Ao receber o diagnóstico de uma doença como o câncer é comum surgirem dúvidas: “Como aconteceu? Preciso deixar de trabalhar? Há chance de a doença voltar?”. Para esclarecer questões como essas e prestar outros serviços, o projeto “Terapias não convencionais e acompanhamento clínico em oncologia” surge como apoio a pacientes oncológicos e seus familiares.
O professor do Instituto de Ciências Biológicas, João Batista Picinini, coordena a iniciativa e afirma que o diagnóstico não deve ser visto de forma negativa. “O câncer é uma doença como qualquer outra. Por isso, é importante que a família, a equipe médica e o paciente trabalhem juntos em prol da saúde.”
O câncer é causado tanto por fatores externos quanto internos. As causas externas estão ligadas a hábitos como tabagismo e alcoolismo. Já as internas podem estar relacionadas à hereditariedade. Segundo Picinini, “uma vez consciente da doença, a pessoa deve mudar seus hábitos e ter uma vida regrada”.
A consulta dura cerca de uma hora, na qual é realizado o acompanhamento clínico, procedimento em que se conhece o histórico do paciente e as dúvidas são esclarecidas. O estudante da Faculdade de Medicina, Cristian Garcia, é bolsista no projeto e ressalta que “o diálogo faz com que o paciente se sinta seguro para se expressar e, dessa forma, o mito sobre câncer seja desmistificado”.
O atendimento pós-hospitalar ocorre no Instituto Casa Vida desde o começo deste ano. Atualmente, 376 pessoas estão cadastradas na ONG e 184 atendimentos são realizados por mês. O instituto funciona desde 2009 e atende pacientes de Juiz de Fora e da Zona da Mata, oferecendo suporte com medicação e fraldas geriátricas.
Além disso, os pacientes têm contato com terapias não convencionais, que têm como objetivo diminuir a tensão. Raphael Teixeira, voluntário e estudante da Faculdade de Educação Física, é responsável pela terapia corporal, na qual os participantes se exercitam para melhorar a funcionalidade do organismo. São promovidas atividades de alongamento, massagem e relaxamento. Outra ferramenta usada é a música. O musicoterapeuta Carlos Eduardo da Cruz conta que, por meio dela, “busca-se trazer bem-estar e equilíbrio ao paciente”.
Neste semestre, a equipe pretende implantar outras ações, entre elas o acompanhamento das famílias, para conscientizá-las a lidar com a situação, e visitas a pacientes acamados.
Eloisa Jacinto Campos é uma das pacientes cadastradas na ONG e participante da terapia corporal. De acordo com Eloísa, ela se sente bem com os exercícios praticados, além de enxergar na equipe uma família. “Amo tudo o que é realizado no instituto. As pessoas são amáveis e o modo como me tratam, me deixa feliz. Aqui é o lugar onde encontro paz e, se pudesse, permaneceria aqui 24 horas”, afirma.