O agenciamento: “A unidade real mínima não é a palavra, a ideia ou o conceito; nem o significante, mas o agenciamento. É sempre um agenciamento que produz os enunciados. Os enunciados não têm por causa um sujeito que agiria como sujeito da enunciação, principalmente porque eles não se referem aos sujeitos como sujeitos do enunciado. O enunciado é o produto de um agenciamento, sempre coletivo, que põe em jogo, em nós e fora de nós, as populações, as multiplicidades, os territórios, os devires, os afetos, os acontecimentos. O nome próprio não designa um sujeito mas qualquer coisa que se passa, pelo menos entre dois termos que não são sujeitos, mas agentes, elementos. Os nomes próprios não são nomes de pessoas, mas de povos e tribos, de faunas e de floras, de operações militares e tufões, de coletivos, de sociedades anônimas e escritórios de produção. O autor é um sujeito da enunciação mas não o escritor, que não é um autor. O escritor inventa os agenciamentos a partir de agenciamentos que se inventaram, ele faz passar uma multiplicidade na outra. O difícil é fazer conspirar todos os elementos de um conjunto não homogêneo, os fazer funcionar juntos. As estruturas estão ligadas às condições de homogeneidade mas não os agenciamentos. O agenciamento é o co-funcionamento, é a “simpatia”, a simbiose (…) O que é um agenciamento? É uma multiplicidade que comporta muitos termos heterogêneos e que estabelece ligações, relações entre eles, através das idades, sexos, reinos – de naturezas diferentes. Assim, a única unidade do agenciamento é o co-funcionamento: é a simbiose, uma “simpatia”. Quando Deleuze encontra Spinoza, “[…] quando um corpo encontra outro corpo, uma ideia outra ideia, tanto acontece que as duas relações se compõem para formar um todo mais potente, e ao contrário, quando um decompõe o outro, destrói a coesão das suas partes”. Aqui, quando encontramos uns aos outros, singularidades díspares, na diferença, mais produções singulares na diferença. Bons encontros!
(Deleuze; Parnet,Diálogos).
Clarissa Alcântara – teatrodesessência/corpoalíngua
Fabrício Carvalho artistaprofessor professorartista
Nina Veiga – Ateliê de Educação
Grupo de Estudos Contemporâneos e Educação Matemática – Gecem/UFSC
Grupo de Trabalho Avalição e Educação Matemática – SBEM Brasil
Grupo de Pesquisa História Oral e Educação Matemática – GHOEM/UNESP
https://ppgedu.org/ffp/grupos.html
Coletivo “Diferenças e Alteridade na Educação” – UFRJ
Grupo de estudos e pesquisas em Gênero, Sexualidade, Educação e Diversidade – GESED/UFJF