Foi o cineclubista italiano Ricciotto Canudo que escreveu, em 1911, o Manifesto das Sete Artes. Neste documento, ele montou um sistema em que dividia as artes por sua relação com o espaço – pintura, escultura e arquitetura – e com o tempo – música, dança e poesia. Para Canudo, o Cinema seria a “sétima arte” por ser a grande síntese de todas as outras artes.
Ao cunhar o termo, Canudo desconsiderou o teatro e a literatura. Ele e seu grupo de pesquisa se recusaram a ver o cinema em seu formato narrativo, utilizado para contar histórias, com atores desempenhando papéis. Mais de um século depois é possível dizer que, se não enganado, Canudo foi, pelo menos, precipitado.
No mundo todo as produções cinematográficas têm na literatura uma importante referência. E os filmes baseados em obras literárias – livros, histórias em quadrinhos, ensaios, contos, etc – são sempre muito aguardados, tanto pelos leitores quanto por aqueles que se interessam pela obra, mas não conseguiram ler. A relação literatura e cinema é tão forte que grandes prêmios do Cinema normalmente têm premiações específicas para o tema. O Oscar, por exemplo, tem a categoria “Melhor roteiro adaptado” que, apesar de não se limitar à literatura, teve nove, dos dez últimos filmes contemplados, baseados em livros.
Nesta 19a edição, o Vamos Ler! apresenta alguns trechos de livros que tornaram filmes, tanto no Brasil quanto no exterior . Há nomes muito conhecidos como “O Auto da Compadecida”, escrita por Ariano Suassuna em 1950, e Harry Potter e as Relíquias da Morte, escrita por J. K. Rowling em 2007. Mas há também trechos de obras importantes e pouco conhecidas, como “Homens e caranguejos”, escrita em 1967 pelo recifense Josué de Castro. Boa parte do material foi indicado por escritores e professores de literatura de nossa cidade e você pode conferir todos neste link (abre nova janela).
Nosso site também traz uma entrevista com a professora de cinema da UFJF campus sede, Erika Savernini, que fala um pouco sobre critérios utilizados pela indústria cinematográfica ao escolher uma obra literária para adaptação. Savernini também responde aquela famosa pergunta: por que, muitas vezes, o filme não parece tão perfeito como o livro? Confira a entrevista neste link (abre nova janela). Além disso, nas redes sociais da UFJF-GV, além dos fragmentos de livros que se tornaram filmes, todos poderão participar de enquetes, testando assim os conhecimentos sobre literatura e cinema.
Boa leitura!
Que tal ler um pouco mais? Confira Alcançando voos com a leitura e a escrita.