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Informativo 593 – Menos 30% e 420 mil amostras de plantas

1 – Gases-estufa provenientes do gado podem cair 30% no mundo, diz FAO

2 – Jardim Botânico do RJ lança plataforma online com mais de 420 mil amostras de plantas

 

1 – Gases-estufa provenientes do gado podem cair 30% no mundo, diz FAO

Relatório é o estudo mais exaustivo já feito até hoje sobre o assunto, segundo a organização
 
As emissões de gases de efeito estufa produzidas pelo gado, em particular pela flatulência de vacas, podem diminuir 30% graças a um maior uso das boas práticas e tecnologias existentes, segundo um relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) publicado nesta quinta-feira (26).
 
Cerca de 45% desses gases vêm da produção e do processamento de alimentos, 39% são provenientes da digestão das vacas e 10% vêm da decomposição do esterco, lembra a FAO, que tem sede em Roma. O restante se deve ao processamento e transporte de produtos de origem animal.
 
O relatório, intitulado “Enfrentar a mudança climática através do gado: Uma avaliação global das emissões e das oportunidades de mitigação”, é o estudo mais exaustivo já feito até hoje, segundo a organização.
 
No total, as emissões de gases de efeito estufa associadas à cadeia de produção de gado chegam a 7,1 gigatoneladas de dióxido de carbono equivalente (CO2eq, medida que soma a concentração de dióxido de carbono, metano, óxido nitroso e outros gases na atmosfera) por ano, o que representa 14,5% de todas as emissões desses gases de origem humana, destaca a FAO.
 
A adoção de melhores práticas e tecnologias para alimentação, saúde, criação de gado e gestão de esterco, além do uso de geradores de biogás e dispositivos de economia de energia, podem permitir reduzir a emissão de gases em 30%, calcula a organização.
 
No caso dos bovinos, bastaria usar um pasto mais fácil de digerir. A genética também poderia ajudar a melhorar espécies para que emitam menos gases, diz a FAO.
 
“Essas novas descobertas demonstram que há um grande potencial para melhorar o comportamento ambiental do setor, e nos fazem perceber que esse potencial está realmente ao nosso alcance”, afirmou Ren Wang, vice-diretor geral da FAO, responsável pelo Departamento de Agricultura e Proteção do Consumidor.
 
Com a demanda crescente de produtos da indústria agroalimentar, em particular nos países emergentes, “é imperativo que o setor comece agora a trabalhar para alcançar essas reduções, para ajudar a compensar o aumento das emissões globais que o crescimento futuro da produção de gado implicará”.
 
No entanto, nos países desenvolvidos, onde a intensidade de emissões é relativamente baixa, mas o volume global da produção e das emissões é alto, mesmo uma pequena diminuição na intensidade pode resultar em ganhos significativos. Esse é o caso, por exemplo, da produção leiteira na Europa e na América do Norte, e da criação de suínos na Ásia Oriental. (Portal G1, via Agência Ambiente Brasil)

 

2 – Jardim Botânico do RJ lança plataforma online com mais de 420 mil amostras de plantas

Herbário virtual será o maior conjunto de imagens de amostras botânicas já disponibilizado no país
 
Imagine poder consultar, no conforto de sua casa, uma bromélia coletada há cinquenta anos em Copacabana. Ou uma espécie rara que abundava em Macaé no século passado. A partir de 30 de setembro, o lançamento do Herbário Virtual-Reflora oferecerá o acesso a mais de 420 mil imagens em alta resolução e dados de amostras de plantas brasileiras. Lançada pelo Jardim Botânico do Rio, a plataforma online é o maior conjunto de imagens de amostras botânicas já disponibilizado no país, gratuito e aberto a todos os internautas.
 
Herbários são meios essenciais para se obter informações sobre a flora nativa ou estrangeira. Graças às suas coleções, podemos ter uma ideia de como era a vegetação no passado. O problema é que as fronteiras físicas sempre criaram obstáculos para pesquisadores ou simples leigos interessados. Com as facilidades vez mais maiores de digitalização e armazenamento, os herbários virtuais chegaram para eliminar distâncias e democratizar o acesso ao material.
 
– Estas amostras contam não só a historia da vegetação, mas também de um pensamento cientifico de uma época – lembra Rafaela Campostrini Forzza, coordenadora do Herbário. – Por que elas contam como os naturalistas que as coletaram naquela época enxergavam o Brasil. Ou seja, o interesse também é histórico, vai além do botânico. Afinal, amostras não são substituíveis. Mesmo sendo de uma mesma espécie, uma planta coletada em Macaé em determinada é data será uma amostra diferente da de outra data. O fato é registrado na hora e há uma acumulação de valores.
 
Muito do que foi coletado pelos naturalistas dos séculos XVIII e XIX foram repassados para herbários europeus. Hoje, para se ter acesso a estas, denominadas tecnicamente de “exsicatas”, os pesquisadores obrigados a viajar para os países onde estão guardadas ou ainda pedir exemplares pelo correio (o que sempre implica um grande perigo). O formato digital facilitará os estudos e a troca de informação. Com imagens em alta resolução, o site permite inclusive medir o tamanho da flor.
 
– Em certa medida, é possível fazer uma identificação ao nível de espécie, ou seja, precisa, apenas pela imagem – diz Rafaela. – Mas há tipos de plantas características que precisam ser abertas com lupas e analisadas com lupa. Estas, só com amostras físicas.
 
Mesmo para estas espécies, contudo, o herbário virtual ainda é vantajoso. Antes, quando um pesquisador queria estudar uma planta de outro herbário, pedia todos os exemplares pelo correio. Agora, o acervo digital lhe permitirá fazer uma pré-seleção, diminuindo assim os riscos de perda.
 
A iniciativa é do CNPq com execução do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, que sedia o Herbário Virtual, e parceria com o Royal Botanic Gardens, Kew, no Reino Unido, o Muséum National d’Histoire Naturelle de Paris e a FAPERJ e FAPEMIG, com patrocínio das empresas Natura e Vale. O herbário é aberto a todo mundo, mas alguns pesquisadores terão acesso a um login, com o qual poderão entrar no site e acrescentar informações as espécies de forma colaborativa. (Bolívar Torres/O Globo)
http://oglobo.globo.com/ciencia/revista-amanha/jardim-botanico-do-rj-lanca-plataforma-online-com-mais-de-420-mil-amostras-de-plantas-10171937#ixzz2g6JfZGHP