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Iniciativa busca melhoria na qualidade de vida dos idosos por meio da acessibilidade

No Brasil, os idosos representam 8,6% do total da população. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), hoje o país tem cerca de 20 milhões de idosos e a previsão é de que em 2025 esse número ultrapasse 32 milhões de pessoas. Diante dessa realidade, a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) criou o projeto “A acessibilidade espacial em instituições de longa permanência para idosos em Juiz de Fora”.

Coordenado pelo professor da Faculdade de Engenharia Emmanuel Pedroso, a iniciativa, que teve início no primeiro semestre deste ano, tem como objetivo trabalhar em Instituições de Longa Permanência (ILPI’s) de Juiz de Fora. “Atuamos por meio de assessoria no que diz respeito à acessibilidade, principalmente a espacial.” Segundo o docente, o trabalho foi dividido em etapas. “Inicialmente realizamos um trabalho de pesquisa acerca dos temas. Em seguida, a equipe foi a campo para verificar de que maneira poderíamos contribuir com as ILPI’s. Agora temos um cadastro atualizado das instituições registradas no município.” Na cidade, são 16 instituições, sendo doze particulares e quatro filantrópicas.

Os trabalhos são pautados na análise de quatro componentes: deslocamento, uso, comunicação e orientação do idoso no ambiente construído e, de acordo com Pedroso, são seguidas as regras da Associação Brasileira de Normas Técnicas. “A norma 9050 é o parâmetro atual para a acessibilidade. Ela estabelece critérios técnicos para as condições de um acesso adequado no ambiente construído.” A iniciativa também busca contribuir de maneira prática com as instituições. “Visamos a melhoria na qualidade de vida dos idosos e queremos que o projeto tenha continuidade.”

Para o próximo ano, o objetivo é começar os trabalhos práticos nas ILPI’s cadastradas. “Vamos analisar quanto tempo teremos que ficar em cada instituição e quantas serão atendidas por ano. Além disso, a partir da discussão acerca dos temas e das fontes de informação, buscaremos direcionar e consolidar o nosso instrumento de análise para melhor atuar nas instituições”, afirma Pedroso.

Para o estudante Lucas Vilela o projeto contribuirá para a sua formação profissional (Foto: Tatiane Oliveira/Proex)

Conhecimento
A iniciativa conta com o apoio de três bolsistas e um voluntário. Conforme destaca Pedroso, diante do envelhecimento da população é fundamental que arquitetos e estudantes de arquitetura entrem em contato com as demandas do idoso. “Essa parcela da população tem características próprias e algumas necessidades em relação ao espaço. Dessa forma, há uma diversidade funcional, física e mental que leva a uma série de desafios para o arquiteto na concepção do espaço.”

O estudante do curso de Arquitetura e Urbanismo, Lucas Vilela, entrou para a equipe em setembro deste ano. Para ele, a demanda com a acessibilidade para idosos e outras camadas da população foi sua motivação para integrar o grupo. “Acredito que participar ativamente dos trabalhos possa me auxiliar não só durante a graduação, mas também na carreira profissional.”