Atenção estudantes de História da UFJF! Está aberta a votação para o tema da XXXVII Semana de História da Universidade Federal de Juiz de Fora.
Até o dia 06/05/2021 vocês devem registrar o seu voto para decidirem o título de nossa 37ª edição.
Acessem o formulário de votação clicando aqui!
Conheça as propostas, através das informações enviados pelos autores:
Proposta 1: Os tribunais da História: Alcances e limites das narrativas no tempo.
Resumo: Ao nos debruçarmos sobre importantes momentos políticos e culturais, uma frase sempre é repetida, como um mantra para a eternização: “A história irá julgá-los!”.
Do Brasil ao mundo contemporâneo, não são poucos as discursos que invocam um olhar clássico da História, relacionado com o mito da musa Clio, que julga os culpados e proclama os heróis do tempo.
Nós, como historiadores, precisamos refletir: Qual o nosso papel nessa demanda? E, talvez mais importante, poderemos contar com os tribunais da História? É um dos nossos ofícios ocupar o lugar da antigas lendas e tecer uma narrativa entre os vitoriosos e derrotados?
Esse é o local sob o qual se dirige o olhar da 37ª edição da Semana de História da Universidade Federal de Juiz de Fora, em um convite para refletirmos sobre a escrita e os alcances da história em um cenário de negacionismos e retrocessos.
Justificativa: Um dos maiores desafios que coloca-se ao historiador em nosso tempo é combater o avanço dos usos indevidos do passado e a adaptação de narrativas, que vem se constituindo como um verdadeiro campo de batalha.
Voltar o olhar da 37ª Semana de História para esse ofício é estabelecer a possibilidade de refletirmos não apenas sobre nossa própria atuação, mas criar interlocuções com historiadores dos mais diversos campos e áreas.
Proposta 2: A história da sala de aula para o mundo contemporâneo e vice versa – Desafios e possibilidades para ensinar.
Resumo: Diante da conjuntura política e social que estamos enfrentando, negacionismos, cortes educacionais, desvalorização do educador, dentre outras problemáticas, precisamos dar um passo à frente: discutir e elencar as questões da História Pública, fazendo um destaque para o ensino de História. Partindo do currículo proposto pela BNCC para as aulas de História na Educação Básica faz-se necessário que professores, já formados, e estudantes em formação possam trazer para um debate os desafios e as possibilidades para se ensinar História, fazendo com que estes ensinamentos possibilitem que seus alunos compreendam as questões do mundo contemporâneo, assim como, também, as questões do tempo passado. Diante deste objetivo e de muitos outros para uma aula de História, questão que é pontuada por cada docente, precisamos apresentar nossas ideias para trabalhar com alguns materiais, discutir sobre as metodologias possíveis para dado conteúdo, além de, principalmente, falar sobre os desafios que permeiam o ensinar, desde as escolhas metodológicas às questões de conteúdo.
“Com o que trabalhar?” “Como ensinar?” “Quais pontos são relevantes dentro de um conteúdo tão abrangente?” “Como fazer com que os alunos compreendam o conteúdo dado na disciplina de História?”. Essas são exemplos de perguntas que podem ser “pontos chaves” para o aprimoramento da didática a partir do compartilhamento de ideias e de experiências que ajudarão docentes e discentes em formação acadêmica a elaborarem e criarem novos meios e formas de se ensinar.
Quando discorremos pensando o “mundo contemporâneo” queremos pensar, também, para além da História Pública, ou seja, propomos se pensar nos avanços que ocorreram neste mundo e como estes podem ser agregados no ensino da disciplina de História, citando um exemplo claro sobre: a realidade do uso da internet como material metodológico para a realização das aulas. Os caminhos para a construção de uma aula de História são os mais diversos possíveis, por isso dialogar sobre eles e apresentá-los, principalmente para os graduandos, trarão resultados positivos para a formação docente daqueles que pretendem seguir carreira como professor, assim como possibilitará, também, aos que não pretendem seguir esta carreira a possibilidade de novos horizontes de pesquisa, visto que são diversos os horizontes de ideias e temáticas para se pensar a partir do ensino.
Justificativa: Perante o que a sociedade tem vivenciado desde o início da Covid-19 em 2020, e consequentemente ao pensarmos em um país como o Brasil que é marcado por uma crescente desigualdade social, torna-se importante pensar nas inúmeras famílias que, com o isolamento social, foram atingidas a priori economicamente e socialmente. Nesse sentido pensar na educação, a qual se torna de suma importância, haja visto que pensando em uma mudança mental, ou seja, do ensino, este naturalmente levará a uma alteração comportamental na sociedade, como elenca Antônio Gramsci sobre a revolução por meio da educação, assim como também é elencado por Paulo Freire.
A crise que se acentuou com a pandemia nos evidenciou, ainda mais, que o processo da educação ultrapassa a escolarização, visto que a educação não deveria ser vista como uma preparação para vida, mas sim como o percurso desta, visto que a educação não se faz presente apenas na escola, mas também fora dela. Sendo assim, os professores passaram a atuar para além da ideia de ensinar conteúdos, mas em grande parte dos casos como agentes para minimizar os efeitos desta crise, posto que as mudanças foram inevitáveis colocando os docentes para uma reflexão mais acentuada sobre como estava sendo a compreensão dos seus alunos a partir do conteúdo dado. A partir disso destaca-se a importância de se agregar nas aulas a “bagagem” que os alunos traziam para as aulas, como é descrito por Helenice Rocha (2009) no Texto “Aula de História: que bagagem levar?”, no qual a mesma entende por bagagem o “capital cultural”, o qual representa os saberes que os alunos trazem para a escola/aula, ou seja, as informações prévias que os mesmos possuem e que os aproximam dos conhecimentos históricos.
E suma o objetivo deste tema é refletir acerca das metodologias e estratégias pedagógicas para o ensino de História que viabilizem a abordagem de passados sensíveis e por que não traumático no cenário de constante ataque à liberdade de ensinar, disseminação de teses negacionistas e usos públicos distorcidos do passado com a finalidade de arma política em que vivemos. No processo de pensar a educação como a revolução social o professor toma o papel de como bem pontuou Albuquerque Júnior “…levar seus alunos a atravessar o rio da morte, deve conduzir seus alunos para fora de si mesmos, de seu tempo, de sua cultura, de seus valores, de seus costumes, provocando neles a sensação de estranhamento, a vivência temporária da condição de estrangeiros, contribuindo assim para a formação de pessoas mais tolerantes em relação ao diferente, ao estranho, ao estrangeiro, menos xenófobas e preconceituosas”. (ALBUQUERQUE Jr,2016, p. 26)