou, na última quarta-feira, 13, um encontro especial para apresentação da Plataforma de Biodiesel, que marca o avanço na fase de testes conduzida no Centro Integrado de Ensino, Pesquisa, Extensão, Transferência de Tecnologia e Cultura (Cieptec), o Módulo II do Parque.

O evento foi dividido em dois momentos: inicialmente houve a abertura oficial, com a presença da Reitora Girlene Alves, do Secretário de desenvolvimento Inácio Delgado e do Pró-reitor de Inovação Fabrício Campos, seguida por uma mesa-redonda com a participação do CEO da Firefly Green Fuels James Hygate, do CEO da Green Fuels America Latina Manuel Flôres, da Presidente do Instituto EPROS Flávia David, Do Sócio Administrador da IBOR Luiz Antônio, do pesquiador Jackson Fernandes e do Adilson David da Silva, professor da UFJF e coordenador do Projeto Plataforma de Biodiesel da Zona da Mata.

Já no segundo momento, foi feita uma visita técnica à planta-piloto da Green Fuels no CIEPTEC, situada no Distrito Industrial, local em que é produzido biodiesel a partir de óleo de cozinha usado. Estudantes da UFJF e empresários puderam conhecer o funcionamento da usina de processamento e tirar dúvidas sobre o processo de transformação do óleo de cozinha usado em biodiesel.

“Se colaborarmos, temos condições de colocar Juiz de Fora no radar da transição energética do planeta”, afirmou o secretário de Desenvolvimento da Prefeitura de Juiz de Fora, Ignácio Delgado. A declaração do professor aposentado da Universidade foi reafirmada por grandes parceiros envolvidos na Plataforma de Biodiesel.

O encontro, na Faculdade de Engenharia, acontece no momento em que o mundo discute as mudanças climáticas e os eventos extremos na Conferência do Clima das Nações Unidas, a COP 29, no Azerbaijão, e sinaliza para a necessidade de soluções sustentáveis urgentes.

A reitora da UFJF, Girlene Alves, destacou o papel das universidades diante do desafio. “Esse é o nosso compromisso com um mundo mais sustentável, sair do livro, do discurso e ir para a prática, é isso que estamos fazendo”, disse ela, referindo-se ao uso de biodiesel em veículos, produzido a partir de óleo de cozinha usado.

A ideia da produção de biodiesel na região nasceu como uma das alternativas de desenvolvimento sustentável, para fazer frente ao baixo crescimento econômico da Zona da Mata e a sua degradação ambiental. Atualmente, os esforços da Plataforma estão concentrados na conversão do óleo de cozinha usado em biodiesel, porém outras matérias primas residuais ou mesmo o óleo de macaúba podem ser utilizados no processo.

O Instituto EPROS realiza a coleta e beneficiamento do óleo de cozinha usado na região e tem sido a empresa fornecedora dessa matéria prima para usina de biodiesel. Segundo Flávia David, presidente do instituto, o Brasil consome 4 bilhões de litros de óleo de cozinha por ano, sendo um bilhão destes descartado. O impacto no meio ambiente pelo descarte irregular é enorme. Um litro de óleo contamina 25 mil litros de água. “Nós procuramos o projeto e firmamos uma parceria esse ano. Nós coletamos esse material através dos ecopontos que temos distribuídos pela cidade e realizamos o processo de pureza dele”, explicou.

O óleo de cozinha transformado em biodiesel já foi testado em um caminhão da Empav, está em fase de testes no ônibus circular da UFJF, com uma mistura de 30% de biodiesel no diesel fóssil e no mês de dezembro iniciará os testes com um caminhão da transportadora IBOR. A iniciativa vai ao encontro da nova Lei Combustível do Futuro, sancionada em outubro pelo presidente Lula.

A colaboração entre a Universidade, a Prefeitura de Juiz de Fora, a Green Fuels e empresas é fundamental para a movimentação da economia e promoção da sustentabilidade. De acordo com o professor e coordenador da Plataforma de Biodiesel, Adilson David da Silva, o equipamento possui a capacidade de produzir cerca de três mil litros de biodiesel por dia e o projeto permite realizar a pesquisa, avançar na produção, patentear novas ideias, além de possibilitar a expansão do projeto para outras localidades.

“Nós já temos três parcerias firmadas. Essas parcerias estão em fases de testes, utilizando veículos da Empav, da UFJF e agora com a Ibor Transporte Rodoviário, o que é um salto muito grande para o nosso projeto, uma vez que os caminhões da Ibor estão sendo utilizados com 100% de biocombustível”, pontua David.

Visita ao Módulo II do PartecJF

Estudantes da UFJF e empresários presentes no evento participaram de uma visita técnica ao módulo II do PartecJF, localizado no Distrito Industrial, onde puderam conhecer as instalações da usina de processamento. O transporte fez parte da demonstração realizado pelo ônibus circular da UFJF, movido com B30 (30% de biodiesel em diesel fóssil).

Durante a visita, os alunos tiveram ainda a oportunidade de aprender como ocorre o processo de transformação do óleo de cozinha em biodiesel e esclarecer dúvidas, sob a orientação do professor Adilson David da Silva, do pró-reitor de Inovação Fabrício Campos e demais apoiadores do projeto.