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Animais marinhos também podem ser atropelados

Texto por: Larissa Maia

 

Com o verão se aproximando, é comum, em áreas costeiras, o aumento no número de embarcações, seja para uso recreativo ou transporte de cargas. No entanto, essa enorme quantidade de veículos em alto mar ocasiona grandes impactos (literalmente!) para a fauna marinha, sendo o atropelamento uma das principais causas da mortalidade de animais aquáticos e ameaça à biodiversidade marinha.

 

 Tartaruga marinha teve o casco partido ao meio ao se chocar com uma embarcação no litoral de Ilhéus. Foto: Divulgação Projeto A-mar.

Tartaruga marinha teve o casco partido ao meio ao se chocar com uma embarcação no litoral de Ilhéus.
Foto: Divulgação Projeto A-mar.

Os animais mais afetados por esse tipo de atropelamento são os cetáceos (baleias e golfinhos), as tartarugas marinhas e os tubarões. Muitas espécies desses animais possuem hábitos migratórios, deixando-os extremamente vulneráveis,  uma vez que as rotas de navegação sobrepõem-se às rotas migratórias. Os cetáceos são  grandes mamíferos aquáticos, que fazem migrações anuais à procura de alimentos e para se reproduzirem. As tartarugas marinhas também realizam migrações, sendo que há relatos de acidentes para todas as espécies que ocorrem no Brasil. Os tubarões são peixes que podem atingir grande tamanho, vivem nos oceanos e também possuem o hábito migratório para busca de alimentos.

 

Com o grande aumento de embarcações, a taxa de mortalidade de animais marinhos por colisões com embarcações aumentou ao longo dos anos, principalmente, a colisão com  grandes baleias. Colisões por embarcações podem ser definidas como qualquer impacto entre qualquer parte de uma embarcação (mais comumente proa ou hélice) e um animal marinho vivo (Peel et al., 2018). Dessa forma, essas colisões resultam em traumas físicos, causando lesões em seus corpos, perda de funções motoras, infecções, podendo levar esses animais à morte.

Golfinho é encontrado morto em praia ao se chocar com uma embarcação. Foto: Foto Divulgação Projeto A-mar.

Golfinho é encontrado morto em praia ao se chocar com uma embarcação. Foto: Divulgação Projeto A-mar.

 

Os acidentes ocasionados por embarcações, muitas vezes, passam despercebidos. Um dos casos de atropelamentos por embarcações foi o da baleia-fin batizada de Fluker, que perdeu sua nadadeira caudal, após colidir com um navio. O animal apresentou traumas físicos como o problema na locomoção e sinais de magreza. Isso se deve ao animal utilizar a nadadeira caudal para se mover no oceano em busca de alimento.

 

Portanto, medidas mitigadoras são necessárias para reduzir esta problemática na conservação de animais marinhos. Elas podem ser medidas geográficas, que consistem na detecção de áreas de maior risco de colisão, com o intuito de  redirecionar as embarcações para uma rota que seja segura para os animais marinhos. Outra medida é a restrição de velocidade de embarcações, evitando o confronto e permitindo tempo suficiente para as embarcações detectarem os animais.

 

Choque de baleia com barco no Japão. Foto: Mdig

Choque de baleia com barco no Japão. Foto: Mdig

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Fontes bibliográficas: 

Peel, D, Smith, JN, Childerhouse, S (2018) Vessel Strike of Whales in Australia: The Challenges of Analysis of Historical Incident Data. Frontiers in Marine Science. 5:69. doi: 10.3389/fmars.2018.00069.

Schoeman, R, Abrolat, C, Plon, S (2020) A Global Review of Vessel Collisions With Marine Animals. Frontiers in Marine Science. 7:292.

https://faunanews.com.br/2022/10/27/animais-aquaticos-tambem-sao-atropelados/

https://www.queroverbaleia.com/single-post/colis%C3%A3o-de-embarca%C3%A7%C3%B5es-com-cet%C3%A1ceos