17 de dezembro de 2021
A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) realizou, nesta quinta, 16, a cerimônia de entrega da Medalha JK a 28 profissionais que fizeram e fazem parte da história da Instituição. Considerada a maior honraria da UFJF, a Medalha foi criada em 2003 e visa homenagear o trabalho de profissionais que se destacam nos campos de ensino, pesquisa, extensão e inovação ou que levam o nome da Universidade para o cenário nacional e internacional. Realizada de forma on-line, assim como em 2020, por conta da pandemia causada pela Covid-19, a cerimônia contou com a presença do reitor Marcus David e da vice-reitora Girlene Alves.
“Além de conceder esta Medalha, a UFJF celebra 61 anos no dia 23 de dezembro. E quando fazemos o reconhecimento a pessoas tão importantes na construção da nossa Universidade é porque temos total consciência de que a UFJF só conseguiu se transformar na Instituição que é hoje porque pessoas como vocês fizeram parte da nossa história”, destacou o reitor.
Homenagem a profissionais da saúde
Entre as agraciadas com a Medalha deste ano, está a professora aposentada Maria Inês Gomes de Almeida, da Faculdade de Enfermagem, com participação ativa na campanha de vacinação nos postos montados na UFJF, em parceria com a Prefeitura de Juiz de Fora. No total, 53.263 pessoas foram vacinadas por meio do projeto de extensão “Juntos contra a Covid-19”, do qual Maria Inês foi voluntária durante 11 meses.
“Receber a notícia de ter sido indicada para receber a Medalha JK foi motivo de muita emoção e gratidão. Sei que na Faculdade de Enfermagem tem muitos colegas merecedores e ser escolhida foi uma surpresa, até porque o que fiz durante minha trajetória na UFJF foi cumprir com meu dever. Tenho muito orgulho de ter feito parte dessa comunidade acadêmica e hoje vejo o que deixei: vários ex-alunos ocupando cargos de professores, pró-reitores. Então, sinto que cumpri meu papel como educadora”, reflete.
Também enfermeira, Irene Duarte Souza trabalha no Colégio de Aplicação João XXIII há quatro anos. Desde 2006, é servidora da UFJF, atuando no HU como enfermeira no setor de mulheres, na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) adulto e depois no setor de educação permanente. Desde o início da pandemia, Irene foi articuladora das ações do João XXIII com instâncias da UFJF, integrando o Comitê de Monitoramento e Conduta e a Comissão de Infraestrutura e Saúde (CIS) da UFJF. No João XXIII, integra a Comissão Interna de Infraestrutura, Saúde e Acesso Digital, trabalho relevante na construção de uma condição de retorno presencial gradual de forma segura para a comunidade do Colégio.
Para ela, a Medalha é merecida e dividida com todos os TAEs, professores e terceirizados envolvidos na proteção à vida. “Homenagear uma enfermeira em um país com mais de 600 mil mortos pela Covid-19 é algo carregado de simbolismo. A Enfermagem é a maior categoria de saúde do Brasil. Dos 2,5 milhões de profissionais, 85% são mulheres. E são quase 60 mil profissionais infectadas e aproximadamente 900 mortas. Nesta Medalha, cabe uma imensa gratidão e, contraditoriamente, tristeza e indignação. Ela eterniza a relevância do trabalho da Enfermagem nesta pandemia, mas também homenageia aos que morreram.”
Marcus David fez um agradecimento especial aos profissionais que estiveram envolvidos no enfrentamento da Covid-19. “As universidades contribuíram de forma inquestionável para reduzir o sofrimento da nossa população no enfrentamento dessa crise. Colocamos à disposição toda a nossa infraestrutura. Também tivemos que atuar internamente, repensando todo o processo de ensino e de formação para a experiência remota e nos esforçando para, de forma muito segura, reiniciar os processos de retorno presencial. As universidades não pararam um só instante. Pelo contrário, enfrentamos esse grande desafio com muita dedicação e muita competência.”
Contribuição em tempos de crise
Técnico-administrativo em Educação (TAE) há 37 anos, Lucas da Silva Simeão viveu muitos momentos dentro da Universidade. Seu nome foi indicado para receber a Medalha pela atual diretora da Faculdade de Serviço Social, Alexandra Elias, o que foi prontamente aceito pelo Conselho de Unidade. “É uma honra esse reconhecimento por parte de uma das maiores universidades federais do país. É com muita gratidão que recebo esta medalha, justamente no mês do aniversário da UFJF, por todos esses anos que me dediquei e ainda me dedico à Faculdade de Serviço Social e à Universidade”, enfatizou.
O professor aposentado da Faculdade de Comunicação (Facom) e ex-diretor de Imagem Institucional da UFJF, Márcio de Oliveira Guerra, foi escolhido pela Administração Superior para falar em nome de todos os homenageados e homenageadas da noite. Ele recordou que participou da idealização da Medalha JK, durante o segundo reitorado da professora Margarida Salomão, em 2003. “Em minha carreira, sempre fui preocupado com a memória dos fatos e das pessoas. Vejo entre os indicados para o recebimento desta homenagem trajetórias que os identificaram e os identificam com lutas enormes pela democracia, pelo ensino público gratuito, pela Universidade para todas e todos. Sempre foi esse o nosso compromisso.”
Finalizando o evento, o reitor ressaltou, para além da pandemia, as crises enfrentadas pelas universidades públicas do país em 2020 e 2021, como o arrocho orçamentário que ameaçou seriamente o funcionamento das instituições. “O somatório da crise orçamentária com o questionamento da relevância política das universidades, sem dúvida, se configuram em mais uma grande ameaça. Com histórias como a de vocês é que fomos capazes de construir instituições sólidas e de enfrentar momentos tão difíceis. O país precisa contar com as universidades públicas para que possa aspirar a um projeto de país civilizado e desenvolvido econômica e socialmente.”