“Parem de falar mal da rotina. Parem com essa sina anunciada de que tudo vai mal porque se repete. Mentira! Bi-mentira: não vai mal porque repete. Parece, mas não repete, não pode repetir. É impossível! O ser é outro, o dia é outro, a hora é outra e ninguém é tão exato.” Com essas palavras, a atriz e funcionária da Casa de Cultura da UFJF, Sandra Emília, iniciou a apresentação da aula inaugural do programa de extensão Polo de Enriquecimento Cultural, no último dia 21, e mudou o ritmo e a rotina dos alunos do Polo.
Sandra fez uma adaptação do texto “Termos da Nova Dramática (Parem de Falar Mal da Rotina)” de Elisa Lucinda e o apresentou em forma de monólogo, arrancando risadas da plateia. A servidora conta que escolheu o tema por ser um assunto que mexe com as pessoas, sobretudo as da terceira idade. “A rotina é o roteiro que você escreve para o cotidiano.”
O programa de extensão Polo de Enriquecimento Cultura para a Terceira Idade oferece a essa parcela da população a oportunidade de continuar, por meio de cursos, os seus projetos de vida. A coordenadora do Polo, professora Sandra Arbex, explica que historicamente o segmento da terceira idade era estigmatizado e não havia programas e espaços sociais para eles. “Infelizmente, a nossa sociedade costuma pensar que se o indivíduo não é uma força de trabalho, não tem mais nada a oferecer e nem o que viver.”
Satisfação dos alunos
Há 11 anos no Polo, Conceição Linhares conta que gosta muito do programa e pretende continuar frequentando-o por muitos anos. “Não tem coisa melhor do que estar aqui. Gosto muito do lugar e das professoras. Venho há bastante tempo e sempre virei.” Já Cleuza Maria Alves, passou a participar das atividades este ano. “Entrei para o curso de informática. Comecei pelo Windows e estou gostando muito. Já havia feito o curso antes em outro local, mas não aprendi.” A estudante conta que veio para o Polo após receber um convite de sua amiga, Maria Rosa Teixeira, que participa das aulas de espanhol. “Estou amando as aulas. O professor é muito atencioso e prestativo”, comenta Maria Rosa referindo-se ao professor de espanhol Leonardo Borges.
Borges afirma que a oportunidade de atuar no Polo é uma experiência única. E para trabalhar com pessoas da terceira idade é preciso ter sensibilidade aguçada. “Da mesma forma que ensinamos, também aprendemos muito com as pessoas que estão dispostas a aprender, a errar e a ajudar umas as outras. Existe uma interação muito boa aqui.”
Há 15 anos trabalhando como psicóloga no Polo, Neide Abreu destaca que, para os alunos, o projeto é um momento de enriquecimento cultural e emocional. “Eles se relacionam com o igual e com o diferente e isso sempre traz crescimento para o ser humano.”
Outras informações: (32) 3215-4694 (Casa de Cultura)