Fechar menu lateral

Seleção Vamos Ler!

 

Tomo a forma do mar.

Se é preciso que em minhas águas 

navegue o vento e em mim 

o sol refaça caminhos 

de impulsos e chamas verdes 

não me furto ao compromisso que hoje 

me impõe esta manhã.

 

Poema Mutatis Mutandis, de Bartyra Soares. Clique aqui e escute o poema no Youtube (abre nova janela).

A autora:

Nascida Maria Bartira Soares da Silva, a contista e poetisa nasceu em Catende, Pernambuco, em 1949. Foi a primeira deficiente visual a tomar posse na Academia Pernambucana de Letras, em 2015. O primeiro poema de Bartyra, feito aos seis anos, foi publicado no Diário de Pernambuco. E seu primeiro livro – Enigma – foi publicado em 1976. Suas obras, que transitam entre a poesia e os contos, já conquistaram 14 prêmios literários. Bartyra também tem inúmeros textos incluídos em antologias, dentre as quais, Poésie du Brésil, publicada em Paris/ França.

 

———————————

 

Histórias

Tenho que contá-las

Vim pela palavra e para ela servirei

As palavras são meu ar

Tomei coragem de encontrar a minha alma refletida…

Nas palavras, nas histórias, nas pessoas…

Como conseguiremos viver em dois mundos?

 

Poesia de Leandra Migotto Certeza. Clique aqui e escute o poema no Youtube (abre nova janela).

A autora:

A poeta, escritora e palestrante Leandra Migotto Certeza é formada em Jornalismo Literário e Escrita Criativa. Atua como consultora em Inclusão e Direitos Humanos das Pessoas com Deficiência, desde 1998. Leandra nasceu em São Paulo, em 1977, e tem uma condição física chamada osteogênesis imperfecta, uma doença hereditária que prejudica a formação dos ossos e os torna muito frágeis. Vencendo todas as previsões ruins da medicina, Leandra já conquistou o Prêmio de Classificação de Excelência no Concurso de “Periodismo y Comunicación Sociedad para Todos”,na Colômbia em 2003. É  criadora da Caleidoscópio Comunicações – Consultoria em Inclusão, Colunista no Portal Sem Barreiras, na Revista AZMina e no Observatório Internacional sobre Sexualidade das Pessoas com Deficiência (Peru). 

 

—————————————–

 

Não fico mais aflito por saber que nada sei. O que é? De quê? De onde veio? São perguntas cujas respostas não me interessam. O tempo não precisa ser medido; essa frase tem ficado muito tempo na minha cabeça.

 

Trecho do livro Blecaute, de Marcelo Rubens Paiva. Clique aqui e escute o texto no Youtube (abre nova janela).

O autor:

Marcelo Rubens Paiva é um escritor, dramaturgo e roteirista brasileiro, nascido em 1959, em São Paulo. Paiva e família viveram entre 1964 e 1971 no exílio, junto ao pai, o deputado Rubens Paiva que, ao voltar para o Rio de Janeiro, foi preso e morto. Ainda na escola, Paiva demonstrava amor pela leitura e escrita e atuou no jornal escolar. Em 1979, aos 20 anos, quando estudava engenharia agrícola, ele fraturou a quinta vértebra da coluna cervical, ao pular em um lago na área da universidade, e ficou tetraplégico. Após longo período de recuperação, começou a escrever o livro “Feliz ano velho”, publicado em 1982. Já foi indicado ao Emmy pelo roteiro da série “O Homem Mais Forte do Mundo”, da TV Globo, e ganhou três prêmios Jabuti de literatura com “Feliz ano velho”, “Ainda estou aqui” e “O menino e o foguete”. Tem também um prêmio Shell de teatro por “Da boca”.

 

———————-

 

Rodrigo não liga que falem que é cego, mas prefere que se refiram a ele como deficiente visual. Só não gosta mesmo quando o chamam de ceguinho. Agora, na nova escola, ele tem um grande amigo, o André. E as outras crianças da classe pouco a pouco vão percebendo que o Rodrigo, mesmo não enxergando como elas, também consegue VER as coisas do mundo. Mas de formas diferentes.

 

Trecho do livro Rodrigo enxerga tudo, de Markiano Charan Filho.  Clique aqui e escute o texto no Youtube (abre nova janela).

O autor:

O escritor Markiano Charam Filho ficou cego logo que nasceu, sendo alfabetizado no sistema braile. Formado em Processamento de Dados, graduado em Letras e especialista em Educação Inclusiva, Filho é autor de diversas crônicas e livros infantis, como “Rodrigo enxerga tudo”, “Rodrigo bom de bola” e “Rodrigo na Era Digital”. Atualmente é presidente da Associação dos Deficientes Visuais e Amigos (ADEVA).

 

————————–

 

Quando um estranho se põe a empurrar um cadeirante, ele não só se dá o direito de querer saber as razões da desgraça do ajudado, como costuma lançar alguma frase de conforto ou indicar alguma igreja evangélica para a salvação da alma. Muito raramente uma ajuda é apenas uma ajuda.

 

Trecho do livro Malacabado, de Jairo Marques. Clique aqui e escute o texto no Youtube (abre nova janela).

O autor:

O escritor e jornalista Jairo Marques nasceu em Três Lagoas (MS). Ainda na infância se tornou cadeirante, devido ao agravamento de poliomielite, contraída em um surto nacional em 1975. Marque ingressou como repórter da Folha em 1999 e teve a oportunidade de viajar por diferentes lugares do Brasil, reconhecendo a diversidade e também as desigualdades do país. Após esse período, decidiu cursar uma pós-graduação em Jornalismo Social, ampliando sua escrita a respeito da acessibilidade e buscando mudar a maneira como são vistas as pessoas com qualquer tipo de deficiência. Seu livro “Malacabado”, publicado em 2016, é um relato franco e irreverente sobre a condição das pessoas com deficiência.

Gostou? Leia nosso post sobre Literatura e Acessibilidade e confira a entrevista com o youtuber e escritor Marcos Lima