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16º Informativo – Concursos, natureza, genética, desmatamento, estresse e dino

1 – Concurso Público SABESP (09 vagas para Biólogos)

2 – Concurso Público UFVJM – Professor Substituto Zoologia

3 – Ícones da natureza em perigo

4 – Espécie sobrevive sem variedade genética

5 – Dados de desmatamento na internet

6 – Despertar estressante

7 – Novo dino chinês recua origem das penas

 

1 – Concurso Público SABESP (09 vagas para Biólogos)

 

 

Estão abertas as inscrições para Concurso Público da SABESP, Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, que visa selecionar pessoal para atender a reestruturação nos quadros de colaboradores da Sabesp, sob regime CLT. As provas serão aplicadas simultaneamente nas cidades de São Paulo, Santos, São José dos Campos Itapetininga, Presidente Prudente, Botucatu, Registro, Lins, Bragança Paulista, Caraguatatuba, Itatiba e Franca, na data inicialmente prevista para 10 de maio de 2009. As inscrições deverão ser feitas mediante acesso ao website da empresa organizadora do concurso em www.esppconcursos.com.br, até o dia 07 de abril de 2009 (terça-feira). As nove vagas para Biólogos exigem Carteira Nacional de Habilitação Categoria “B”. O edital do concurso pode ser acessado pelo link: http://www.esppconcursos.com.br/concurso/sabesp-0902/docs/sabesp-001-11-03-2009.pdf . 

 

2 – Concurso Público UFVJM – Professor Substituto Zoologia

Estão A Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri – UFVJM realizará seleção de professor substituto, para contratação temporária. A vaga é para as disciplinas Zoologia Geral, Zoologia e Cordados e Laboratório de Ensino em Zoologia. As inscrições poderão ser feitas até dia 27 de março na Superintendência de Recursos Humanos/UFVJM, à Rua da Glória nº 187- Bairro Centro – Diamantina, de 08h00 às 12h00 e de 14h00 às 17h00. Mais informações poderão ser obtidas pelo telefone (38) 3531-3818 e pelo site www.ufvjm.edu.br .  

 

3 – Ícones da natureza em perigo

Mudanças climáticas ameaçam algumas das espécies mais conhecidas da Terra

Algumas das mais conhecidas espécies do planeta, verdadeiros ícones da biodiversidade, como golfinhos, baleias, tartarugas marinhas e ursos polares, podem sofrer grandes perdas ou até mesmo desaparecer caso não se combata eficiente e urgentemente os efeitos do aquecimento global.
O alerta – mais um – está no relatório “Mudanças Climáticas e Espécies”, lançado pela organização ambientalista WWF. O trabalho ressalta que 80% das espécies de corais do mundo – inclusive aquelas localizadas no Brasil – podem sumir em algumas décadas.
– O aquecimento global deve provocar eventos climáticos mais frequentes como tempestades, furacões, secas e inundações e muitas espécies simplesmente não vão conseguir se deslocar depressa o suficiente para sobreviver – conta Denise Hamú, secretáriageral do WWF-Brasil.
Além dos corais, o Brasil é representado no relatório por espécies ameaçadas como o albatroz, a baleia-jubarte e a tartaruga-de-pente. O relatório lembra que, de acordo com projeções feitas pelo Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU, entre 20% e 30% das espécies do planeta podem ser extintas caso as temperaturas globais aumentem até 2,5 graus Celsius nas próximas décadas por causa das mudanças climáticas, um cenário que muitos especialistas consideram quase inevitável.
– Pode-se dizer que já é um consenso entre a maioria dos cientistas do planeta que o aquecimento global é causado pelo homem e que irá impactar fortemente os suprimentos de água e comida de muitos habitats – ressalta a secretária-geral do WWF-Brasil.
Corais, cangurus e tigres na mesma arca
Dentro desse panorama, animais que vivem em regiões sensíveis ao aquecimento global, como os ursos polares, estariam na linha de frente da extinção, podendo desaparecer dentro de um prazo de 75 anos.
Situação parecida vivem os corais, que estão entre as espécies mais sensíveis às variações no clima. Segundo o relatório do WWF, extinções em massa de corais devem ocorrer regularmente até 2060.
Os cangurus, que já sofrem na Oceania com a competição de espécies invasoras e perda de habitat, podem ver essas ameaças agravadas pelas mudanças climáticas.
Na Austrália, eventos extremos, como secas prolongadas, já afetam as populações desses animais. Na Nova Guiné, onze entre 12 espécies nativas já estão ameaçadas de extinção.
Entre as espécies ameaçadas, são citadas também tigre-de-bengala, rato-canguru-musky, pinguins-imperadores, orangotangos e elefantes africanos. “Há trinta anos, seria impossível pensar no mundo sem esses animais. Mas agora enfrentamos uma ameaça real a toda a vida na Terra”, conclui o relatório.
(O Globo, 18/3)

 

4 – Espécie sobrevive sem variedade genética

 

 

Preás isolados em ilha catarinense contrariam teorias ao evoluir por 8.000 anos em população de apenas 40 indivíduos

Ricardo Mioto escreve para a “Folha de SP”:

Pesquisadores brasileiros descobriram uma espécie que, após 8.000 anos isolada mantendo uma população de cerca de 40 indivíduos, praticamente não apresenta mais diversidade genética.
Os animais são tão parecidos entre si que um teste de paternidade através do DNA, como o utilizado em humanos, não seria viável entre eles.
Os preás da ilha catarinense vivem muito bem, obrigado, em uma área equivalente à de um campo de futebol – menos de um hectare. Pelas teorias genéticas tradicionais, ela deveria estar extinta há tempos.
“Parece claramente ser o caso mais extremo conhecido de uma espécie vivendo tanto tempo com uma população tão pequena”, diz o geneticista Sandro Bonatto, da PUC (Pontifícia Universidade Católica) do Rio Grande do Sul.
“Pelos padrões clássicos, ela não poderia estar viva. Esses animais podem mudar nossa compreensão da biologia das pequenas populações.”
Os pesquisadores encontraram os animais em uma das ilhas do arquipélago de Moleques do Sul, a 8 km da ponta sul da ilha de Florianópolis.
A espécie, a Cavia intermedia, é prima do preá que fica no litoral do continente, a Cavia magna. Uma possibilidade é que, após o término da última era do gelo, há cerca de 8.000 anos, quando o nível do mar subiu, elas tenham se separado.
Os poucos indivíduos ilhados deram, então, origem a uma nova espécie, que com o tempo se adaptou às condições da ilha: pouco espaço, vegetação baixa e nenhum predador.
O pouco espaço resultou numa população pequena. A ilha tem cerca de dez hectares, mas boa parte do terreno é rochoso. Sobra para os preás um décimo disso, em uma área com grama. Essa vegetação baixa fez com que eles ficassem menores do que os seus primos, que têm acesso a mais comida.
Os preás são os únicos mamíferos da ilha. A ausência de predadores, aliada à estabilidade climática do local – aparentemente nenhuma catástrofe natural aconteceu nos últimos tempos por lá-, permitiu milênios de sossego.
Os cientistas sabem que a população nunca foi grande porque todos são geneticamente parecidos, como se toda a espécie fosse uma grande família.
Para verificar a proximidade genética entre os preás, o grupo de Bonatto recorreu ao mesmo tipo de exame de DNA usado em testes de paternidade. “É uma das menores diversidades genéticas observadas no reino animal”, diz Ricardo Kanitz, também da PUCRS.
O incesto, portanto, é comum. Em humanos, filhos de parentes podem nascer com alguns tipos de deformação. Não é o caso desses animais: como a população é muito pequena, os cruzamentos que poderiam gerar filhotes defeituosos já aconteceram e os alelos (versões de um mesmo gene) que poderiam causar problemas já foram eliminados pela seleção natural. É normal, portanto, que um filhote seja filho de irmãos.
Essas deformações não são frequentes o suficiente para extinguir uma espécie, mas a inexistência delas é sinal de que os preás se adaptaram à sobrevivência em um pequeno grupo.
Ameaças
Como qualquer grupo pequeno e isolado, entretanto, os bichos correm riscos. A ilha está dentro do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, o que deveria limitar o acesso a ela. Mas, na prática, não é assim.
“Alguns pescadores vão lá, usam como base para trabalhar. O perigo é soltar um gato, um cachorro ou algo assim sem querer e ele acabar com os preás”, diz Bonatto.
Além de gatos fujões, eventuais catástrofes naturais também oferecem perigo aos preás. “Um furacão, por exemplo, poderia matar todos”, diz Bonatto. E um já aconteceu, em 2004.
Além de Bonatto e Kanitz, participou do trabalho Carlos Salvador, então na Universidade Federal de Santa Catarina. Ao contrário dos preás, todas as espécies com poucos indivíduos vistas até hoje estavam no rumo da morte, fosse natural, fosse por ação humana.
“Alguns trabalhos afirmam que uma espécie, para sobreviver a longo prazo, deveria ter no mínimo 500 indivíduos”, diz Kanitz. “Talvez os preás proporcionem lições importantes de estratégias de conservação”, concorda Bonatto.
(Folha de SP, 18/3)

 

5 – Dados de desmatamento na internet

 

 

Inpe cria página de acesso público para sistema Degrad, que registrou 24.932 km² de áreas degradadas em 2008 na Amazônia Brasileira

O sistema Degrad (Mapeamento da Degradação Florestal na Amazônia Brasileira), criado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) para identificar áreas em processo de desmatamento na Amazônia, ganhou página própria na internet.
O levantamento preliminar do Degrad registrou 14.915 km² de áreas degradadas em 2007 e 24.932 km² em 2008. O novo sistema foi desenvolvido para mapear anualmente, e em detalhe, as áreas em processo de desmatamento e que não são computadas pelo Prodes, sistema do Inpe que identifica apenas o “corte raso”, ou seja, as áreas em que a cobertura florestal nativa foi totalmente retirada.
Por registrar as derrubadas parciais da floresta, causadas por queimadas ou extração seletiva de madeira, o Degrad pode dar importante subsídio aos órgãos de fiscalização e diminuir o corte raso.
Baseado em imagens de satélites, o monitoramento do desmatamento na Amazônia feito pelo Inpe conta com três sistemas, que atuam de forma independente, porém complementares.
Com 20 anos de história, o Prodes é considerado o maior programa de acompanhamento de florestas do mundo, por cobrir 4 milhões de km² todos os anos.
Em 2004 foi lançado o Deter (Detecção de Desmatamento em Tempo Real). Menos detalhado do que o Prodes – por utilizar sensores que cobrem a Amazônia com maior freqüência, porém com imagens de menor resolução espacial -, o Deter é mais abrangente e inclui tanto o corte raso quanto as ocorrências de degradação florestal.
Em 2008, o aumento da degradação indicado pelo Deter na Amazônia brasileira motivou a criação do Degrad.

Mais informações: http://www.obt.inpe.br/degrad
(Agência Fapesp, 18/3)

 

6 – Despertar estressante

 

 

Estudo feito com esquilos do Ártico, por pesquisadores do Brasil e dos Estados Unidos, mostra pela primeira vez que mamíferos sofrem processo de estresse oxidativo ao despertar do estado de hibernação

Fábio de Castro escreve para a “Agência Fapesp”:

Uma pesquisa realizada por pesquisadores do Brasil e dos Estados Unidos mostrou, pela primeira vez, que mamíferos hibernantes, ao despertar do estado letárgico, sofrem um processo de estresse oxidativo.
Feito com esquilos do Ártico coletados na estação de Toolik Field, no norte do Alasca (Estados Unidos), o trabalho revelou que, com o fim da hibernação, o abrupto aumento da temperatura corporal e da atividade metabólica dos animais pode induzir a uma elevada produção de radicais de oxigênio, levando a danos oxidativos nos tecidos.
O estudo, publicado na revista canadense Comparative Biochemistry and Physiology, foi feito por Marcelo Hermes-Lima, professor do Departamento de Biologia Celular da Universidade de Brasília (UnB), em colaboração com Kelly Drew, professora do Instituto de Biologia do Ártico da Universidade do Alasca em Fairbanks, e suas alunas Adrienne Orr e Lonita Lohse.
A participação de Adrienne e Lonita, de origem esquimó e indígena, respectivamente, ocorreu no âmbito de um programa de pesquisas especialmente voltado para populacões nativas da região.
De acordo com Hermes-Lima, o estudo analisou células do cérebro, do fígado e do tecido adiposo marrom (BAT, na sigla em inglês) dos esquilos, mas só neste último – o tecido responsável pelo reaquecimento do animal ao despertar – foram verificados danos causados por radicais livres.
“Apesar dos danos em nível molecular, o animal segue vivendo normalmente. Trata-se de um estresse oxidativo fisiológico, ou natural. O estudo é o primeiro a mostrar que o despertar da hibernação em mamíferos causa esse processo”, disse à “Agência Fapesp”.
Segundo ele, o processo de hibernação não corresponde exatamente ao que é imaginado pelo senso comum. Os animais não dormem ininterruptamente durante todo o inverno, mas despertam e adormecem sucessivamente durante o processo – depois de uma ou duas semanas de sono contínuo, passam dois ou três dias acordados.
“Não queríamos comparar o processo em esquilos em hibernação com o dos esquilos acordados, no verão. Por isso, o método usado foi o de acordar os animais durante a hibernação para medir os indicadores de estresse oxidativo”, disse.
Ao despertar, os animais passam, abruptamente, de uma temperatura corporal de cerca de 2ºC para 37ºC. A grande necessidade de calor necessária para isso desencadeia uma intensa atividade mitocondrial.
“Estudamos animais que estavam dormindo há uma semana continuamente. Um grupo foi selecionado para ser acordado e outro grupo foi sacrificado enquanto hibernava. Medimos os tecidos durante o estado de hibernação e também três horas depois do despertar, já com a temperatura corporal de 37°C”, contou.
A comparação confirmou que os indicadores de estresse oxidativo – danos em proteínas e em lipídios – estavam aumentados no BAT dos animais que haviam saído da hibernação.
Segundo Hermes-Lima, como se tratava de esquilos selvagens colocados em cativeiro, foi preciso realizar o trabalho com dois grupos distintos – um deles coletado em 1999 e 2000 e outro em 2002. “É diferente de trabalhar com animais de biotério, pois há muitas variáveis imprecisas, como sexo, idade e o efeito de estresse causado pelo cativeiro. Mas o resultado foi o mesmo com os diferentes grupos”, afirmou.
Preço metabólico
De acordo com o professor da UnB, os resultados do estudo reforçaram uma hipótese que formulou no início da década de 1990 de preparação para o estresse oxidativo. Segundo a hipótese, os animais em hibernação, com baixa taxa metabólica e falta de oxigênio, investem suas forças metabólicas no aumento das defesas antioxidantes para o momento da difícil transição de estado. Ou seja, os esquilos possivelmente acumulam uma reserva de antioxidantes para se manter ilesos quando forem submetidos ao estresse oxidativo na hora de acordar.
“Produzir antioxidantes é um processo metabolicamente caro – o organismo só faz isso em caso de extrema necessidade, especialmente em um estado em que a taxa metabólica cai tanto. É possível que esses antioxidantes estejam aumentados para garantir uma proteção, indispensável, para o momento do despertar”, disse.
Segundo Hermes-Lima, o avanço do conhecimento sobre a hibernação tem grande interesse biomédico, pois poderá ajudar a compreender os mecanismos de neuroproteção envolvidos no processo.
“Queremos aprender as lições dos animais para se proteger em situações de baixa taxa metabólica e estresse provocado por condições do ambiente. Esses estudos podem ser importantes para solucionar problemas em humanos que envolvem radicais livres e causam dezenas de doenças. Sabemos também que várias doenças cardíacas seguem um padrão semelhante ao que ocorre com o organismo de animais em hibernação”, disse.
(Agência Fapesp, 18/3)

 

7 – Novo dino chinês recua origem das penas

 

 

Animal é o mais primitivo réptil descoberto com plumas, o que sugere presença das estruturas nos ancestrais desses bichos. Fóssil não é primo próximo das aves nem dos outros dinos emplumados; para cientista, espécies gigantes perderam essas estruturas

Claudio Angelo escreve para a “Folha de SP”:

A vida dos evolucionistas e dos ilustradores de livros juvenis pode ficar mais complicada a partir de hoje. Um quarteto de pesquisadores chineses apresenta um fóssil que sugere que os primeiros dinossauros eram criaturas emplumadas.
O animal, batizado Tianyulong confuciusi, habitou a Província de Liaoning (nordeste da China) há cerca de 144 milhões de anos. Ele tinha o dorso coberto de cerdas grossas parecidas com penas, chamadas de “protopenas” pelos cientistas. Até agora, a presença de penas e protopenas só havia sido confirmada em um grupo de dinos, os pequenos terópodes (carnívoros bípedes), considerados os ancestrais das aves.
Ao longo desta década, fósseis desenterrados na China em estado espetacular de preservação mostraram que, nesse grupo, ser emplumado era regra, não exceção.
Acontece que o Tianyulong não tem nenhum parentesco próximo com os terópodes ou com as aves. Ele é membro da ordem dos ornitísquios, uma das duas grandes categorias em que se dividem os dinossauros.
Já os dinossauros emplumados pertencem à ordem dos saurísquios, que reúne os bípedes carnívoros e os herbívoros pescoçudos. Saurísquios e ornitísquios se separaram há mais de 230 milhões de anos; o registro mais antigo de penas é de 145 milhões de anos atrás.
“A descoberta do Tianyulong estende a distribuição das penas aos ornitísquios e implica que os ancestrais comuns dos dinossauros também deveriam ter penas”, disse à Folha Hai-Lu You, da Academia de Ciências da China. Ele é coautor do estudo que descreve o animal, hoje, no periódico “Nature”.
Segundo Max Langer, paleontólogo da USP de Ribeirão Preto, estruturas semelhantes a penas já haviam sido detectadas antes em um ornitísquio. O importante no novo fóssil é que se trata de uma linhagem de ornitísquios muito primitiva, surgida no fim do Triássico (primeiro período da era dos dinossauros). “Teremos de começar a pensar em todos os dinos pequenos com penas.”
Em comentário ao estudo na mesma edição da “Nature”, o americano Larry Witmer, da Universidade de Ohio, diz que o achado “bagunça” a origem das penas. Se é que são de fato penas, e não um tipo qualquer de cerda. You diz que as duas hipóteses estão na mesa, mas ele favorece a primeira, devido à presença de um “oco” nos filamentos do fóssil.
Para Langer, a questão que se coloca é: afinal, se os dinos já surgiram emplumados, por que animais como o tiranossauro e o Triceratops não as possuem?
“Nós imaginávamos”, diz, que as penas tivessem surgido para isolamento térmico nos pequenos terópodes. Esses animais predadores eram muito ativos. Como não tinham o metabolismo lento dos lagartos, não podiam se dar o luxo de perder calor depressa. Só depois elas teriam sido “cooptadas” pelas aves para o voo.
“Agora temos de explicar por que esses bichos grandes não tinham penas.” A hipótese é a de que corpos grandes tivessem inércia térmica, ou seja, demoravam muito tempo para esfriar. Então as penas se tornaram desnecessárias, e foram perdidas em várias espécies.
(Folha de SP, 19/3)