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Ações informativas são ferramentas contra o assédio moral em empresas

Bancários participam de palestra promovida pelo projeto (Foto: Renato Costa)

A editora de moda liga fora do expediente e exige que sua nova assistente consiga um voo em meio à tempestade nos Estados Unidos. A assistente tenta, sem sucesso, resolver o problema. Essa é uma das cenas do filme “O Diabo veste Prada” com Meryl Streep e Anne Hathaway nos respectivos papeis. Quem viu o longa, sabe que depois dessa situação tantas outras se repetiram, o que leva o espectador a oscilar entre o riso e a pena da personagem interpretada por Anne.

Atitudes abusivas como essa têm crescido e prejudicado o estado físico ou psíquico de funcionários. O projeto “Apoio à ação sindical bancária na área da saúde do trabalhador” auxilia o Sindicato dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da Zona da Mata e Sul de Minas (SINTRAF-JF) em situações de assédio moral.

Dentre os comportamentos que o classificam estão atribuir erros imaginários ao empregado, ameaças, instruções confusas e imprecisas, insultos e agressões físicas ou verbais. A coordenadora da iniciativa e professora da Faculdade de Serviço Social, Ana Lívia Coimbra, afirma que a proposta surgiu por meio de investigações para projeto de pesquisa e monografia. “Por meio das entrevistas que realizamos, percebemos o processo de adoecimento intenso dos empregados causado pelo assédio moral.” A partir disso, a docente desenvolveu ações de intervenção com os sindicatos.

Numa primeira fase, os sindicalistas preenchem um formulário e são entrevistados pela equipe do projeto. Com as respostas, é realizado levantamento no qual são apontados os bancos com maior número de denúncias e as doenças psicossociais provocadas pelo assédio. A iniciativa também age com o objetivo de instruir o funcionário em reconhecer o abuso e como proceder ao identificá-lo.

Ações

A professora Ana Lívia (à esq.) e a estudante Ana Paula promovem ações informativas sobre o assédio moral (Foto: Angélica Simeão/Proex)

A estudante do sexto período de Serviço Social Ana Paula de Souza é bolsista e auxilia no atendimento aos sindicalistas e nas reuniões destinadas aos bancários. “Minha participação no projeto tem mostrado a realidade do que vejo na faculdade.”

A comunicação com os membros do sindicato é realizada por meio de boletim impresso, informativo eletrônico, redes sociais e site. Entre as próximas atividades previstas estão a elaboração de uma cartilha, a divulgação da campanha local de combate ao assédio e a publicação de coluna mensal com dois personagens acerca do tema.

Para Ana Lívia, a iniciativa tem obtido êxito. “O sindicato é receptivo conosco e percebemos isso com o prestígio que eles oferecem à bolsista. Também observamos sua confiança com a autonomia que nos dão na criação e execução das propostas discutidas.”