Fechar menu lateral

Informativo 618 – 2 vezes; Argentina; crocodilo e 1.051 espécies

1 – Derretimento da Antártica está 2 vezes mais rápido que em 2010

2 – Fósseis de dinossauro de 40 metros são descobertos na Argentina

3 – Paleontólogos descobrem espécie de crocodilo extinto em São Paulo

4 – Fauna brasileira registra 1.051 espécies em extinção, ante 627 em 2003

 

1 – Derretimento da Antártica está 2 vezes mais rápido que em 2010

 

Degelo do continente eleva o nível dos oceanos em 0.43mm por ano, de acordo com mapeamento do satélite Cryosat

O derretimento da Antártica está duas vezes mais rápido do que há três anos. A conclusão foi feita após o mapeamento do satélite europeu Cryosat, que fez a mesma análise em 2010. Se for mantido o ritmo, a velocidade do degelo do continento antártico pode elevar o nível dos oceanos em 0.43mm por ano.

 

Ao todo, são cerca de 160 bilhões toneladas a menos de gelo por ano. O estudo divide ainda a Antártida em três regiões: a Antártica do Oeste, a Antártica do Leste, e a Península Antártica, região que mais se aproxima da América do Sul.

 

A primeira delas é considerada a mais vulnerável por cientistas, onde mais de 90% do derretimento vêm de apenas seis geleiras. Apenas em uma delas, a Smith, foi detectada a perda de nove metros por ano da superfície. Só nela, a perda é de 134 billhões de toneladas gelo por ano.

 

Para piorar o cenário, a média de reposição da neve nas três regiões tem diminuído em dois centímetros por ano.

 

Os novos números foram coletados pelo Cryosat no período entre 2010 e 2013. Antes disso, a Agência Espacial Europeia baseava-se em dados de outros satélites observados desde 2005.

 

Lançado em 2009 especialmente para acompanhar mudanças nos pólos, o Cryosat possui um altímetro capaz de medir a espessura do solo e suas variações, ou quando ele ganha neve, ou quando há derretimento. O satélite também suporta duas parabólicas, que conseguem mapear com precisão não só o nível de neve na superfície, mas também em montanhas e vales. (O Globo) http://oglobo.globo.com/sociedade/ciencia/derretimento-da-antartica-esta-2-vezes-mais-rapido-que-em-2010-12527717#ixzz32AdP3CUv

 

2 – Fósseis de dinossauro de 40 metros são descobertos na Argentina

 

Animal pré-histórico pode ser o maior já encontrado até hoje. Ele pesava cerca de 80 toneladas, o equivalente a 14 elefantes

Paleontólogos argentinos do Museu Egidio Feruglio (MEF), da cidade de Trelew, na Argentina, descobriram, na Patagônia, fósseis de um saurópode, possivelmente o maior já encontrado até hoje.

 

Segundo os cientistas, o dinossauro, que tem 95 milhões de anos, pesava em torno de 80 toneladas, ou seja, o equivalente a 14 elefantes – sete toneladas mais pesado do que o recordista anterior, o Argentinossauro. O animal, ainda sem nome, tinha aproximadamente 40 metros de comprimento, da cabeça à cauda. Os pesquisadores chegaram à conclusão sobre o tamanho do animal ao medir o comprimento e a circunferência do maior fêmur (osso da coxa).

 

Os fósseis tinham sido encontrados acidentalmente, em 2013, por um trabalhador rural em um campo a 260 quilômetros de Trelew, na província de Chubut, 1.300 quilômetros ao sul de Buenos Aires.

 

Ao todo, sete dinossauros herbívoros, provavelmente as maiores criaturas que já andaram sobre a Terra, foram encontrados na na província de Chubut. Estes animais viveram no fim da era Mesozóica. Os dinossauros saurópodes caminhavam sobre as quatro patas, tinham pescoço muito longo, assim como a cauda, e um crânio pequeno.

 

Os fósseis encontrados pertencem a um grupo particular de saurópodes, denominado titanossauros, que inclui animais de porte muito grande, e os pesquisadores acreditam que a nova espécie encontrada também pertence ao grupo.

 

José Luis Carballido, paleontólogo do MEF, destaca, além da importância da descoberta, a boa condição dos fósseis encontrados.

 

– É um verdadeiro tesouro paleontológico – disse ao jornal “El Mundo”. – Havia muitos fósseis e estavam praticamente intactos, algo que não acontece com frequencia. Na verdade, os fósseis de titanossauros gigantes descobertos até hoje são escassos e fragmentados.

 

Depois de meses de trabalho, os investigadores conseguiram recuperar o exemplar em ótimo estado. O novo campo já produziu mais de 200 fósseis. Ali, os investigadores encontraram parte do pescoço e grande parte do dorso do animal, a maioria das vértebras da cauda e membros anteriores e posteriores, entre outros ossos.

 

A descoberta foi divulgada nesta sexta-feira, um dia depois de anunciado outro achado, o dos restos do primeiro dinossauro diplodócido na América do Sul, em Neuquén, sudoeste da Argentina, também na Patagônia, uma região rica em fósseis. Os paleontólogos empenhados na missão também descobriram que a região de planície da província de Chubut tem um enorme campo de pesquisa de fósseis.

(O Globo) http://oglobo.globo.com/sociedade/ciencia/fosseis-de-dinossauro-de-40-metros-sao-descobertos-na-argentina-12520956#ixzz32Af92MF8

3 – Paleontólogos descobrem espécie de crocodilo extinto em São Paulo

 

Paleontólogos da USP e da Unesp descobriram os restos de uma indigestão de 85 milhões de anos em rochas do interior paulista

Trata-se de uma espécie de crocodilo extinto até então desconhecida da ciência, em cuja barriga (ou no que sobrou dela) estavam pedaços de um exemplar de outro tipo de crocodilo, devorado pelo bicho maior. O achado vem da zona rural do município de General Salgado (545 km a noroeste de São Paulo) e está descrito em artigo na revista científica “PLoS ONE”.

 

Deixando registrada para a posteridade a gulodice do animal, os pesquisadores decidiram batizá-lo de Aplestosuchussordidus (a primeira parte do nome quer dizer simplesmente “crocodilo insaciável”, enquanto a segunda dispensa traduções). Nem o devorador nem o devorado tiveram seu esqueleto completo preservado, mas os ossos que sobraram, bem como a comparação com espécies aparentadas da mesma época e região, permitem estimar o tamanho do Aplestosuchussordidus.

 

O bicho media 2,3 metros da ponta do focinho à ponta da cauda, segundo Pedro Godoy, mestrando da USP de Ribeirão Preto, que assina o estudo junto com seu orientador, Max Langer. Já a presa não teria passado dos 55 cm de comprimento. Na pança da espécie maior estavam pequenos ossos do crânio da presa, bem como alguns dentes.

 

Os crocodilos e jacarés de hoje possuem o trato intestinal mais ácido de todos os vertebrados. Talvez por isso essa seja a primeira vez que um fóssil do grupo foi encontrado com uma vítima identificável na cavidade corporal.

 

Acredita-se que os A. sordidus fossem predadores de grande porte em seu ambiente, enquanto o crocodilo devorado fazia parte de um grupo de onívoros (animais que se alimentam de tudo). Então, em termos modernos, seria mais como uma onça devorando uma raposa, e não algo como canibalismo.

 

QUEM COME QUEM

No estudo, os pesquisadores aproveitaram ainda para esboçar como seria a cadeia alimentar do interior paulista no fim do período Cretáceo. A fauna era variada, incluindo insetos, pequenos mamíferos, tartarugas e dinossauros, mas o novo achado reforça a ideia de que os principais vertebrados terrestres eram mesmo os crocodilos, inclusive ocupando nichos (“papéis” ecológicos) que nenhum de seus parentes atuais ocupa, como o de comedores de insetos ou mesmo o de herbívoros.

 

O curioso é que, por conta disso, os dinossauros ficavam em segundo plano.

 

“Isso pode ter acontecido pela competição com essa fauna mais diversificada de crocodilos ou por causas ambientais que só afetavam os dinossauros, possibilitando a maior diversidade de crocodilomorfos. Mas ainda não temos evidências efetivas de nenhum desses possíveis fatores”, afirma Langer. (Folha de São Paulo) http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2014/05/1457490-paleontologos-descobrem-especie-de-crocodilo-extinto-em-sao-paulo.shtml

4 – Fauna brasileira registra 1.051 espécies em extinção, ante 627 em 2003

Coordenador do estudo disse que situação não piorou, pois ‘o universo analisado quintuplicou’; ministra do Meio Ambiente anunciou pacote de medidas para a fauna brasileira

O estudo Avaliação do Risco de Extinção da Fauna Brasileira, desenvolvido por 929 especialistas entre 2010 e 2014, mostra que atualmente 1.051 espécies de animais estão ameaçadas de extinção. Na primeira edição, de 2003, eram 627.

 

“A situação não piorou. O universo analisado quintuplicou, daí o aumento da lista”, afirmou o diretor de pesquisa, avaliação e monitoramento de biodiversidade do Instituto Chico Mendes, Marcelo Marcelino, responsável pela coordenação do trabalho.

 

Ao todo, foram avaliadas 7.647 espécies. Do total, 11 foram consideradas extintas, 121 tiveram sua situação agravada. A situação piorou, por exemplo, para o tatu-bola. “Seu habitat, a caatinga, vem sofrendo uma redução. Além disso, a espécie é muito vulnerável à caça”, completou. Para outras 126, a ameaça foi reduzida, mas ainda persiste.

 

O trabalho mostra que 77 espécies saíram da situação de risco – entre elas, a baleia Jubarte. Em 2012, foram contabilizados 15 mil indivíduos, quantidade significativamente maior do que os 9 mil encontrados em 2008. Duas espécies dos macacos uacaris e o peixe-grama também saíram da situação de perigo.

 

Os números foram apresentados nesta quinta-feira, 22, pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. Além do balanço, ela anunciou um pacote de medidas para tentar preservar a fauna brasileira. Entre as ações, está a moratória da pesca e comercialização da piracatinga, por cinco anos.

 

A regra, que começa a valer a partir de janeiro de 2015, tem como objetivo proteger o boto vermelho e jacarés, que são usados como isca. “Vamos criar um grupo para tentar encontrar alternativas a essa prática”, afirmou Izabella. A pesca acidental e comercialização de tubarão-martelo e lombo-preto também estão proibidas, a partir da agora. As duas medidas foram adotadas em parceria com o Ministério da Pesca e Aquicultura.

 

Izabella anunciou também a criação de uma força-tarefa de fiscalização, formada pelo Ibama, ICMBio e Polícia Federal para combater a caça de fauna ameaçada, como peixe-boi da Amazônia, boto cor-de-rosa, arara azul de lear, onça pintada, tatu-bola, tubarões, arraias de água doce e a extensão da bolsa verde para comunidades em situação de vulnerabilidade econômica em regiões consideradas relevantes para conservação de espécies ameaçadas de extinção. A bolsa será no valor de R$ 100 mensais.  (O Estado de São Paulo)

http://www.estadao.com.br/noticias/vida,fauna-brasileira-registra-1051-especies-em-extincao-ante-627-em-2003,1170125,0.htm