O câncer de mama é o segundo tipo de tumor mais frequente no mundo. Em 2010, de acordo com dados do Sistema Único de Saúde (Datasus), foram registrados 12.705 óbitos de mulheres e 147 de homens somente na rede pública. Para este ano, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima um total de 52.680 novos casos. Levando em consideração as alterações provenientes dessa doença, desde 2001 o projeto de extensão “De peito aberto: programa de prevenção e acompanhamento integrado no câncer de mama”, coordenado pela professora da Faculdade de Fisioterapia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Simone Carvalho, dá apoio a pessoas nessa situação, especialmente as mulheres.
A iniciativa é realizada no Centro de Atenção à Saúde do Hospital Universitário (HU/CAS) e conta com o apoio de uma equipe multidisciplinar composta por cerca de 25 pessoas de áreas como medicina, fisioterapia, enfermagem, psicologia e serviço social.De acordo com a docente, o objetivo da ação é dar assistência integral e humanizada às pacientes e aos seus familiares. “Trabalhamos com mulheres que tenham alguma alteração na mama, mesmo que o diagnóstico não seja câncer. Nossa intenção é dar suporte àquelas que estão com a doença confirmada ou com suspeita.”
A psicóloga Hila Martins integra a equipe desde 2009. Para ela, a importância do projeto está no apoio que as atividades proporcionam. “Muitas mulheres chegam ao hospital em crise e saem mais tranquilas. Isso é resultado do trabalho desenvolvido. Oferecemos suporte e condições para elas enfrentarem as dificuldades do momento.”
Assistência
Entre as ações realizadas no projeto estão sala de espera, acolhimento, assistência individualizada, além do Grupo de Atendimento Integrado (GAI). De acordo com Simone, o GAI é realizado quinzenalmente e dá auxilio às mulheres com câncer. “Esse é o momento em que elas tiram as dúvidas em relação à doença e trocam experiências.”
Na sala de espera, realizada uma vez por semana, os acadêmicos se deslocam até um dos ambulatórios do hospital e dão palestra sobre como diagnosticar o câncer. A doméstica Floripes Borges veio de Rio Pomba (MG) para uma consulta e assistiu uma explicação promovida pelo projeto. “Aqui eu pude me informar sobre como identificar alguma alteração na mama. Com esse esclarecimento, vou retomar os cuidados e fazer o autoexame todo mês.”
Além dessas atividades, a iniciativa engloba o acolhimento, que é realizado nos leitos do ambulatório de mastologia. “Antes de realizar a consulta, as mulheres participam de uma reunião, na qual o projeto é apresentado. O objetivo aqui é reduzir a ansiedade e esclarecer possíveis dúvidas”, comenta Simone.
Oportunidade
Para a professora, os acadêmicos que participam do trabalho adquirem enriquecimento profissional e pessoal. “A interdisciplinaridade é importante, pois ensina que profissionais de saúde precisam atuar em equipe, respeitando o trabalho do outro.” A bolsista do oitavo período de fisioterapia, Amanda Tupinambá, destaca que ao entrar para o projeto passou a entender melhor o universo que envolve o câncer. “Faço parte da equipe há seis meses. Ao iniciar as atividades, passei a enxergar a dimensão que é estar intervindo na vida das mulheres. Isso muda a visão diante da carreira profissional.”
Já para Nilo Lopes, estudante do oitavo período de medicina, o projeto proporciona aprendizado. “Na minha área, o trabalho é muito individualizado. Aqui aprendi a trabalhar em equipe.” O acadêmico acredita que participar da ação será um diferencial para sua vida profissional. “Adquiri experiência para lidar com meus futuros pacientes, tratando-os de uma forma mais humana.”
Outras informações:
(32) 4009-5318 / 4009-5368 (Hospital Universitário)