O Conselho Superior (Consu) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) reuniu-se nesta sexta-feira, 11, para deliberações importantes sobre orçamentos de capital e de custeio. O encontro foi a continuidade da Reunião Extraordinária iniciada na quarta-feira, 9, que se restringiu a debates sobre os temas abordados.
O reitor, Marcus David, abriu a reunião desta sexta para deliberações. Ele falou da apresentação de planilhas para a apreciação do Conselho. Também abordou a retomada da comissão financeira que havia sido constituída no Consu, em fevereiro, para acompanhamento das despesas da UFJF e que agora será acionada.
O diretor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), José Gustavo Abdalla, foi o primeiro a se manifestar. Falou sobre a importância da produção de face shields (máscaras protetoras faciais transparentes) pela Faculdade. O diretor do Instituto de Artes e Design (IAD), Fabrício Carvalho, por sua vez, lembrou de como os professores do Instituto atuaram na produção de equipamentos, com registro de tudo que foi criado, a partir da mediação do Centro Regional de Inovação e Transferência de Tecnologia (Critt).
A seguir, falou o diretor do Instituto de Ciências da Vida (ICV), do campus avançado de Governador Valadares, Ângelo Denadai, reforçando o apelo para que o Conselho empregue esforços para resolver a questão de definição do orçamento e, assim, agilizar as licitações. Denadai pediu para que se estude a viabilidade de transmissão, para Governador Valadares, das reuniões do Consu.
Na sequência, o técnico-administrativo em Educação (TAE), Luiz Tegedor, criticou o teto de gastos, que, segundo ele, sempre prejudica o orçamento das universidades, e propôs uma manifestação da UFJF contra esta imposição.
O diretor do Instituto de Ciências Exatas (ICE), Eduardo Barrére, observou que, quanto antes forem definidas as prioridades das obras, será melhor para a UFJF. Ele ainda pediu informações sobre o volume de recursos para os pedidos de aquisição de equipamentos e solicitou à Reitoria uma proposta para prioridade das obras.
O reitor falou das alternativas financeiras pensadas e de alternativas que poderiam ser definidas pelo Conselho. O pró-reitor de Planejamento, Orçamento e Finanças, Eduardo Condé, explicou sobre os investimentos necessários ao Centro de Gestão do Conhecimento Organizacional (CGCO). Já o pró-reitor de Infraestrutura, Marcos Tanure, defendeu a conclusão da obra do ICE e do depósito de produtos químicos. O diretor do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), Lyderson Viccini, manifestou seu apoio ao investimento de recursos para o CGCO e para o local de armazenamento de produtos químicos.
O pró-reitor de Assistência Estudantil, Marcos Freitas, por sua vez, lembrou que, apesar de estar sendo difícil decidir cortes, ao mesmo tempo, hoje se sente feliz por ver que o Conselho pode discutir democraticamente para onde vão os recursos, corrigindo erros do passado que fazem com que a UFJF tenham gastos antes sequer debatidos pelo Consu. “Que isso nunca mais aconteça na UFJF”, disse.
A diretora da Faculdade de Serviço Social, Alexandra Seabra Eiras, concordou com a divisão de orçamento, lembrando da importância da obra de ampliação do espaço da Faculdade de Serviço Social.
O reitor explicou o andamento das obras. A seguir, falou o diretor do Instituto de Ciências Sociais Aplicadas (ICSA), do campus avançado de Governador Valadares, Dênis Perdigão, que explicou as compras feitas em Governador Valadares diante das expectativas que eram geradas. O diretor da Faculdade de Enfermagem, Marcelo Alves, disse que existe uma dificuldade real, mas que algumas pequenas obras, como a de um laboratório de Enfermagem, precisam ser feitas.
A vice-diretora da Faculdade de Administração e Ciências Contábeis (Facc), Cristina Dusi, concordou com a proposta de Barrére, sobre remanejamento de alguns recursos. Condé fez uma série de esclarecimentos sobre questões orçamentárias. O diretor do Campus Avançado, Peterson Andrade, falou sobre a necessidade de reformas do prédio adquirido pela UFJF em Governador Valadares.
Já o diretor do Instituto de Ciências Humanas (ICH), Robert Daibert Júnior, destacou a importância da discussão e lamentou que em algumas reuniões anteriores isso não tenha acontecido. O diretor da Faculdade de Educação (Faced), Álvaro Quelhas, disse que há necessidade de se decidir e lamentou que a Universidade está sendo punida agora por obras sem critérios mal feitas no passado. Lembrou que o fato de serem definidas pelo Consu independem da vontade do próprio Conselho, que, segundo ele, “se vê forçado a isso em função do atual cenário político do país”.
Deliberações
Após os debates, foram feitos encaminhamentos e colocados em votação, com aprovação, por unanimidade das deliberações sobre Orçamento de Capital.
O reitor passou então à apresentação do Orçamento de Custeio. Marcus David fez o encaminhamento de duas possíveis alternativas de ajustes. Vários conselheiros pediram esclarecimentos e fizeram ponderações sobre a proposta apresentada pela presidência do Conselho.
Foi colocada em votação a proposição da revisão de custeio, com ajustes dos recursos nas unidades acadêmicas. Estas ficarão com 50% do orçamento que estava previsto e, quando necessitarem, poderão ser atendidas caso o limite ultrapasse estes 50%. A proposta foi aprovada por unanimidade.
Em seguida, foi recomposta, para a retomada das atividades, a comissão constituída pelo Consu em 20 de fevereiro para o acompanhamento das despesas da UFJF, com o objetivo de apontar propostas de redução de gastos. Andrade solicitou então a inclusão na comissão de um representante do campus avançado de Governador Valadares. Foi colocada então em votação a inclusão desse novo representante e aprovada por maioria, com 38 votos a favor e duas abstenções.