1 – Governo federal comete erro em dados sobre o desmatamento do Cerrado
2 – O desafio de frear o desmatamento
3 – Sementes da concórdia
1 – Governo federal comete erro em dados sobre o desmatamento do Cerrado
Média anual de devastação, inicialmente estimada em 21.260 quilômetros quadrados para o período 2002-2008 foi corrigida para 14.179 km²
Herton Escobar escreve para “O Estado de SP”:
Os números do Ministério do Meio Ambiente (MMA) sobre o desmatamento no Cerrado, divulgados em setembro, estavam errados. A média anual de devastação, inicialmente estimada em 21.260 quilômetros quadrados para o período 2002-2008 foi corrigida para 14.179 km² – um erro de 33%.
Os dados originais haviam sido divulgados com grande alarde pelo ministro Carlos Minc, em entrevista coletiva, no dia 10 de setembro, véspera do Dia do Cerrado. Os novos dados, corrigidos, foram divulgados anteontem, sem nenhum alarde, por meio de uma nota oficial nos sites do Ibama e do MMA.
Segundo a nota, o erro deveu-se a uma “inconsistência na atribuição da data do desmatamento”. Metade do desmate registrado como tendo ocorrido no período 2002-2008, na verdade, era anterior a 2002. “Em resumo, a revisão demonstrou que no período 2002-2008 houve um desmatamento de 85.075 km² e não de 127.564 km²”, informa a nota. Os cálculos são do Centro de Sensoriamento Remoto (CSR) do Ibama.
Mesmo com a correção, a média de 14 mil km² ainda está muito acima da calculada por pesquisadores do Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento (Lapig) da Universidade Federal de Goiás (UFG). Pelos dados do Lapig, noticiados no dia 27 de setembro com exclusividade pelo Estado, a média anual de desmatamento no Cerrado no mesmo período foi de 5.600 km².
Três especialistas em sensoriamento remoto consultados ontem pelo Estado disseram que os números do MMA ainda parecem “altos demais”, apesar de serem baseados em imagens de satélite de melhor resolução do que os do Lapig.
Os números têm influência direta sobre a meta de reduzir 40% do desmatamento no Cerrado até 2020, que o governo levará à Convenção do Clima de Copenhague como parte de sua estratégia nacional de combate ao aquecimento global. Se a linha de base estivesse superestimada, a redução “real” necessária para cumprir a meta seria menor.
Segundo a nota do Ibama, os cálculos da meta nacional para Copenhague já levam em conta os números corrigidos para o período 2002-2008. A estimativa do desmatamento histórico no Cerrado não foi alterada – permanece em 975.711 km², o que equivale a quase 48% da área do bioma.
2 – O desafio de frear o desmatamento
Conter a devastação da Amazônia é o maior obstáculo do país para alcançar a meta de redução das emissões de carbono
Márcia Maria Cruz escreve para o “Correio Braziliense”:
O Brasil deverá assumir na 15ª Conferência das Partes (COP-15), que começa em uma semana, em Copenhague, na Dinamarca, um compromisso ousado para a redução da emissão de gases de efeito estufa. Mas a tarefa não será nada fácil.
Projeção feita pelo ministro de Ciência e Tecnologia dos governos de Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso, José Israel Vargas, indica que, se a derrubada de árvores na Amazônia continuar seguindo a média atual, em 2020 terão sido desmatados 980 mil quilômetros quadrados, área duas vezes maior que o território de Minas Gerais. “Se o ritmo for mantido, até 2040 toda a floresta de mata úmida será devastada”, afirma Vargas. Esse bioma representa um terço da Amazônia Legal.
Um dos cinco países que mais contribuem para o aquecimento global, o Brasil terá de frear o desmatamento da Floresta Amazônica e do cerrado para atingir a meta voluntária de redução de carbono anunciada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva há 10 dias – de 36,1% a 38,9% até 2020.
Voluntária porque o país não integra o Anexo 1 do Protocolo de Kyoto, composto por 37 nações industrializadas que, pelo documento assinado no Japão em 1997, deveriam cortar suas emissões em 5,2%. Ou seja, o Brasil não tem a obrigação legal de estabelecer uma meta numérica de redução.
A partir de um estudo matemático, José Israel demonstra que o desmatamento da floresta tem correlação direta com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Portanto, para que cesse a derrubada indiscriminada de árvores, deve existir um esforço para mudar as bases do crescimento econômico puxado pelas indústrias, principalmente do Sudeste.
Os dados, que foram apresentados no Senado Federal pelo ministro de Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, são preocupantes. No Inventário Brasileiro das Emissões e Remoções Antrópicas de Gases de Efeito Estufa, com os dados que serão apresentados pelo governo brasileiro na COP-15, o desmatamento corresponde a 58% da emissão dos gases poluentes.
Em 2005, a destruição da floresta jogou na atmosfera 1,27 bilhão de toneladas de gases que contribuem para o aumento do efeito estufa, 70% a mais das emissões de 1990, com 746,4 milhões de toneladas. Somando todos os setores, o país emitiu 2,2 bilhões de toneladas de gases que aceleram o aquecimento global este ano.
O inventário é parte da Comunicação Nacional à Convenção Quadro da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Mudanças do Clima. O prazo legal de apresentação se encerra em 31 de março de 2011, mas a divulgação das informações mais importantes foi adiantada devido à realização da COP-15, de 7 a 18 de dezembro, em Copenhague.
Durante a apresentação do inventário no Senado, o ministro Sergio Rezende informou que, durante o primeiro semestre de 2010, todos os dados serão submetidos a uma consulta ampla de especialistas que não participaram diretamente da elaboração do documento. “A recepção das informações foi concluída este mês para a apresentação, em janeiro de 2010, do relatório de referência, para ser discutida em consulta pública e seminários”, disse Rezende.
De 1990 a 2005, o Brasil aumentou em 62% a emissão de poluentes. Os fatores que mais contribuíram para o índice foram o setor de tratamento de resíduos, que inclui o esgoto, (aumento de 77%), o desmatamento (70%) e o setor energético (68%) – com dados relativos a emissões relacionadas à produção, à transformação e ao consumo de energia.
O último inventário feito no país era referente aos dados do período de 1990 a 1994. O anúncio das informações foi precedido de uma tensão no governo entre os ministérios do Meio Ambiente e de Ciência e Tecnologia. Durante a posse dos titulares do painel, no Rio de Janeiro, o ministro Carlos Minc (Meio Ambiente) tentou desfazer o clima de rivalidade com o MCT, afirmando que não há divergência dos dados divulgados pelas duas pastas.
Fenômeno natural
O gás carbônico ou dióxido de carbono (CO2) costuma ser visto como o principal vilão do aquecimento global. No entanto, com ele, o metano (CH4), o óxido nitroso (N2O), os hidrofluorcarbonos (HFC), os perfluorcarbonos (PFC) e o hexafluoreto de enxofre (SF6) compõem o conjunto de substâncias que causam o aquecimento do planeta. Fenômeno natural responsável pelo aquecimento da Terra (sem ele não haveria temperatura razoável para a vida no planeta), o efeito estufa se torna maléfico quando esses gases se acumulam em excesso na atmosfera, aumentando de forma exagerada a temperatura do globo.
Se a Terra não fosse coberta por essa espécie de manto, o clima seria demasiadamente frio. Os gases de efeito estufa são essenciais para tal cobertura, mas quando ultrapassam determinada quantidade – 390ppm (partes por milhão) – começam os problemas. Os cientistas alertam que o derretimento das geleiras em diferentes partes do planeta, como no Monte Kilimanjaro, na África, e no Himalaia, na Ásia; o degelo nos polos Norte e Sul; ou as catástrofes naturais que assolam os continentes, como as tsunamis na Ásia, estão relacionados ao aumento da temperatura no planeta.
O alerta em relação à mudança do clima é a bandeira apresentada pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU, formado em 1998. Os cientistas do IPCC defendem que o aquecimento global é resultado das atividades humanas (antrópicas) e não de ciclos naturais. (Correio Brasiliense, 30/11)
3 – Sementes da concórdia
Técnica usada no plantio de soja e na semeadura das pastagens se tornou decisiva para o sucesso do projeto de reflorestamento da vegetação ciliar do Médio Xingu
Marcelo Leite escreve para a “Folha de SP”:
Aracá, um icpengue de idade avançada e indefinida, chega com expressão grave no rosto pintado de urucum à casa de Rosana Gasparin na aldeia Moigu, a uma centena de metros do rio Xingu. “Devagar, devagar”, diz em português, após trocar poucas palavras em sua língua com a geógrafa. “Amanhã levar câmera onde trabalho, mato. Agora, dançando.”
A sintaxe pode soar hesitante, mas não falta autoridade ao guerreiro, um dos poucos por ali nascidos antes de 1964, data da expedição de contato com os “txicões”, como eram chamados. É uma ordem para que os repórteres da Folha se abstenham de fazer entrevistas e fotografar naquele dia de festas, 12 de outubro, uma segunda-feira.
Gasparin, desde 1996 trabalhando para o Instituto Socioambiental (ISA), oito anos como educadora no Parque Indígena do Xingu (PIX), recomenda obedecer. Não custa esperar, depois de quatro dias de negociação para entrar no PIX. Um bom banho de rio contribui para diluir a frustração.
Só no dia seguinte, portanto, seria possível acompanhar o trabalho das mulheres icpengues na coleta de sementes para a campanha Y Ikatu Xingu. O nome quer dizer “água boa e limpa do Xingu” em língua camaiurá, uma das 19 etnias presentes nos cerca de 500 mil km2 da bacia hidrográfica.
As sementes recolhidas pelas mulheres serão vendidas para agricultores recuperarem matas ciliares -vegetação que protege os rios como cílios protegem os olhos – destruídas a centenas de quilômetros dali.
Quando as florestas plantadas crescerem, talvez em duas décadas, ajudarão a proteger nascentes. Estas, por sua vez, manterão o Xingu fluindo, como sempre, a poucos metros das casas de troncos e palha de inajá da aldeia Moigu.
“Ikpeng”, na grafia favorecida pelos antropólogos, significa “marimbondo” em língua icpengue. Uma gente que tem fama de brava e costumes enigmáticos para não índios. Aracá é o nome atual de Melobô, que também já foi Maion -nomes que foi cedendo para os netos que iam nascendo, como manda a norma.
Antes de serem trazidos ao PIX pelos irmãos Villas Bôas, nos anos 1960, os icpengues tomavam de outras tribos uma criança para cada pessoa que morria na sua.
A prática quase provocou a extinção desse povo, porque a reação dos uaurás -etnia que tinha contato com brancos e armas de fogo- ao último sequestro se transformara numa guerra de extermínio. No parque, a tradição foi abandonada em favor de uma política de boa vizinhança e matrimônios interétnicos. Em Moigu ainda vive a última vítima, Kamiru, uaurá casada com o icpengue Managü.
Uma semente, um centavo
Sentada no chão de uma das 12 casas da aldeia, já na manhã de terça, Kamiru corta o invólucro sedoso que forma as asas das sementes de carvoeiro – ou “alapá”, na língua icpengue.
Do tamanho de uma lentilha, as sementes possuem asas para se alastrarem com o vento, mas precisam ser cortadas para que a germinação ocorra no tempo dos homens. Kamiru reclama que os dedos doem e as tesouras quebram.
Cálculo não confirmado sugere que são necessárias 17 mil sementes para inteirar um quilo. Pelo menos dez dias de trabalho, indica Kamiru, apontando para os dedos dos pés, como quem conta. Cada quilo é vendido à Y Ikatu Xingu por R$°200, pouco mais de um centavo por semente limpa. Com esse dinheiro, dá para comprar muitas tesouras, lanternas (o trabalho ocorre à noite), bacias, panelas, vestidos e chinelos de dedo.
Kamiru, no entanto, tem planos mais ambiciosos para a atividade que hoje envolve todas as mulheres da aldeia pegada ao posto Pavuru. Na tradução do agente de manejo indígena Furigá: “É importante receber dinheiro, mas com o que recebe quer comprar carro, caminhonete, trator”.
Sua ideia parece bem popular entre as dezenas de mulheres que acompanhamos, à tarde, durante a coleta, literalmente no caminho da roça (o veículo ajudaria a trazer a carga na volta, em geral mandioca).
A cada pé de carvoeiro ou leiteiro, bastam poucos minutos para catar todas as sementes do chão. As mais jovens trepam nas árvores e derrubam mais sementes. Os icpengues são o grupo mais produtivo da rede de coleta montada pela campanha Y Ikatu Xingu.
O trato para o semestre era que colhessem 10 kg de alapá (carvoeiro) até o fim deste mês, o que devem cumprir com folga, informa Furigá -um dos três jovens que falam bem português e se encarregam de organizar os contatos com a rede.
O trabalho de coleta e limpeza das sementes é reservado às mulheres, embora outro jovem, Waygué, tenha recebido da Y Ikatu Xingu treinamento de rapel para alcançar as sementes de carvoeiro nos galhos mais altos. A demonstração de escalada, na véspera da partida dos repórteres, se transforma em um acontecimento.
Enquanto Waygué prepara as cordas e mosquetões, mulheres, homens e crianças se aproximam do pé de alapá escolhido, na entrada da aldeia. São 18h30, mas o calor ainda é forte. Muitos já trazem no ombro a toalha e a saboneteira na mão, para o segundo ou terceiro banho do dia no Xingu.
Água Boa, Água Limpa
A mais de 300 km dali, em linha reta, fica o município de Água Boa. É um dos quatro centros de atuação da campanha Y Ikatu Xingu no leste de Mato Grosso, com um orçamento anual de R$ 600 mil. Os outros são Canarana, Querência e São José do Xingu, todos em região de expansão acelerada da soja e da pecuária. Cerca de 60 mil km2 da mata de transição entre cerrado e floresta amazônica já foram destruídos, ou 33% da cobertura da bacia.
Desses 60 mil km2, 2.300 km2 atingiram as matas ciliares que abrigam boa parte das 22.525 nascentes mapeadas, como as dos rios Sete de Setembro e Tanguro, na vizinhança de Água Boa, afluentes do Culuene, grande tributário do Xingu.
A 67 km da sede do município fica o Projeto de Assentamento Jaraguá, junto ao córrego Água Limpa. Só metade dos 400 lotes de 45 a 60 hectares delimitados pelo Incra [Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária] estão de fato ocupados, o suficiente porém para dizimar a mata ao longo do riacho.
“Se a gente não tomar cuidado, em cinco anos vai faltar água no PA Jaraguá”, preocupa-se Laércio Mariano da Cruz, um goiano que já presidiu o Sindicato de Trabalhadores Rurais de Água Boa, há dez anos no assentamento. “Sem água, nós vamos morrer queimados”, afirma, enquanto caminha entre pés de pequi-do-xingu e de castanha baru, alguns com pelo menos três metros de altura, a poucos passos do córrego.
É uma das agroflorestas mais antigas plantadas com ajuda da campanha Y Ikatu Xingu (embora Cruz já tivesse plantado várias árvores anos antes), em 2006. As 350 sementes de pequi fornecidas pela então incipiente rede criada pelo Instituto Socioambiental foram plantadas de metro em metro, tentativamente, em consórcio com culturas tradicionais como milho e mandioca.
O assentado conta que capivaras e tatupebas acabaram com o milho e a mandioca, mas que os pequis plantados com sementes deram frutos um ano antes dos plantados com mudas. Antes, porém, foi preciso cercar a área na beira do rio com o arame também doado pelo ISA, de modo a impedir a entrada do gado. O trabalho envolveu 40 famílias, que hoje coletam sementes para a campanha Y Ikatu Xingu.
Depois do almoço para três dezenas de integrantes da comitiva da Y Ikatu Xingu, assentados começam a trazer sementes para pesar e vender. Laércio Cruz comparece com 8 kg de carvoeiro, 2,7 kg de jatobá, 1,6 kg de aroeira-goiana… Só de carvoeiro, R$ 1.600 de renda extra.
Não param de chegar sacas e saquinhos, até que o biólogo Eduardo Malta, coordenador da campanha, se vê obrigado a interromper o alarido anunciando que o combinado era comprar só as sementes de Cruz e na quantidade previamente acertada.
Sementes x mudas
Fica evidente para qualquer pessoa em visita à região que a coleta de sementes de espécies arbóreas nativas constitui excelente alternativa de vida, dado seu alto valor. A rede tenta organizar e disciplinar esse comércio, mas a alta demanda pode facilmente inflacionar os preços. Só no município de Canarana há 30 mil hectares (300 km2) de áreas de preservação permanente, como as matas ciliares, para recompor – embora só 86 hectares estejam de fato em recuperação em 2009.
A procura em alta decorre do sucesso que a técnica de recomposição em desenvolvimento pelo ISA e seus parceiros vem alcançando. Cerca de mil hectares já foram replantados pela campanha em projetos-piloto, que, no entanto, abrangem menos de uma centena das 15 mil propriedades rurais da bacia do Xingu.
Se a tecnologia vingar, é de se supor que a demanda por sementes explodirá. Em 560 hectares monitorados de perto pela campanha, já se verificou a presença vigorosa de 51 espécies arbóreas da região. Na base da técnica está o abandono do método tradicional de plantio com mudas. Dada a onipresença de capins tropicais agressivos de origem africana, como braquiária, as mudas acabam sufocadas.
Agrônomos e biólogos da campanha optaram então por fazer o plantio direto com sementes de várias espécies misturadas, a chamada “muvuca”, combinando árvores nativas do cerrado e da mata de transição com plantas exóticas de crescimento rápido, como feijão-guandu e feijão-de-porco. A ideia é imitar o processo de sucessão florestal. As plantas que crescem primeiro, como os dois tipos de feijão, têm a função de dar a sombra que vai inibir o crescimento do capim e evitar a exposição excessiva das plântulas que brotarem das sementes de árvores.
Em alguns meses, o feijão morre e fornece adubo natural para o solo. Depois virão espécies arbustivas, ou árvores de pequeno porte, que fornecerão abrigo para aquelas de crescimento mais lento e porte maior, e assim por diante. Um dos segredos da experiência em curso no Xingu é utilizar as máquinas e técnicas normalmente empregadas pelos agricultores e pecuaristas para trabalhar a terra, como semeadoras e lançadoras de sementes. Plantam-se florestas como se planta soja e semeiam-se pastagens.
O outro segredo é lançar mão também de um “muvuca de gente”, de índios a latifundiários, de assentados a ambientalistas, como diz a secretária de Agricultura e Meio Ambiente de Canarana, a agrônoma Eliane de Oliveira Felten: “Um, pondo o dedo na cara do outro, nunca ia conseguir nada”. (Folha de SP, 29/11)