Marcillene Ladeira, ex-bolsista do Centro de Ciências – “E que deu vida a ele!”, segundo palavras de funcionários do próprio Centro – expõe coletânia de pinturas, denominada “Depois da Chuva”, no Saguão da UFJF juntamente com o artista Tonil Bráz, com o conjunto de obras “Objeto sujeito”. Marcillene é recém-formada pelo Instituto de Artes e Design e era responsável pelo setor de Artes do Centro de Ciências da UFJF. Confira abaixo uma rápida entrevista que fizemos com ela:
“Marcillene Ladeira, Barroso, MG.”
Quando começou a pintar?
“Desde criança sempre gostei de observar pinturas. Não me satisfazia apenas admirar a imagem como um todo, mas observar cada detalhe e imaginar o movimento que o pincel teria feito para produzir aquele efeito. Esse hábito poderia justificar certa facilidade que tive quando, de fato, comecei a pintar – em tela – aos 15 anos de idade. Além de realizar minhas pinturas também atuo como professora de atelier. Atividade iniciada na cidade de Petrópolis/RJ, quando em 2005 mudei para lá.”
Conte, resumidamente, sua experiência como bolsista do Centro de Ciências.
“Fui a primeira bolsista da área artística a entrar no Centro de Ciências. Isso aconteceu em 2008, depois de ganhar o concurso que elegeu a logomarca do espaço. Essa interação entre a área artística e a científica ainda é um grande tabu. Enfrento certa dificuldade quanto a isso até hoje. Acredito que no espaço científico por todos acompanharem diretamente meu trabalho, isso foi facilmente contornado. Inclusive, percebo que depois da quebra desse tabu inicial o espaço não consegue mais ficar sem ninguém das artes. Assim fico feliz, pois sei que desbravei essa questão aí, mas ainda existem barreiras a serem quebradas do lado das artes. No entanto acredito que é uma união muito significativa e promissora – é o que vejo em todas as referências de estudo.”
Quais são seus principais projetos para o futuro, agora que está formada?
“Agora, com o diploma de graduação em mãos, não pretendo parar e sim continuar estudando muito e tentando conciliar os estudos com o trabalho – que não é uma tarefa fácil. Estou atuando em sala de aula (arte educadora) e também no atelier (produção e ministração de aulas). No momento ainda preciso colocar em ordem algumas questões na minha vida, mas não pretendo ou não gostaria de abandonar os projetos do Centro de Ciências, que com certeza são muito significativos para mim. Além das amizades ainda tem “meu filho – o Quark”. Esse eu não posso abandonar – nenhuma mãe abandona seu filho (risos, só para descontrair).”
Fale sobre sua exposição no Saguão da UFJF e deixe seu recado/convite para os leitores.
“A exposição que está na Reitoria é muito importante para mim, pois abre um leque de possibilidades. Isto é, trata-se uma poética a ser desenvolvida como artista plástica – um início – digamos assim. Com ela pude unir um aprendizado ocorrido antes e durante a faculdade: uma técnica de pintura que sempre me acompanhou desde cedo e um pensar artisticamente. Existem várias questões conceituais que estão por trás desta exposição, pois não se trata apenas de um trabalho prático, houve também um desenvolvimento teórico ocorrido sob orientação do Professor Ricardo Cristófaro, ao qual agradeço muito. De certo modo essa poética está inserida em fragmentos de degradação ambiental: o lixo constantemente jogando fora, o desperdício de alimentos, os efeitos do tempo. Questões fortemente debatidas nos dias de hoje. A IV Conferência Nacional do Meio Ambiente está aí para comprovar isso. Inclusive está acontecendo também à conferência Infantojuvenil que visa o fortalecimento da cidadania ambiental nas escolas e comunidades através de uma educação crítica. Vamos cuidar do Brasil: pensar e agir local e globalmente diz a campanha. Assim a reflexão sobre meu trabalho se refere não apenas a uma poética artística, mas também deixa transparecer marcas de meu contato direto com o Centro de Ciências, quanto a essa preocupação educacional. Seria minha fala, o meu jeito de comunicar através da arte. Convido a todos a visitarem minhas obras e a refletirem sobre as questões que ela trás. Também deixo um chamado ao Professor Eloi para, por que não, levá-la para o Centro de Ciências – numa tentativa de promover a educação ambiental.
Também gostaria de dizer que estão em exposição as obras de meu colega Tonil Bráz. Uma maneira muito interessante de unir objetos singulares do dia-a-dia com provocações artísticas.
Assim, fica o convite a todos para visitar a exposição!
Confira a matéria completa no site da Universidade pelo link https://www.ufjf.br/secom/2013/11/07/saguao-da-reitoria-reune-exposicoes-depois-da-chuva-e-objeto-sujeito/