O Conselho Superior (Consu) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) reuniu-se nesta quarta-feira, 19, para debater a proposta referente aos protocolos de biossegurança da Universidade em virtude do novo coronavírus. O documento foi elaborado pela Comissão de Infraestrutura e Saúde, criada pelo Conselho.
O reitor Marcus David abriu a reunião, solicitando autorização para a participação dos membros da comissão que não integram o Conselho. Na sequência, passou a palavra para o presidente da comissão, o pró-reitor de Infraestrutura, Marcos Tanure, que fez uma apresentação da proposta.
Além de Tanure, a coordenadora de Saúde, Segurança e Bem-estar (Cossbe) da Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (Progepe), Renata Mercês Oliveira de Faria, apresentou os protocolos de biossegurança previstos. O diretor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, José Gustavo Francis Abdala, encerrou o relato da comissão.
Em seguida, o reitor Marcus David agradeceu à comissão pelo trabalho realizado e abriu as inscrições para a discussão da proposta. O diretor do Instituto de Ciências Exatas (ICE), Eduardo Barrere, questionou sobre quem seria responsável pelos protocolos de biossegurança nas unidades acadêmicas, mostrando insegurança para realizar tarefa do tipo, sem a orientação de um engenheiro de segurança. Ele destacou ainda a grande responsabilidade que recai sobre os diretores.
Tanure explicou que haverá acompanhamento dos protocolos de biossegurança nas unidades.
O diretor do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), Lyderson Facio Viccini, levantou questionamentos similares aos feitos por Barrere, mencionando a operacionalidade das ações. Já o diretor-geral do campus de Governador Valadares, Peterson Marco de Oliveira Andrade, cumprimentou a comissão pelo trabalho e sugeriu a unificação de protocolos do Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor (Siass).
Após respostas aos questionamentos pela comissão, o coordenador do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da UFJF (Sintufejuf), Flavio Sereno, cumprimentou o grupo pelo trabalho e considerou que é necessário estabelecer limites para adaptações dos protocolos.
Sereno questionou se alguma sugestão do Comitê de Monitoramento e Orientação de Condutas sobre o Novo Coronavírus (SarsCov-2) da UFJF deixou de ser considerada e se o comitê ainda pode apresentar novas propostas. Ele perguntou ainda quais seriam os procedimentos caso os protocolos não possam ser adaptados em algum espaço da Universidade.
A vice-diretora da Faculdade de Letras, Aline Alves Fonseca, disse que tem as mesmas dúvidas apontadas pelo professor Barrere e considerou que as comissões precisam ser assessoradas nas unidades. O diretor do Centro de Ciências da Vida de Governador Valadares, Ângelo Marcio Leite Denadai, mencionou as diferenças entre as realidades das unidades acadêmicas, ressaltando as especificidades do campus avançado.
A presidente da Associação de Professores do Ensino Superior (Apes), Marina Barbosa Pinto, apontou uma contradição na proposta em relação à Resolução 10/2020 do Consu e apresentou dúvidas sobre a aplicabilidade da proposta, entre outras preocupações. O diretor do Instituto de Ciências Humanas (ICH), Robert Daibert Júnior, reforçou as falas dos professores Lyderson e Barrere sobre a dificuldade de as unidades assumirem a implementação do protocolo.
A vice-reitora Girlene Alves da Silva respondeu as questões levantadas pelos conselheiros. Novos esclarecimentos foram feitos por membros da comissão.
O coordenador do Sintufejuf, Márcio Roberto Sá Fortes, disse entender que a aprovação dos protocolos não significa que as atividades presenciais estejam autorizadas. Ele manifestou preocupação com a operacionalidade das medidas, especialmente nos laboratório que já oferecem riscos para quem os utiliza. Outros conselheiros também apresentaram suas preocupações.
Ao término da discussão, o reitor Marcus David partiu para os encaminhamentos. Ele insistiu no compromisso que a atual gestão assumiu ao se candidatar para dirigir a instituição. Afirmou que, quando há questionamento sobre a condução democrática que faz nas discussões, não tem receio de dizer que esse é o melhor caminho para a Universidade e o compromisso da gestão.
A diretora da Faculdade de Comunicação, Marise Mendes, que é membro da comissão, apresentou uma proposta de redação para sanar as preocupações dos diretores sobre a responsabilidade do monitoramento e do cumprimento do protocolo.
O diretor do ICE, Eduardo Barrere, concordou com a proposta da professora Marise, mas pediu suporte da Reitoria para a capacitação dos diretores quanto ao protocolo. O diretor da Faculdade de Educação, Álvaro Quelhas, conclamou os diretores a compreenderem que o cumprimento do protocolo vai depender de todos. Ele considerou que será um trabalho de conscientização e união.
O diretor do Instituto de Ciências Sociais Aplicadas de GV, Denis Alves Perdigão, apresentou as preocupações que tem em relação ao campus avançado, cujas comissões específicas apresentarão suas demandas.
A presidente da Apes, Marina Barbosa, e o diretor do ICB, Lyderson Facio Viccini, reforçaram a necessidade de ajustes no texto. Viccini considerou importante a fala do professor Álvaro Quelhas, dizendo que estamos diante de um desafia de romper com uma cultura.
Após a discussão, a proposta foi posta em votação, com duas alterações sugeridas pelos conselheiros, e aprovada por maioria, com 43 votos a favor e uma abstenção. O teor do documento ainda será divulgado na página do Conselho Superior.