História

Há 60 anos, a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) dava os primeiros passos rumo a tornar-se uma instituição brasileira reconhecida e com destaque internacional. Atualmente, completando o sexagenário aniversário, agrega 79 cursos de graduação, 46 de mestrado, 24 de doutorado e 51 especializações, aperfeiçoamentos e residências, que somados ao ensino médio e fundamental, ofertados pelo Colégio de Aplicação João XXIII, contemplam mais de 24 mil estudantes oriundos de todas as regiões do país.

Desde o início dessa trajetória, a UFJF já formou mais de 68 mil profissionais e, com a consolidação da pós-graduação em 2004, ofereceu para a sociedade 7.848 novos mestres e doutores, além de outras 51.176 pessoas qualificadas por cursos lato sensu, certificados com a excelência de ensino garantida por indicadores nacionais e internacionais. No ano em que comemora o sexagenário, foi eleita a 14ª melhor universidade brasileira, conquistou a 70ª posição entre as latino-americanas, além de figurar entre as melhores do mundo pela primeira vez, segundo o  ranking da Times Higher Education. Já de acordo com o levantamento do World University Rankings (CWUR 2019-2020), a Universidade foi considerada a 22ª melhor do Brasil e alcançou a 1.018ª colocação em âmbito mundial, 

O começo 

A história da UFJF teve início em 23 de dezembro de 1960, quando o presidente Juscelino Kubitschek sancionou a lei nº 3858, que tornava federais as cinco faculdades já existentes na cidade – Direito, Farmácia e Odontologia, Engenharia, Medicina e Economia – criando, então, uma Universidade Federal para Juiz de Fora. 

A “Atenas mineira”, como era chamada a cidade, possuía um ambiente notadamente propício para receber um centro de cultura, educação e pesquisa. Em 1954, foi a primeira vez que Juscelino Kubitschek, então Governador de Minas Gerais, anunciou a intenção de constituir uma Universidade pública na cidade. 

Foi uma conquista árdua. Durante anos, muitos esforços foram feitos, por diversos grupos, na intenção de mobilizar a sociedade em torno da criação de uma Universidade. Liderados por um Diretório Central dos Estudantes (DCE) forte e atuante, os alunos promoviam palestras seguidas de debates, seminários e programas de rádio sobre o tema. Entre outros artifícios de campanha, prepararam um memorial com dados estatísticos sobre as faculdades e sobre a cidade, que foi enviado a todos os deputados e senadores pedindo apoio para aprovação da lei de federalização. 

Em 1958, na colação de grau da primeira turma da faculdade de Medicina, pelo discurso do orador, José Carlos Barbosa, o paraninfo convidado, o Presidente da República, Juscelino Kubitschek, foi questionado em público sobre as reais condições para a federalização das faculdades. Foi então que, surpreendendo os presentes, o presidente incluiu em seu discurso, de forma improvisada, o anúncio da criação de uma Universidade Federal em Juiz de Fora, ainda naquele mandato.

Nos primeiros anos de criação, as faculdades que foram federalizadas, pois já cumpriam os requisitos básicos: curso reconhecido e patrimônio – que passaram a pertencer à União – continuavam funcionando com certa autonomia. A partir de 1971, com a inauguração do campus e implantação da reforma universitária, toda a organização e planejamento dos cursos foram centralizados e padronizados, consolidando o sistema de ensino.

O campus da UFJF, hoje um cartão postal da cidade, foi projetado pelo engenheiro Arthur Arcuri. Sua beleza e eficácia foram reconhecidas desde a inauguração quando o então Ministro da Educação, Jarbas Passarinho, elogiou o projeto dizendo que deveria ser copiado em todo o Brasil.

Avanços

Com uma forte atuação junto às comunidades onde estão inseridos o campus sede e o avançado, a UFJF, por meio da ação de 588 projetos e programas de extensão, que contam com a participação de 2.232 estudantes de graduação e pós-graduação, atende demandas de 93 bairros em Juiz de Fora, 37 em Governador Valadares, além de 15 outras cidades da Zona da Mata, Campo das Vertentes e do Vale Rio Doce.

Além de se fazer presente em território nacional e atrair estudantes do Brasil inteiro, desenvolve um eficiente programa de intercâmbio que recebe e envia estudantes para 73 instituições de ensino na Europa, América do Sul e do Norte, Ásia e Oceania. Além disso, tem parcerias firmadas com 92 instituições de ensino espalhadas pelo globo e, desde 2007, com a consolidação das Relações Internacionais, 1.101 estudantes puderam aprimorar o aprendizado em outros países.

Localizado na Zona da Mata mineira, Juiz de Fora sempre foi o centro de convergência dos interesses econômicos e educacionais de uma região que reúne mais de dois milhões de habitantes. Neste contexto, a importância da Universidade para o desenvolvimento intelectual é preponderante. Investindo continuamente na pesquisa, ensino, extensão, cultura, comunicação e internacionalização, o objetivo maior da instituição é promover a inovação tecnológica e acadêmica. 

Um exemplo desse esforço é o Centro Regional de Inovação e Transferência de Tecnologia (Critt), que gerencia a política de inovação da UFJF, observando as diretrizes traçadas pela Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico, e a coordenação da Incubadora de Base Tecnológica (IBT). O Critt também zela pela manutenção da política institucional de estímulo à proteção de criações, licenciamento, inovação e outras formas de transferência de tecnologia. Além da prospecção de projetos da UFJF para empreendedores e empresas que buscam assessoria para o desenvolvimento de novos produtos ou aperfeiçoamento de processos de produção em diferentes áreas. 

Ao longo dessa história, orquestrada por 15 reitores, a universidade foi renovada a cada instante, sobressaindo-se sempre como centro de cultura, investindo em educação e pesquisa, com vistas não só na transferência, mas também na geração de conhecimento.  Conta hoje com 1.525 técnicos-administrativos em Educação, 1.751 professores, sendo que mais de 93% são doutores ou mestres, e, ainda, terceiriza o trabalho de mais de 800 funcionários.

Inclusão

Nos últimos 16, de seus 60 anos de história, a Universidade Federal de Juiz de Fora tem estado empenhada na valorização e ampliação da diversidade de sua comunidade. A busca pela multiplicidade dos atores acadêmicos, principalmente estudantes, foi firmada a partir de 2004 com a aprovação, pelo Conselho Superior (Consu), das resoluções 16/2004 e 05/2005. Essas normativas regulamentaram à época a implantação de uma política de cotas, nos cursos de graduação, para egressos de escolas públicas e negros.  As ações afirmativas foram consolidadas em todas as instituições federais de ensino brasileiras pela Leis  12.711/2012 e  13.409/16, que também reservam vagas para indígenas e pessoas com deficiência nesse nível de ensino.

Nesse caminho visando à diversidade, no ano de 2015, foi criada a Diretoria de Ações Afirmativas (Diaaf), responsável  pela proposição e articulação de ações que sensibilizem e mobilizem a comunidade universitária para a convivência cidadã com as inúmeras realidades presentes na sociedade, correlacionadas a gêneros e sexualidades, às tradições das culturas, às questões étnico-raciais, à vulnerabilidade socioeconômica, dentre outras.  

Já em 2016 foi criada a Ouvidoria Especializada em Ações Afirmativas. O órgão, ligado à Diaaf, tem por objetivo o combate a quaisquer tipos de discriminação e violência, atendendo um dos principais anseios da comunidade acadêmica. Além disso, busca a utilização de mecanismos de gestão para o autoconhecimento institucional e a consequente otimização dos serviços prestados pela Universidade.   

Campus sede 

Diante de um cenário que buscava abarcar as novas reflexões sobre o ensino superior no Brasil, surge a oportunidade de ser implementada uma Universidade Federal em Juiz de Fora. Em uma época em que priorizava-se as capitais, a cidade recebeu uma das 21 universidades construídas entre os anos de 1950 e 1960. A UFJF foi a segunda universidade federal do interior do país a ser criada, sendo que a primeira foi instalada no município de Santa Maria, Rio Grande do Sul.

Apesar de os primeiros passos para a criação do campus terem sido articulados no reitorado de Moacyr Borges de Mattos, a Cidade Universitária foi inaugurada em 1969, sob a regência do reitor Gilson Salomão. O campus sede foi construído em um terreno cedido pela Prefeitura de Juiz de Fora, sendo planejado e desenvolvido pelo engenheiro Arthur Arcuri. 

Governador Valadares

O primeiro campus avançado da UFJF foi erguido a 464 quilômetros de Juiz de Fora, em Governador Valadares, na região Leste de Minas Gerais. O campus avançado comemora em 2020, oito anos desde o início das atividades em 19 de novembro de 2012. As práticas de ensino, pesquisa e extensão são desenvolvidas com o trabalho de 298 professores e 197 técnico-administrativos em educação, que realizam um trabalho conjunto em prol de um ensino de qualidade.

Atualmente, o campus de Governador Valadares oferece dez cursos de graduação presenciais, quatro de mestrado, um de doutorado e uma pós-Graduação stricto sensu. Até o presente momento, a UFJF-GV possui 3.077 estudantes, entre discentes de graduação e pós-graduação. Além disso, a Universidade já adquiriu os prédios da antiga Faculdade de Administração de Governador Valadares (FAGV) e um imóvel na Avenida Washington Luiz, no bairro Santa Rita, que estão em obras e farão parte do patrimônio da Instituição.

Ensino à Distância

O Centro de Educação à Distância (Cead) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), antigo Núcleo de Educação a Distância (NEAD), existe desde 2005. Em março de 2010, foi institucionalizado como um órgão suplementar da instituição. A partir de então, ficou responsável por coordenar, supervisionar e dar apoio às atividades de Ensino, Pesquisa, Extensão, Cultura e Desenvolvimento Institucional, Científico e Tecnológico, relativas à Educação a Distância. Além disso, oferece capacitação na utilização de ferramentas a serem utilizadas na EaD. Ademais, disponibiliza um estúdio de gravação para vídeos-aulas, uma sala de videoconferência e realiza webconferências. 

O Cead possui parceria com 20 Polos de Apoio Presencial da Universidade Aberta do Brasil (UAB) e oferece Sete cursos de graduação (Licenciaturas em Computação, Educação Física, Física, Matemática, Pedagogia, Química e Bacharelado em Administração Pública). Além de ofertar diversos cursos de pós-graduação e extensão. Nos últimos 10 anos, cerca de 16 mil alunos ingressaram em cursos de graduação, pós-graduação e aperfeiçoamento oferecidos por este Centro.