Existe uma crença de que mulheres grávidas apresentam maior incidência de problemas odontológicos, como cáries e perda dental. Outro mito imposto pela sociedade é que as mulheres nesse período não podem se submeter a tratamentos dentários. Para tentar quebrar esses tabus, desde 2002, a Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) desenvolve o Programa de Odontologia Preventiva e Educativa para Gestantes.
A iniciativa, coordenada pela professora Luzia da Glória Coelho, surgiu da necessidade de esclarecer a relação entre saúde bucal e as alterações da gestação causados pelas doenças odontológicas. “Iniciamos o projeto porque percebemos uma série de problemas bucais nas gestantes. Na maioria das vezes, a origem das alterações estava relacionada a causas culturais.”
O projeto consiste em ações com o objetivo de prevenir as gestantes, a fim de que os bebês não tenham problemas futuros. As orientações são realizadas nas Unidades de Atenção Primária à Saúde dos bairros São Pedro e Borboleta, no Instituto de Saúde da Mulher, no Palácio de Saúde e no Hospital Maternidade Therezinha de Jesus. De acordo com a docente, nesses locais são aplicados questionários e realizados programas preventivos. “Conversamos sobre os principais problemas dentários, apresentamos o tratamento adequado e tiramos dúvidas das pacientes.”
Se alguma anormalidade for detectada e a gestante necessitar de um atendimento secundário, ela é encaminhada para a Faculdade de Odontologia da UFJF. Além das atividades de orientação e prevenção, o projeto realiza ações após o nascimento das crianças. Segundo a coordenadora, depois do parto, é realizado um trabalho intensivo com as mães para que os bebês não apresentem problemas nos primeiros meses de vida. “Explicamos quando a higienização bucal deve ser iniciada, pois muitas pessoas ainda acreditam que os cuidados com a boca devem começar somente quando os primeiros dentes nascem. Isso é um erro.”
Conhecimento
A equipe conta com apoio de uma bolsista e uma mestranda. De acordo com Luzia, os acadêmicos que participam do projeto adquirem conhecimento na prática de atenção primária à saúde bucal. “A iniciativa gera aprendizado para os alunos. Além disso, é um diferencial para o mercado de trabalho.”
A aluna de mestrado Drusila Antunes está na equipe há seis meses. “Participar do trabalho é um diferencial para mim. Aqui, explicamos como deve ser a higienização bucal e como fazer uma alimentação equilibrada.” Já a estudante do nono período de Odontologia, Roberta de Paula, entrou motivada pelo interesse em orientar as gestantes. “Faço parte há um ano. O aprendizado adquirido com o trabalho e a orientação da professora são os diferenciais da ação.”
Outras informações: (32) 2102-3858