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Informativo 273 – Aves ameaçadas; ameaça nas profundezas; megadiversidade brasileira e NASA desmente IPCC

1 – Parques preservarão aves ameaçadas

2 – Ameaça nas profundezas

3 – A megadiversidade brasileira

4 – Mudanças climáticas: NASA desmente IPCC sobre floresta Amazônica

 

1 – Parques preservarão aves ameaçadas

Nesta quinta-feira (10/6), criação e ampliação de unidades de conservação na Bahia serão anunciadas
Uma espécie popularmente conhecida no Brasil como gravatazeiro (Rhopornis ardesiacus), uma das aves mais raras das Américas, corre o risco de desaparecer, caso medidas efetivas não sejam tomadas a tempo. Por isso, o anúncio da criação e ampliação de 60 mil hectares de áreas de proteção federal na Bahia – entre elas a do Parque Nacional de Boa Nova, habitat natural dos gravatazeiros – está sendo recebida com alívio pelos ambientalistas. A cerimônia que oficializa as unidades de conservação está marcada para quinta-feira (10/6), em Salvador.
Segundo o secretário do Meio Ambiente da Bahia, Eugênio Spengler, a medida garante a manutenção da flora e da fauna locais, incluindo as aves. “Com isso, passaremos a ter uma política de conservação clara e segura, o que nos permitirá, por meio de planos de manejo, fazer todos os investimentos necessários”, destaca.
O secretário explica que Boa Nova é um dos municípios mais pobres da Bahia. “O local é um grande atrativo para turistas, mas isso não mudou em nada a vida daquela população. A criação do parque, inclusive, permitirá que a prefeitura organize a situação e conserve o patrimônio natural”, enfatiza. Além da área em Boa Nova, serão criados os parques nacionais de Serra das Lontras, do Alto do Cariri, do Pau-brasil e do Descobrimento.
Levantamento realizado pela Sociedade para a Conservação das Aves do Brasil (Save Brasil), representante no país da entidade BirdLife International, já havia alertado para a situação das aves e consequentemente de toda a biodiversidade em algumas dessas áreas. Os especialistas se basearam em um método de priorização para classificar as áreas de conservação das espécies, as chamadas Áreas Importantes para a Conservação de Aves (Ibas, na sigla em inglês). Segundo o biólogo Pedro Develey, diretor de Conservação da Save Brasil, foram identificadas 8 mil Ibas no mundo todo. “No Brasil, priorizamos 237”, destaca. 
Segundo Develey, alguns dados relativos às áreas de proteção do país são alarmantes. “A conclusão é que das 237 Ibas levantadas pelo nosso estudo, num total de 94 milhões de hectares de terra, somente 27 milhões estão sendo efetivamente preservadas. Ou seja, hoje existem 67 milhões de áreas prioritárias sem garantias de manutenção”, alerta. 
A entidade considera que a criação do parque em Boa Nova é um marco nos esforços para a proteção da biodiversidade da região. Localizada no nordeste do Planalto da Conquista, a região é de grande importância para as aves por ficar entre a Mata Atlântica e a caatinga.
“Numa linha de 10km, é possível sair da caatinga, passar pela Mata de Cipó e chegar à Mata Atlântica. Em Boa Nova, foram contabilizadas 396 espécies de aves, sendo que 14 estão globalmente ameaçadas. Por esse motivo, a criação de um parque é o melhor dos cenários”, afirma Develey, lembrando que a Serra das Lontras também merece cuidados. O local possui 330 espécies de aves, sendo 16 delas globalmente ameaçadas. 
No Brasil, existem ao todo 1.834 espécies de aves, sendo que 122 se encontram globalmente ameaçadas de extinção, de acordo com o biólogo. “O país está entre os três primeiros do mundo com maior número de espécies. Porém, em termos de ameaça de extinção, ele está em primeiro lugar”, destaca. A ararinha-azul (Cyanopsitta spixii), segundo Develey, é uma espécie característica da caatinga que desapareceu da natureza. “Na Mata Atlântica nordestina, entre Pernambuco e Alagoas, há o maior registro de bichos ameaçados. Uma das aves que corre mais risco é a limpa-folha-do-nordeste (Philydor novaesi)”, aponta o especialista. 
O mapeamento da Save começou há cerca de 10 anos. Ao todo foram analisadas 450 áreas e 700 espécies. O material publicado pela entidade traz conclusões a respeito da situação das aves nos seis biomas brasileiros (Mata Atlântica, caatinga, Pantanal, Amazônia, pampa e cerrado). 
Para o biólogo do Instituto de Pesquisas da Amazônia (Inpa), o pequisador Mario Cohn-Haft, o trabalho dos biólogos e especialistas que comandam estudos como o da Save Brasil é fundamental para a tomada de decisões dos governantes. “Atualmente, as aves têm sofrido diversas ameaças, como a caça, por exemplo. Acredito que a criação de áreas protegidas sejam importantes, mas esse é o primeiro passo para um trabalho de tempo indefinido”, diz. (Gisela Cabral) (Correio Braziliense, 9/6)

 

2 – Ameaça nas profundezas

Concentração de poluentes é até 10 mil vezes maior sob a superfície do Golfo
Apoluição causada pelo vazamento de petróleo e gás do poço da plataforma da British Petroleum (BP) Deepwater Horizon, que explodiu e afundou há 50 dias no Golfo do México, está se espalhando por meio de colunas bem abaixo da superfície do mar, o que representa um perigo ainda maior para a vida marinha na região, informaram na terça-feira (8/6) cientistas americanos.
Segundo Samantha Joye, da Universidade da Geórgia, as concentrações de metano da coluna que sai diretamente do poço são até 10 mil vezes maiores do que as normalmente encontradas, com consequências ainda não sabidas sobre a fauna local. Isso embora muitas partes do Golfo do México já sejam consideradas “zonas mortas” devido à poluição. 
– É uma infusão de óleo e gás nunca vista antes, certamente não ao longo da História humana – disse Joye, acrescentando que só esta coluna tem mais de 24 quilômetros de comprimento, 8 quilômetros de largura, 90 metros de altura em uma faixa que vai de 700 a 1,3 mil metros de profundidade 
Obama “chuta traseiros” 
Já o presidente dos EUA, Barack Obama, usou palavras duras para criticar a atuação da BP na resposta ao vazamento e, ao mesmo tempo, defender a sua. Em entrevista ao programa de TV da rede NBC “Today”, exibido na terça-feira, disse que demitiria sumariamente o presidente da empresa, Tony Hayward, se este trabalhasse para ele. 
– Só falamos com este pessoal porque eles potencialmente têm as melhores soluções (para o vazamento), então sei o traseiro de quem chutar – afirmou Obama. 
Hayward foi convocado a testemunhar perante ao Congresso americano no próximo dia 17 sobre o papel da empresa na explosão da plataforma e o subsequente vazamento e vai comparecer, informou a BP. Segundo cálculos divulgados na terça-feira, só na Flórida o vazamento deverá provocar o fechamento de 195 mil postos de trabalho e prejuízos da ordem de US$ 11 bilhões. 
Outros testes realizados por pesquisadores da Universidade do Sul da Flórida indicam que as concentrações de compostos químicos relacionados ao petróleo na água do Golfo até estão relativamente baixas.
O problema é que muitos compostos tóxicos que normalmente evaporariam em um derramamento na superfície estão se espalhando pelo oceano por baixo da água, pois a fonte do vazamento está no fundo do mar. 
Os resultados dos testes parecem confirmar informações inicialmente divulgadas há três semanas de que tais poças de petróleo semi-disperso estão se espalhando sob a superfície por grandes distâncias no Golfo do México, algumas a até mais de 67 quilômetros do vazamento. Para piorar o cenário, bactérias estão consumindo alguns dos compostos químicos em um ritmo acelerado e assim reduzindo fortemente os níveis de oxigênio na água, embora ainda não a um ponto fatal para a vida marinha da região. 
Por sua vez, a Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera (Noaa, na sigla em inglês), que ajudou a financiar o levantamento de Joye, demonstrou preocupação com as consequências ambientais desconhecidas do acidente sobre peixes, corais e outras formas de vida. 
– Estamos fazendo o melhor que podemos para determinar para onde o óleo está indo, onde ele se encontra na superfície, onde ele pode estar debaixo d’água e que efeitos terá sobre as comunidades das cidades costeiras e a saúde do Golfo – contou Jane Lubchenco, chefe da Noaa. 
Dinheiro para recuperação 
Enquanto isso, o almirante da Guarda Costeira dos EUA Thad W. Allen, comandante dos esforços de contenção do desastre, disse na manhã de terça-feira que o funil colocado sobre o poço conseguiu capturar 14.482 barris de óleo do vazamento nas 24 horas anteriores, elevando para 42,5 mil barris a quantidade total impedida de se espalhar pelo mar em quatro dias. Outros 30,6 milhões de metro cúbicos de gás foram queimados.
A BP informou que o dinheiro a ser arrecadado com a venda deste petróleo recuperado serão direcionados para um fundo dedicado à proteção do meio ambiente da região do Golfo, embora ainda não tenha uma previsão do volume destes recursos. (O Globo, 9/6)

 

3 – A megadiversidade brasileira

 

A primeira meta da Convenção sobre a Diversidade Biológica da ONU, cujo prazo final é 2010, foi cumprida. Mais de 400 pesquisadores brasileiros se envolveram no trabalho que conseguiu fazer um cadastro inédito com mais de 41.121 espécies da nossa flora. A lista foi idealizada pelo Ministério do Meio Ambiente e elaborada pelo Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora). A IHU On-Line conversou, por telefone, com uma das pesquisadoras envolvidas no projeto, Paula Leitman, e o coordenador do CNCFlora, Gustavo Martinelli. Eles contaram como a pesquisa foi feita, as novidades que ela trouxe e a representação dela para a biodiversidade do país.

Essas 40 mil espécies incluem vegetais, fungos, algas, entre outras. Os cálculos apontam que cerca de uma espécie nova é descrita e publicada a cada dois dias no Brasil, relatou Gustavo. Paula explica que agora o desafio é fazer outra lista, mas das espécies raras ou em extinção. Esta pesquisa faz com que tenhamos a real noção de quantas espécies podemos trabalhar e quais estão ameaçadas. Serve também para fazer fóruns regionais com o objetivo de saber o que existe dentro de cada estado, para cruzar os dados com os de unidades de conservação, explicou.

Paula Leitman é botânica pela Universidade Santa Úrsula (RJ) e assistente de coordenação da Lista de Espécies da flora do Brasil. Atualmente, trabalha no Instituto de Pesquisa Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

Gustavo Martinelli é doutor em Ciências pela University of St. Andrews (Inglaterra). É consultor do Conservation International do Brasil, membro da Fundação SOS Mata Atlântica e pesquisador do Instituto de Pesquisa Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Confira a entrevista.
IHU On-Line – Qual é a grande novidade que traz esse cadastro das espécies da flora brasileira?
Gustavo Martinelli – A novidade é que, após a Flora brasiliensis, feita em 1906, por Von Martius [1] e seus colaboradores, o país tem a lista de suas espécies atualizada.
Paula Leitman – A novidade é reunir, em uma única obra, todos os nomes da botânica que são considerados aceitos para a ciência e ocorrem no Brasil. Essa lista estava até então defasada. Desde a publicação de Martius, não houve nenhuma obra que reunisse todas as espécies da flora brasileiras.
IHU On-Line – São mais de 40 mil espécies. O que isso significa para a biodiversidade brasileira?
Gustavo Martinelli – Essas 40 mil espécies incluem vegetais, fungos, algas, entre outras. Os cálculos apontam que cerca de uma espécie nova é descrita e publicada a cada dois dias no Brasil. Este estudo tem vários significados. Primeiro, ele representa o cumprimento de um objetivo nacional com relação as 60 metas estabelecidas para a biodiversidade no país, que devem ser atingidas até 2010, uma vez que são compromissos assumidos internacionalmente no âmbito da Convenção da ONU. O importante é que essa lista permite uma visão, para a academia, para tomadores de decisão e até para a sociedade, dos nomes científicos, da ocorrência e de onde essas espécies ocorrem.
A outra importância é que medimos a biodiversidade pelo número de espécies. O Brasil é considerado um país de megadiversidades exatamente pelo elevado número de espécies que possui. Porém, esse elevado número sempre foi muito mais de caráter estimativo do que uma aproximação mais acurada. Essa é a grande função dessa lista na medida em que o país passa a ter uma avaliação mais precisa da riqueza de espécies existentes. Esse número representa quase 14% da riqueza de plantas do mundo, o que é bem significativo.
Paula Leitman – Isso serve para termos uma ideia de qual é a real biodiversidade brasileira. As estimativas anteriores eram um tanto superestimadas, de 50 a 70 mil espécies no Brasil. Na verdade, esta pesquisa faz com que tenhamos a real noção de quantas espécies podemos trabalhar e quais estão ameaçadas. Serve também para fazer fóruns regionais com o objetivo de saber o que existe dentro de cada estado, para cruzar os dados com os de unidades de conservação. Saber o que compõe essa diversidade é muito importante para proteger nossas espécies.
IHU On-Line – Há quanto tempo essa pesquisa vem sendo feita?
Paula Leitman – A pesquisa começou a ser feita no início de 2009. Em agosto de 2008, foi formado um comitê organizador para definir quem seriam os coordenadores dos grandes grupos. Depois houve a incorporação de listas, que já foram publicadas, ao sistema com o objetivo de dar uma base em que especialistas pudessem trabalhar. A partir de maio de 2009, começamos a trabalhar realmente na pesquisa.
IHU On-Line – E como a pesquisa foi feita?
Paula Leitman – Foram mais de 400 colaboradores usando um sistema on-line, onde todos trabalhavam ao mesmo tempo, nos mesmos dados. São pesquisadores brasileiros e do exterior, trabalhando em uma reunião de informações que já existiam ou que estavam na cabeça de um pesquisador ou que ainda não estava formalmente publicado. Abrimos uma edição especial da revista Rodriguésia, do Jardim Botânico, para agilizar o processo de descrição de espécies que estavam para ser publicadas. Isso porque as publicações científicas nem sempre são muito rápidas, e essas informações deveriam ser publicadas a tempo da revista ser lançada.
IHU On-Line – O estudo – Plantas raras do Brasil- diz que há 2.291 espécies de plantas que só ocorrem no Brasil. Que tipos de plantas são essas que só vivem aqui?
Gustavo Martinelli – O estudo aponta as espécies que são endêmicas no país e aponta os biomas e estados onde ocorrem. São várias as plantas que só existem no país, como o Pau-Brasil. O número de espécies endêmicas é realmente muito grande.
Agora que temos essas informações sobre as espécies que existem no Brasil, poderemos fazer a lista de espécies ameaçadas de extinção, um trabalho para avaliar todos os tipos de riscos de ameaça. Esta é a meta 2 da Estratégia Global para a Preservação de Plantas. Também é a meta na qual o Centro Nacional de Conservação da Flora, que coordenou todo o processo da lista junto de mais de 400 cientistas e taxonomistas do Brasil e exterior, pretende atuar através de um trabalho de avaliações, de ajustes de metodologias e o aprofundamento de como avaliarmos um número tão grande de espécies quanto ao risco de ameaça.
IHU On-Line – Qual é o estado com a maior diversidade e conservação de espécies?
Gustavo Martinelli – Basicamente, os estados que têm maior riqueza de espécie são aqueles que têm maiores quantidades de informação, o que não significa que sejam mais ou menos ricos. Estados como Amazonas e Pará podem ter um número menor de informações, mas são estados com muita diversidade de espécies. Quando falamos que um estado é mais rico, com maior quantidade de espécies, ele é considerado rico porque tem mais informações. Dentro dessa ótica, estão Rio de Janeiro, Bahia, Minas Gerais, São Paulo, por serem regiões onde se concentra um maior número de instituições científicas.
IHU On-Line – Quais são as áreas-chave para a conservação da flora brasileira?
Gustavo Martinelli – Já existe um documento nacional, feito pelo Ministério do Meio Ambiente, chamado – As áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade brasileira. Ele é dividido por biomas, e para cada um foram feitos mapas apontando as riquezas da fauna, flora e os diferentes ecossistemas. Esses mapas já estão disponíveis e consolidados. Do ponto de vista global, temos duas áreas consideradas que associam maior riqueza de espécies e maior ameaça à conservação: a Mata Atlântica e o Cerrado.
IHU On-Line – Quais as implicações da abundância da biodiversidade para os outros setores da nossa sociedade, como a economia, por exemplo?
Gustavo Martinelli – Isso é muito simples por um aspecto, mas muito difícil por outro. O fato é que quanto maior a riqueza de espécies, maior é o potencial de serviços ecossistêmicos que essas espécies propiciam para a sociedade. Se temos uma região com uma riqueza de espécies e de ambientes, e que, com isso, promove fornecimento de água doce, de matérias-primas naturais, de energia, quanto mais rica ela for, melhor estará a sociedade. A riqueza de espécies está associada a uma possibilidade melhor de vida.
IHU On-Line – Qual sua avaliação sobre as iniciativas de trabalho para reduzir a perda da biodiversidade?
Gustavo Martinelli – Do meu ponto de vista, há avanços muito grandes, porque a biodiversidade começa de fato a se consolidar dentro das agendas políticas e de desenvolvimento do país, mas há muito trabalho a ser feito. Há exemplos muito interessantes de como se pode ter padrões de desenvolvimento, considerando a biodiversidade e a sustentabilidade. Por outro lado, vemos, em muitos segmentos, o desenvolvimento a qualquer custo. O lucro material é o ponto focal, desconsiderando os efeitos que, mais na frente, isso pode causar. Há muitos desafios a serem enfrentados para entrarmos em um equilíbrio entre desenvolvimento e sustentabilidade.
IHU On-Line – A Convenção sobre Diversidade Biológica fala do papel da mulher na conservação e na utilização sustentável da diversidade biológica. Hoje, qual a participação da mulher nessa questão?
Paula Leitman – Não quero parecer feminista, mas acredito que a maioria das especialistas que formam taxonomistas são mulheres. Não sei se é uma questão da facilidade de didática, da habilidade de passar a informação e de ensinar. Vejo uma grande função feminina nesse sentido.
Notas:
[1] Carl Friedrich Philipp von Martius foi um médico, botânico, antropólogo alemão. Von Martius passou dez meses de sua vida na região norte do país, tempo suficiente para marcar os 40 anos posteriores à sua passagem, tão intensa foi sua ligação com essa região, sendo seus estudos sobre botânica um grande legado cultuado até os dias atuais, com a publicação de sua notória obra Flora Brasiliensis. Foi um dos pioneiros no estudo do guaraná. Fonte: Entrevista com Paula Leitman e Gustavo Martinelli, Instituto Humanita Unisinos

 

4 – Mudanças climáticas: NASA desmente IPCC sobre floresta Amazônica

 

 

Ao contrário de um relatório previamente publicado pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, IPCC, cientistas da Nasa concluíram que a floresta amazônica não foi seriamente afetada em face da maior seca em 100 anos, ocorrida em 2005. Segundo o estudo, não foram encontradas diferenças significativas na cobertura vegetal da floresta entre os períodos de seca ou vicejo, sugerindo que a floresta é mais tolerante à seca do que se pensava.
O estudo foi feito pelo pesquisador Arindam Samanta, ligado à Universidade de Boston, que usou dados do satélite de sensoriamento TERRA para medir o verdor da floresta ao longo da última década. O resultado do trabalho foi publicado esta semana na revista científica Geophysical Research Letters.
O novo estudo descobriu que os resultados anteriores, publicados na revista Science em 2007, foram falhos e não podiam ser reproduzidos. O novo trabalho traz alguma clareza sobre como a floresta, com sua rica biodiversidade poderá se alimentar no futuro diante das pressões da exploração e das mudanças climáticas, disse o professor da Universidade de Boston Ranga Myneni, coautor do novo estudo.
Atualmente, o IPCC está sob fogo cruzado devido a várias imprecisões nos dados usados nos relatórios, incluindo um baseado em estudo da WWF (Fundo Mundial para a Vida Selvagem) que considera que 40% da floresta amazônica poderiam reagir de forma drástica e ser substituída por savanas e até mesmo diminuir o nível de precipitação.
Nossos resultados não indicam essa sensibilidade extrema, como a redução nas chuvas, disse Sangram Ganguly, outro coautor do novo estudo, ligado à área de pesquisa ambiental do Centro de Pesquisas Ames, da Nasa.
Segundo o pesquisador José Marengo, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, INPE, os dados usados pelo WWF em seu relatório estão totalmente errados e produziram dados também incorretos. Os dados recentes, segundo Marengo, são muito mais confiáveis e deverão apresentar resultados muito mais confiáveis.
Fonte: Apolo11  http://www.apolo11.com/mudancas_climaticas.php?posic=dat_20100312-084726.inc

Fonte: SBEF de 05.06.2010