O que eu faço se um animal silvestre entrar na minha casa?
Imagine que você está na sua casa e se depara com um morcego, uma cobra ou um gambá. O que você faria? Cenas como essas são cada vez mais comuns. Isso se deve muito à ocupação urbana desordenada em áreas silvestres, o lar desses bichos.
Hoje vamos dar algumas dicas de como proceder durante um encontro inesperado com um animal dentro de casa, pois existem formas diferentes de lidar com cada animal. É claro que nem sempre vamos encontrar uma cobra ou uma onça dando um passeio pela nossa casa ou na calçada da nossa rua. Ainda bem! Estamos falando de sapo, de abelha e até de morcego. Existem maneiras de retirar esses bichos da sua casa em segurança para você e para o bicho. Não se esqueça de visitar nosso POST DO INSTAGRAM para comentar, perguntar e curtir!
Animais que são potencialmente perigosos
Cobras: O Brasil possui uma grande diversidade de serpentes e grande parte das espécies não é peçonhenta (não inocula veneno) e não traz risco de morte. Entretanto, existem espécies peçonhentas em que o risco de morte após picada pode chegar a 70%. É altamente difundido que existem formas para identificar se uma cobra é peçonhenta, como ter a cabeça triangular, cauda afinando rapidamente, formato da pupila e tamanho das escamas no alto da cabeça. Mas essas características não estão sempre presentes em serpentes peçonhentas, ainda mais em um país com tanta diversidade, como no Brasil. Uma característica muito importante de várias serpentes peçonhentas brasileiras é um furinho entre o olho e a narina, a fosseta loreal. Mas é algo que você precisaria chegar perto para visualizar. Então já sabe: trate qualquer serpente que você encontrar como peçonhenta.
Aranhas: Quando falamos de aranhas perigosas também estamos falando de aranhas peçonhentas, como a marrom, a viúva-negra e a armadeira, pois aranhas como a caranguejeira são mais assustadoras pelo tamanho do que realmente pelo perigo que representa.
Morcegos e gambás: Esses dois não são venenosos, mas podem transmitir a doença da raiva caso mordam ou arranhem a pessoa. A raiva é uma doença que evolui muito rápido e atinge o sistema nervoso. Existe vacina e também soro, administrado caso haja contato da pessoa com animais suspeitos de possuírem o vírus.
No caso desses três animais, não toque ou se aproxime deles em hipótese alguma, pois pode haver riscos para ambos. Nesse cenário, é necessário entrar em contato com algum órgão ambiental da cidade, como o Ibama ou o Cetas (Centro de Triagem de Animais Silvestres), que tem uma unidade aqui em Juiz de Fora – MG.
Telefones do CETAS-JF:
(32) 3215-7662, (32) 3233-1269, (32) 3233-0077.
Não alimente o animal
Esses bichos possuem dieta própria e natural e alimentá-los da maneira incorreta pode ser prejudicial à sua saúde. Além disso, dar alimento para os animais pode deixá-los mal acostumados, e aí que eles não saem mesmo da sua casa, esperando pela próxima refeição.
É importante saber que nós, humanos, invadimos o habitat dos animais, que tiveram então que se adaptar ao nosso ambiente urbano. Portanto, devemos sempre respeitá-los, cientes de que somos nós os invasores!
Deixe que o animal saia sozinho, caso ele esteja em busca de comida, e se você perceber que ele não vai causar nenhum mal a ninguém ou que não esteja ferido, simplesmente aguarde que ele vai acabar saindo. Você pode facilitar sua saída deixando portas e janelas abertas (ver dicas abaixo).
Então, o que devemos fazer com os bichos menos perigosos mas que assustam bastante muitas pessoas?
Sapos e lagartixas: São animais que não trazem, em geral, perigo à saúde. Os sapos, rãs e pererecas da nossa região não apresentam veneno muito forte (mas cuidado com os que são muito coloridos!). É possível até mesmo pegar com a mão, levando-o para fora, e imediatamente lavar as mãos com água e sabão. A pele dos anfíbios sempre produz toxinas e podem irritar mucosas, como os olhos. Os sapos-cururus costumam ter grandes glândulas de veneno atrás dos olhos que não devem ser pressionadas. Você pode, por exemplo, pegar o animal pelas axilas!
Abelhas: Muitas abelhas brasileiras não tem ferrão, mas algumas pessoas são alérgicas a abelhas, então, se for o seu caso ou se você não souber, não se aproxime! Caso saiba que não é alérgico, pode tentar, com cuidado, abrir as janelas e portas e espantar o inseto. Insetos, de forma geral, são atraídos pela luz. Assim, se você apagar as luzes do cômodo, caso esteja iluminado do lado de fora, a tendência é ele sair.
Borboletas, besouros e marias-fedidas: Também não são animais que causam problemas à saúde, em geral. Você pode usar a mesma estratégia acima, apagando as luzes do cômodo, para que o lado de fora, com sorte, fique mais claro, e o inseto saia. Evite manipular as marias-fedidas, pois entenderá logo o sentido de seu nome!
Passarinhos: Abra portas e janelas para que ele consiga sair. Se um ventilador de teto estiver ligado, desligue-o imediatamente, pois o animal poderá se machucar! Mas se ele estiver machucado por causa de alguma pancada em vidraças, faça contato com algum órgão ambiental da sua cidade.
Filhotes de passarinhos que caíram do ninho: Veja esse lindo esquema que foi preparado pelo Instagram @zoodasaves:
Fontes de pesquisa:
https://www.proambiente1.com.br/o-que-fazer-se-aparecer-um-animal-silvestre-na-minha-casa/
https://www.museu-goeldi.br/noticias/estudo-revela-a-rica-diversidade-das-serpentes-nas-americas
http://www.ivb.rj.gov.br/site-antigo/cobras_venenosas.html
https://www.sanitas.com.br/node/193