Nossas histórias
Gostaríamos de reunir histórias interessantes, depoimentos e arquivos que envolvam a comunidade e a nossa instituição. Quer compartilhar algum material conosco? Envie para ufjf60@comunicacao.ufjf.br
O meu primeiro contato com a universidade foi com o Pism, e, desde esse momento, fiquei deslumbrado com a estrutura oferecida e o ambiente universitário. Desde o meu primeiro dia, tive diversas pessoas incríveis ao meu lado me ajudando e/ou enfrentando o dia a dia universitário. Através dos projetos da tríade universitária, pude perceber o quanto a UFJF faz diferença na vida de muita gente, incluindo a minha. Os segmentos estudantis fizeram a minha experiência ser potencializada diversas vezes e me desenvolvi nos aspectos profissional e pessoal. Sou grato por tudo que a UFJF fez e fará na minha vida. Parabenizo toda a comunidade acadêmica pelos 60 anos de história da segunda universidade do interior do país.
Minha história com a UFJF começa em 2006, ano em que a instituição sediou a Semana Olímpica da Olimpíada Brasileira de Matemática, mas se intensificou em 2012 quando namorava uma garota que foi aprovada na UFJF, e vim ajudá-la em sua mudança para Juiz de Fora.
Quando vinha visitá-la, admirava o campus, com tantos institutos e faculdades, e o RU, espaço de encontro entre os diversos segmentos da UFJF, no qual se expressava diariamente a beleza da diversidade: dos aromas, cores, sabores, saberes.
Não resisti: fiz o Enem em 2016 e, em 2017, reiniciei aqui minha formação em Engenharia Civil, após nove semestres cursados na Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Vim morar em Juiz de Fora, cerca de mil quilômetros da minha querida cidade natal, Curitiba (PR), e fui acolhido pela cidade e pela Universidade.
Em 29 de janeiro de 2020, finalmente vivenciei a colação de grau, da qual tive a oportunidade de ser o orador. Jamais imaginaria que aquela seria a última formatura presencial antes da pandemia, e que em menos de dois meses não teria mais a oportunidade de reencontrar pessoas queridas nos corredores, laboratórios, nas salas de aula, nas refeições. O RU representa tanto para mim, que dediquei-lhe algumas palavras em meu discurso de formatura:
Com afeto,
Mestrando em Economia Aplicada – PPGE/UFJF
Engenheiro Civil formado pela UFJF
Ingressei na UFJF, no Departamento de Biologia em 1982. Vinha do Departamento de Genética da UFRJ, onde era professora Assistente, para ministrar a disciplina voltada à Genética Básica e realizar um sonho que sempre tive: morar em Juiz de Fora, minha querida cidade natal.
Quando cheguei ao Departamento de Biologia, o espaço destinado à Genética era bem restrito: uma sala com uma grande mesa e algumas cadeiras… Mas tive apoio de todos os colegas do Departamento e a ajuda inestimável de alunos muito interessados. E assim começamos a Genética, realizando aulas teóricas, estudos de reforço da teoria e aulas práticas.
Fazíamos de tudo: desde buscar em outras Universidades as linhagens selvagens e mutantes de Drosophila melanogaster, “a mosquinha das frutas”, até cozinhar meio de cultura, lavar vidrarias e separar fêmeas virgens para os cruzamentos entre linhagens. Era um trabalho enorme, mas que eu realizava com muita alegria, por poder trazer aos alunos do Curso de Ciências Biológicas um pouco do incrível e maravilhoso mundo da genética.
Com a ajuda dos colegas da UFRJ e, em especial do Dr. Antônio Rodrigues, Cordeiro, meu orientador no Mestrado em Genética e grande incentivador, conseguimos aprovar um projeto pelo CNPq sobre drosófilas coletadas na reserva do Poço D’Anta. Foi um período bastante produtivo. Além das pesquisas com as drosófilas, também foram realizados trabalhos com citogenética de peixes, levantamentos de heredogramas familiares na APAE e na Casa do Hemofílico e estudos de padrões perinatais na Maternidade Terezinha de Jesus, entre outros.
No final de 1993, aposentei na UFJF depois de 25 anos lecionando na rede pública. Ingressei então na rede particular de ensino, aposentando definitivamente em 2010. Foram 42 anos de magistério.
Tive a honra de pertencer à primeira turma do curso de pós-graduação em Zoologia – especialização em Comportamento Animal, entre 1985 e 1986, coordenado pelo Dr. José Roque Raposo Filho, tendo sido orientanda da querida Dra. Maria Nei da Silva.
Fico muito feliz em constatar hoje o grande crescimento da Genética no Departamento de Biologia da UFJF, com laboratórios bem estruturados e pesquisadores altamente qualificados, entre os quais alguns alunos daqueles anos iniciais da Genética.
Parabenizo à minha querida UFJF por seus 60 anos. Quero expressar minha gratidão por ter participado, ainda que por pouco tempo, de sua trajetória e desejo cada vez mais sucesso a todos os que ali dedicam sua vida ao ensino, pesquisa e extensão.
Vera Maria Valporto Oliveira dos Santos
Sou Arsenia Formiga, pedagoga, maranhense e mestranda da UFJF. Conclui o ensino superior já faz 20 anos… Sonhava em fazer mestrado e a oportunidade de voltar a estudar veio por meio do mestrado profissional do Programa de Pós-Graduação em Gestão e Avaliação da Educação Pública (PPGP) da UFJF.
Meu lugar, UFJF
Se para o Arlindo Cruz o lugar dele é ¨caminho de Ogum e Iansã¨, o meu lugar é sem dúvidas, a UFJF. Minha memória até se sente desafiada em lembrar todos os momentos que eu já passei nessa universidade, tantos sentimentos vividos, tantas alegrias, tantos desafios, a nostalgia define esse momento!
Desde meu primeiro dia na minha UF (sim, para mim a UFJF é a ¨minha UF¨, mas digo isso com todo respeito a instituição e a todas as pessoas que fazem parte dela) até agora eu me senti feliz. Ali muito novo, com medo, ansioso e mais um misto de sentimentos que todo calouro sente, aos poucos fui crescendo tanto profissionalmente, me formando em dois cursos de graduação, quanto pessoalmente vivendo diversas experiências que me fizeram ser o homem que hoje tento ser a minha melhor versão.
Atualmente, fazendo um mestrado, aqui na minha UF, olho para trás e sinto orgulho de tudo que eu já vivi, e continuo vivendo. Ao olhar para o futuro, com ansiedade e entusiasmo, espero viver mais e mais anos nessa universidade que me acolheu, e me fez ser o ¨Hugo¨ que conheço hoje.
Parabéns UFJF!
Hugo Camarano Belgo
Meu nome é Luiz Eduardo, e nesses 60 anos não poderia deixar de registrar meus agradecimentos. A UFJF não foi apenas uma passagem, ela transformou a minha vida. Foi nessa instituição que me profissionalizei (graduação, especialização e mestrado) e consagrei o meu sonho em ser professor (ex-docente do campus de Governador Valadares e atualmente no curso de Odontologia da sede). Eu me orgulho e amo ser UFJF, e espero que sigamos fortes e ativos em prol da minimização das injustiças que ainda cerceiam o nosso país – afinal, a educação não é uma alternativa, ela é o caminho!!! Anseio que o atual momento político do nosso país, que confronta a luz do conhecimento com suas ideologias obscuras e negacionistas, seja futuramente ensinada em nossas salas de aula como um desafiante, curto e, principalmente, superado período.
Luiz Eduardo de Almeida – Docente do Departamento de Odontologia Restauradora da Faculdade de Odontologia da UFJF
Gostaria de compartilhar mais memórias da UFJF. A primeira foto é do tempo em que eu era estudante na Faculdade de Engenharia. Estava fazendo um trabalho da disciplina Eletrotécnica Industrial, disciplina a qual hoje eu sou professor na Faculdade de Engenharia (as fotos devem ser de 2004 ou 2005). As duas outras fotos também são do meu tempo de estudante. São das Olimpíadas de Robôs, cujas competições aconteciam no Galpão da Arquitetura.
Prof. Cristiano Gomes Casagrande, Departamento de Energia da Faculdade de Engenharia
Muito aperto e lama
Fui o primeiro diretor (fundador) de um dos três institutos básicos da UFJF – o maior deles na época – o Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL), com início pleno em 3 de janeiro de 1969 e efetivação em 24 de fevereiro do mesmo ano.
Passamos o ano de 1969 com muito aperto de espaço, pois o ICHL mantinha seus próprios cursos integralmente (Ciências Sociais, Letras, História, Filosofia e Geografia), além de abrigar inicialmente o curso de Jornalismo e oferecer matérias básicas de Direito, Economia, Serviço Social e atender a demanda de créditos de diversos cursos.
O espaço de que dispúnhamos era o da antiga Fafile (prédio histórico na av. Rio Branco que atualmente abriga a Casa de Cultura e outros espaços), que não comportava todas as turmas. Tivemos que utilizar, em 1969, salas da vizinha Faculdade de Economia e da Faculdade de Serviço Social, esta última nem ainda totalmente integrada à UFJF.
Em razão desse aperto, aceleramos a mudança para o Campus, ainda bem pouco acabado. Iniciamos a ocupação da primeira plataforma ainda no final de 1969. Assim, o ICHL estava plenamente instalado no Campus em fevereiro de 1970, antes de qualquer outra unidade. Em 2 de março daquele ano tiveram início ali as aulas do instituto.
Entre as curiosidades da época, o acesso ao campus, que hoje ainda é tão precário, naquele tempo era muito difícil. Dava-se pela única estrada de São Pedro, de terra batida e esburacada. Com chuva, chegava a ser praticamente intransitável.
A energia elétrica não era garantida. Faltava muitas vezes nas salas de aula e não havia iluminação externa. De início, não podíamos funcionar à noite. A água não era potável, nem filtrada! Era bombeada de uma nascente que ficava perto de onde hoje está a Biblioteca. Um ilustre engenheiro da Comissão inventou um filtro de capim, na saída do poço. Certa manhã, ao se ligar a torneira, não saiu água, mas um encorpado caldo verde.
Convidado inesperado
Ao passar pela cidade o ilustre acadêmico Ivan Lins, especialista em Augusto Comte e Antônio Vieira, tive a ousadia de convidá-lo para uma palestra, no interesse de alguns poucos iniciados, sobretudo professores de Ciências Sociais, de História e de Letras. Ele aceitou. Determinei a preparação de uma sala de canto para umas trinta pessoas. Colocamos uns poucos cartazes para anunciar a conferência. Ao chegar a hora, quando o conferencista entrava, acolitado por Almir de Oliveira, a sala e os corredores estavam tomados de gente de todas as áreas… Não foi fácil explicar que não se tratava do outro Ivan Lins, da MPB, então nas paradas. Foi uma debandada e não mais de vinte interessados participaram da palestra da autoridade máxima do positivismo no Brasil.
Você sabia?
O ICHL foi pioneiro nas universidades públicas do Brasil a contar com um Departamento de Ciência da Religião, não confessional.
Hoje certamente bem poucos sabem que, naqueles anos iniciais, o ICHL manteve e operou uma Estação Meteorológica, com a colaboração do 5o. DISME, de Belo Horizonte.
Ao criarmos o “Laboratório de Línguas”, o projeto (abortado em parte) era mais amplo, pois pretendia oferecer aprendizado de várias línguas para professores e alunos da UFJF e para fora, até na busca de rendimento econômico.
Para a seleção e a promoção de pessoal docente, o ICHL foi a unidade responsável pelo início de concursos rigorosos, com examinadores vindos de outras universidades, sem compadrio ou proteção.
Afonso Ribeiro da Cruz
“Ingressei na UFJF em 1982, inicialmente no Hospital Escola, hoje chamado Hospital Universitário. Em 1985 fui removida, a pedido próprio, para a Faculdade de Serviço Social-FSS onde trabalhei até 2016, quando me aposentei no cargo de Técnico em Assuntos Educacionais.
A Faculdade de Serviço Social ficava na rua Santos Dumont, 214, no bairro Granbery. Era uma casa residencial transformada em faculdade, com tudo e todos muito próximos. Quando a Faculdade ‘subiu’ para o Campus Universitário em 1989, foi uma grande evolução. Estávamos no Campus Universitário! Num espaço físico ampliado e estruturalmente aberto. Havia muitas expectativas! Expandimos! O crescimento acadêmico e administrativo da Faculdade foi notório, e novas metas foram implementadas. Com toda sua expansão, a Faculdade de Serviço Social continuou sendo um lugar de muito trabalho, realizações, divergências, conquistas e de acolhimento para se trabalhar.
Trabalhar na UFJF foi muito gratificante, estendeu meus conhecimentos, elevou minha capacidade de desenvolvimento e, com alegria, tenho muitas recordações registradas em minha memória e grandes amizades conquistadas com pessoas maravilhosas.”
Lysle Avelar, servidora aposentada
“Pequena contribuição para a memória da Universidade Federal de Juiz de Fora. O ano: 1978.
A primeira foto foi tirada do ICHL (hoje ICH). Reparem que a cratera formada pela erosão no morro tem o formato de um “coelho”. Era o famoso “Coelho” da Faculdade de Farmácia e Bioquímica, o único prédio existente ali naquela época, em frente ao lago, próximo à saída pelo Pórtico Sul.
O morro era carinhosamente conhecido como ‘Planeta dos Macacos’. Detalhe: o ônibus não subia o ‘Planeta dos Macacos’. Os alunos de Farmácia e Bioquímica tinham que descer no pé do morro e pegar com fé para chegar lá em cima!
A segunda foto é o lago da UFJF, tirada a partir do antigo ICHL. À direita, sobe para a Engenharia ou vai para a Educação Física. Do outro lado do lago vai para a Comunicação, Direito, Economia, Odontologia, Farmácia e Bioquímica, Enfermagem. Ao fundo do lago podemos observar a total inexistência de prédios. Hoje, em primeiro plano, temos ali a entrada Sul da UFJF, que dá caminho de descida para a Avenida Independência (que os puxa-sacos mudaram o nome para Itamar Franco, se esquecendo que foi Itamar quem a construiu e a batizou como ‘Independência’) e os bairros Dom Bosco, Cascatinha e São Mateus. Nas ‘horas de prata’ do João XXIII reviverei uma pequena história com esta foto.”
Geraldo Muanis, ex-aluno, jornalista e escritor
“Aos 18 anos saí de Divinópolis para Juiz de Fora realizar o sonho de estudar em uma universidade federal. Estudei a minha vida toda em escola pública e logo no primeiro semestre percebi o desafio que seria. Pensei em desistir várias vezes. Felizmente, consegui me dedicar integralmente aos estudos e as dificuldades financeiras foram amenizadas ao longo do curso com bolsas de monitoria, iniciação científica, estágio e muitas refeições no Restaurante Universitário. A combinação de morar em outra cidade, longe da família e amigos, no ambiente universitário e com novas oportunidades me fizeram perceber o mundo muito além do que estava habituada.
A minha formação é a minha principal base profissional, antes da experiência. Durante o curso de Ciências Econômicas e do Mestrado em Economia Aplicada tive o prazer de ter professores doutores e pós-doutores, e cada um contribuiu para a profissional que sou hoje. Eles me despertaram para a importância da educação e de habilidades primordiais aos bons profissionais: responsabilidade, dedicação e ética. Além de seguir carreira como economista, lecionei em algumas instituições.
Quando terminei o primeiro ano do mestrado, comecei a me dedicar aos concursos públicos, em diversas áreas. Paralelamente discorri sobre o perfil de consumo de energia elétrica das famílias brasileiras em minha dissertação sem imaginar que, logo em breve, seria aprovada no concurso público de uma distribuidora de energia elétrica.
Ao todo foram seis anos na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), onde conheci muitos amigos, que assim como eu, estão espalhados pelo Brasil e também pelo mundo, contribuindo para o desenvolvimento das economias. Tenho muito orgulho da minha trajetória e sinto uma enorme gratidão pela UFJF. ”
Tuanne Dias, ex-aluna de Ciências Econômicas (2009 -2013) e mestre em Economia Aplicada pela UFJF (2015). Especialista em Planejamento e Controle da Enel Distribuição Goiás.
“Com uma baita emoção, leio os depoimentos sobre a história da UFJF. Como ex-aluna da Fafile, pude reviver vários momentos ali descritos. Lembranças que fazem o coração bater como um tambor. Os desfiles olímpicos de uma beleza ímpar e muitas risadas na competição com Engenharia (que sempre levava os troféus num carrinho de mão) e os moços da Medicina!
Conheci e fui aluna de outras Universidades, mas, a primeira (UFJF) é aquela história do “primeiro amor” que jamais se esquece! Agradeço e parabenizo os que agora nos fazem reviver tantos gloriosos momentos!”
Lygia Dias de Toledo