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Médico do HU esclarece dúvidas sobre coronavírus

Com o segundo caso confirmado de coronavírus no Brasil e o início das aulas na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) nesta segunda-feira, 2, a instituição ouviu o médico infectologista do Hospital Universitário Rodrigo Daniel de Souza para tirar as dúvidas da comunidade sobre a epidemia. Souza é chefe do setor de Gestão da Qualidade e Vigilância em Saúde do HU-UFJF/EBSERH e participou da reunião municipal com autoridades sobre o assunto na última sexta-feira, 20.

O Brasil atualmente monitora 16 países para casos suspeitos de coronavírus, sendo que os dois brasileiros infectados tiveram contato com o vírus no exterior. Os principais critérios para suspeitar da doença, segundo o especialista, continuam sendo: viagem no prazo de 14 dias para os 16 países monitorados pelo Ministério da Saúde, febre e algum sintoma respiratório (coriza, tosse ou dor de garganta). Se você possui esses três critérios combinados, procure atendimento médico. Veja outras orientações:

O que é o coronavírus e qual seu impacto na saúde da pessoa infectada?

A primeira coisa é saber que esse é um vírus antigo, que sofreu mutações para uma cepa nova e essa cepa tem causado casos graves em alguns grupos específicos. A maior parte dos casos, porém, é assintomática ou aparece como um resfriado leve. Os casos graves acometem principalmente os pacientes mais velhos e também os que têm alguma comorbidade, ou seja, alguma doença de base, principalmente quando ela está descontrolada.

Quais são os cuidados e procedimentos de segurança que devemos adotar?

A gente tem que rapidamente identificar os pacientes suspeitos. Nossa cidade tem pessoas de várias partes do mundo circulando ou que viajaram e estão retornando agora de férias. Assim, temos que identificar rapidamente aquelas pessoas que estão com algum sintoma como febre e sintoma respiratório, e que estiveram na lista dos 16 países  com transmissão sustentada do vírus, nos últimos 14 dias. Esses pacientes suspeitos devem procurar atendimento médico e, no atendimento, identificar sua situação. Lá ele deverá receber uma máscara e ficar numa sala separada aguardando seu atendimento. Por enquanto, os dois casos do Brasil são importados, ou seja, são pessoas que estiveram na Itália. Por isso, ainda temos uma situação confortável no Brasil, pois não temos transmissão dentro do país. Mas isso não deve demorar muito a acontecer, de acordo com a história dos outros países.

E para prevenir caso o vírus comece a circular aqui?

Em relação às pessoas assintomáticas, temos que ter cuidados comuns para todas as doenças. São eles: higienização das mãos com água e sabão durante pelo menos 20 segundos e, se não houver água e sabão, álcool gel. O álcool gel não é melhor do que a água e sabão. Ele deve ter uma concentração de, no mínimo, 60% e ser de formulação própria para mãos. Não é o de limpeza ou acendimento de fogo. Além disso, se a pessoa estiver resfriada ou tossindo, deve utilizar máscara e lenços descartáveis. Tossir na flexão do cotovelo, evitando assim contaminar as mãos e o ambiente ao seu redor – essas regras servem para o coronavírus, para resfriados, para a gripe e o H1N1. A vacinação contra a gripe também é importante, pois evita que se possa confundir com o coronavírus.

Para as pessoas de Juiz de Fora que apresentarem os sintomas, qual o atendimento de saúde devem procurar?

Apesar do Hospital Universitário (HU) e do Hospital João Penido serem referências para o atendimento de pacientes com o coronavírus, eles são apenas para os casos graves e que serão devidamente encaminhados por unidades de saúde de urgência. O atendimento de caso suspeito será feito nos hospitais privados, nos públicos e nas UPAs, que possuem portas abertas, ou seja, pronto atendimento. Só serão internados (no HU e no João Penido) aqueles com formas mais graves da doença ou com comorbidades de base. Os pacientes com sintomas leves serão tratados em casa e com atestado de afastamento de suas atividades, inclusive da família, em quarto separado.

Qual a forma mais segura de se obter informações e não se tornar um replicador de conteúdo mentiroso?

A primeira coisa é descobrir a fonte de informação. Existem fontes confiáveis como sociedades médicas, órgãos públicos de referência como as universidades. A partir da confirmação da fonte, temos mais segurança para o compartilhamento da informação. Além disso, o Ministério da Saúde disponibilizou um número de Whatsapp para checar se aquela informação é verdadeira ou fake news. O número é (61) 99289-4640.

Outras informações:

Ministério da Saúde

(61) 99289-4640.