A Câmara Municipal de Juiz de Fora, por meio do Centro de Atenção ao Cidadão (CAC), realizou nesta quarta (7) a sessão de instalação do projeto Parlamento Jovem 2012, iniciativa da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, apoiada pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Com o objetivo de estimular a formação política de estudantes do ensino médio, o projeto conta com a participação de 120 alunos de cinco escolas da cidade.
De acordo com o sociólogo da Câmara Municipal, Sérgio Dutra, a iniciativa leva os estudantes a conhecer o poder legislativo e permite que eles apresentem suas opiniões sobre diferentes assuntos. “Estimulamos a participação política dos adolescentes para que eles possam discutir o verdadeiro papel do cidadão”, conta Dutra.
Com o tema Educação Cidadã, os estudantes desenvolverão propostas sobre diferentes áreas, como a participação coletiva no espaço da escola, a função das redes sociais para a formação cidadã e a diversidade cultural em relação a gênero, etnia e sexualidade.
O tema do projeto foi um dos motivos que levou o estudante Ramón Machado, da Escola Estadual Henrique Burnier, a se interessar em participar. “Gostei de terem incluído a discussão sobre a função das redes sociais, já que estamos num momento em que elas se tornaram importantes para a sociedade.”
O debate sobre educação cidadã também despertou a atenção de Larisse Franciele, aluna da Escola Estadual Antônio Carlos. “Quis participar por causa do tema central, pois acredito que a educação é a base para a formação de qualquer cidadão. Além disso, a iniciativa dá voz aos adolescentes e visibilidade às nossas discussões”, diz a estudante, que participa do projeto pelo segundo ano.
Aprendizado
Como funciona o poder legislativo? Essa é uma das perguntas mais frequentes dos alunos. Para sanar dúvidas como essa, o projeto conta com seis bolsistas do curso de Ciências Sociais da UFJF, que passam por capacitação antes de lidarem com os adolescentes. Breno Alves, estudante do quinto período, acredita que mostrar como funciona a política é a principal importância da iniciativa. “Muitos dos participantes ainda não sabem qual é o papel de um político e o funcionamento de uma câmara municipal. Com esse aprendizado, despertamos o gosto deles por política.”
Os bolsistas recebem orientação da professora do departamento de Ciências Sociais e coordenadora do projeto na UFJF, Marta Mendes, que trabalha, pela primeira vez, com um projeto de extensão. “É muito gratificante, pois levamos o conhecimento produzido na UFJF à sociedade e, ao mesmo tempo, adquirimos experiência com a vivência da comunidade.”
Conscientização
Segundo a docente, o Parlamento Jovem também busca conscientizar os participantes. “A partir do momento em que os adolescentes conhecem um espaço como a Câmara, a importância da democracia e a real função de um político, conseguimos desfazer o estereótipo acerca da política.”
Virgínia Souza, aluna do colégio Henrique Burnier, resolveu participar do projeto por acreditar que a política tem o poder de melhorar a qualidade de vida da sociedade, quando usada com consciência. “Muitos adolescentes acreditam que os políticos são corruptos e, por isso, devemos eleger o menos pior. Eu não acredito nisso. Precisamos nos conscientizar mais, para escolhermos pessoas que nos representem com competência e ética.”
Parlamento Jovem de Minas
O projeto teve início em Belo Horizonte e é realizado em Juiz de Fora desde 2010. Por meio de debates, os alunos criam propostas que serão encaminhadas para a Assembleia Legislativa. Além disso, as ideias apresentadas também podem ser usadas nas legislações municipais. A expectativa é de que, neste ano, aproximadamente 20 municípios adotem o programa.
Em Juiz de Fora, o Parlamento Jovem está sendo desenvolvido com as escolas estaduais Antônio Carlos, Marechal Mascarenhas de Morais e Henrique Burnier, além do Instituto Estadual de Educação e do Colégio dos Jesuítas. Segundo a professora de Geografia da Escola Antônio Carlos, Eliane Coelho, o projeto tem despertado o interesse dos alunos. “É a segunda vez que participamos. No ano passado, os alunos ficaram bastante satisfeitos. Já agora percebemos um interesse ainda maior. Fico muito satisfeita de vê-los interessados e engajados em temas relacionados à formação cidadã.”