Dificuldade para agendar uma consulta, atendimento inadequado de profissionais e usuários insatisfeitos. Essas são algumas características comuns nos principais centros de saúde pública do país. Para solucionar problemas como esses nas Unidades de Atenção Primária à Saúde (UAP’s) de Juiz de Fora e capacitar enfermeiros no atendimento aos pacientes, a professora da Faculdade de Enfermagem, Denise Friedrich, criou o projeto “A relação de trabalho das equipes com os usuários nas unidades básicas de saúde em Juiz de Fora”.
A iniciativa foi criada há cerca de dez anos. Para Denise, a motivação para o desenvolvimento do projeto foi o interesse em analisar a relação enfermeiro-paciente. “A ação tem sido tão bem sucedida, que conseguimos desenvolver outras atividades paralelas”. Entre elas, está a cartilha “Orientações básicas sobre alimentação”, lançada em 2010 em parceria com a nutricionista Wanessa Aquino, e distribuída gratuitamente nas UAP’s. O livro resultou do trabalho realizado por acadêmicos, no qual foi proposta a reeducação alimentar com novos hábitos para uma vida saudável.
Outras atividades complementares também foram lançadas, como um material para a orientação de farmacêuticos, um levantamento acerca de práticas educativas realizadas pela equipe de Saúde da Família e um trabalho sobre sociologia na saúde a partir da resposta dos enfermeiros.
O acompanhamento de pacientes hipertensos é o próximo passo que a iniciativa dará em 2013. Segundo Denise, a ideia é desenvolver a atividade na UAP do bairro Monte Castelo. O levantamento dos usuários já está sendo feito pela estudante de Enfermagem, Mariana Galvão. Para Mariana, atuar no projeto junto às UAP’s é importante, pois “proporciona o aprendizado mútuo entre profissionais e acadêmicos e estimula a habilidade científica do estudante. Além disso, a leitura de textos e artigos na área complementa o aprendizado.”
Segundo a coordenadora da iniciativa, a boa receptividade dos funcionários das UAP’s com os profissionais e alunos da UFJF colabora para o bom desempenho da atividade. “Percebemos que os enfermeiros gostam de participar. Eles são bem receptivos com a proposta que é realizada”, afirma Denise.