O projeto “As práticas artesanais no município de Seritinga”, que segue a linha de redução das desigualdades sociais e combate à pobreza, foi aprovado pela primeira vez no Programa de Extensão Universitária (Proext) neste ano.
A iniciativa começou por intermédio de um ex-aluno do curso de Turismo, que morava na região de Seritinga. Ele soube que a prefeitura da cidade iria fazer um roteiro turístico no município, então convidou a professora Luciana Bittencourt para visitar a região.
Atividade desenvolvida junto às crianças de Seritinga (MG)
Segundo Luciana, coordenadora da ação, em pouco tempo de observação, o grupo formado pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) chegou à conclusão de que não havia condições de criar um roteiro turístico da cidade naquele momento. “Primeiramente, seria necessário construir um trabalho de base. Por meio de um levantamento feito pela UFJF, que visava entender a realidade do município, a nossa equipe se reuniu com a Administração Municipal e chegou à conclusão de que poderia ser feito um trabalho de longo prazo, com um envolvimento comunitário maior. Desde então, passamos a fazer atividades de mobilização com a comunidade”, conta.
Integrantes da equipe do projeto
Apoio
Foi a primeira vez que o projeto concorreu ao edital do Proext. Com a aprovação, a iniciativa receberá recurso de R$ 50 mil do Ministério da Educação. O valor será aplicado em uma Associação Organizativa de Produção Artesanal. Segundo Luciana, a implantação da associação passa por diversas etapas, como a qualificação dos moradores para gerir a organização e a qualificação na produção das peças e alimentos artesanais. “A ideia é dar autonomia para os moradores que participam do projeto. Por isso, o recurso será destinado para a associação de artesãos.”
Ação disponibiliza cursos de qualificação à comunidade local
A iniciativa também tem o apoio do professor Humberto Fois, que é vice-coordenador, e da professora Bruna Conti, que entrou como parceira do trabalho. Além deles, nove alunos do curso de Turismo integram a equipe.
O bolsista João Marcos Damasceno, que faz parte do projeto há oito meses, conta que esse foi o primeiro envolvimento acadêmico que fez diferença na sua vida. “Nas visitas, a equipe pode apresentar fatos da cidade que até mesmo os habitantes desconheciam. O projeto com certeza terá vida longa e vai gerar bons frutos”, acredita.
Feira de Artesanato foi um dos eventos realizados pelo projeto do curso de Turismo
Outro aluno que participou da ação foi Thomas Gomes. Para ele, a maior importância de ter integrado o grupo foi a possibilidade de colocar em prática a teoria vista em sala de aula. “Nas atividades de extensão, somos colocados à prova de desafios, medos e deficiências. É muito gratificante a relação que estabelecemos com a população.”
Luciana acredita que a aprovação é consequência de a iniciativa já estar sendo desenvolvida. “É uma proposta na qual as pessoas estão trabalhando e já conhecem a realidade do município. Isso foi um elemento positivo.” Outro ponto que ela destaca é a linha temática. “O combate à pobreza e à desigualdade é uma linha em que poucos projetos são submetidos. Além disso, é uma área muito valorizada, inclusive pelo Governo Federal.”
Perspectivas futuras para o projeto
Produção artesanal da comunidade local
A ação extensionista realizada em Seritinga atinge a maioria dos moradores do município, de 1700 habitantes. Segundo Luciana, as atividades realizadas envolvem diferentes públicos. “Trabalhamos com crianças, por meio de gincanas e atividades de lazer, e com o público adulto, com a realização de feiras e cursos de qualificação.” Durante a feira organizada pelo projeto foram oferecidos cinco cursos de capacitação em áreas como turismo, artesanato, produção leiteira, atendimento geral e comércio.
Nos próximos anos, o projeto deverá ampliar sua atuação, não ficando restrito à Seritinga. “Pretendemos aumentar a abrangência. A ideia é fechar um circuito nos municípios vizinhos para dinamizar o turismo de maneira coorporativa”, conta Luciana.
Conheça os outros projetos contemplados pelo Proext 2011:
– Produção de Plantas Medicinais e Fitoterapia
– Comunidade Quilombola de São Pedro de Cima
– Projeto Farmacêutico será ampliado com recursos do Proex
– Pelas Cidades