Depois de 15 dias de trabalho intenso no município de Colinas (TO), a equipe de rondonistas da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), formada por professores e alunos, retornou com lições e aprendizado na bagagem. “Foi uma experiência inédita que nós não teríamos em uma sala de aula. Proporcionou um crescimento tanto acadêmico quanto pessoal e profissional”, conta o aluno de enfermagem Dionasson Marques.
Essas vivências foram proporcionadas pelo trabalho em equipe que o projeto demandou. Não somente com os outros membros do grupo da UFJF, mas também com os alunos do Centro de Ensino Superior de Ilhéus (Cesupi). “Ao chegarmos lá, nos encontramos com uma equipe de outro lugar do país, grupo que nós não conhecíamos. Nos demos muito bem, o que permitiu o sucesso das atividades”, lembra Emanuel Domingos, aluno do curso de medicina.
Amplamente discutida na Universidade, a multidisciplinaridade foi um dos pontos que mais marcaram os rondonistas. “Na faculdade, todos ficamos muito isolados. Na equipe do Rondon, nós tivemos a oportunidade de conhecer diferentes áreas e o trabalho de outros alunos”, ressalta Juliana Machado, estudante de medicina. O convívio e o envolvimento com estudantes de outros cursos também foram destacados pela estudante de enfermagem Ana Carolina de Oliveira. “Participar do Projeto Rondon, não é apenas eu fazer a minha parte e o meu colega realizar a dele. É uma troca: preciso cumprir minha tarefa e ajudá-lo.”
Uma realidade não tão distante
As atividades que são desenvolvidas pelo projeto Rondon são direcionadas a áreas carentes do Brasil. Embora a situação nesses lugares seja precária, é uma realidade que não está tão distante assim. Os alunos contam que, ao chegarem a Colinas, perceberam que muitos dos problemas de lá também podem ser encontrados em Juiz de Fora. “Achávamos que lá era bem diferente, mas não, é parecido com aqui”, conta Ana Carolina. E perceber essa semelhança fez com que crescesse na equipe a vontade de realizar atividades parecidas mais perto de suas casas. “Ficou essa vontade de fazer mais, dessa vez aqui em Juiz de Fora, com apoio de outros professores”, afirma Juliana Fonseca, estudante de medicina.
Dever cumprido
A operação Capim Dourado foi realizada em Colinas, no período de férias. Com isso, o município estava mais vazio que de costume. Com o menor número de pessoas no centro da cidade, o grupo resolveu realizar as atividades em bairros mais distantes e carentes, em assentamentos e núcleos do Programa Nacional de Inclusão de Jovens (ProJovem). “Assim, conseguimos trabalhar com um público maior. Eu acho que pessoalmente foram as atividades de maior sucesso de nossa equipe na cidade”, conta a professora do curso de enfermagem, Marli Salvador. A estimativa é de que mais de 1300 pessoas participaram das ações desenvolvidas pelos acadêmicos da UFJF nas áreas de saúde, educação, direitos humanos e cultura.