A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) foi representada pelo professor do curso de Arquitetura e Urbanismo, Fábio Lima, no ICOHTEC (Congresso Internacional de História da Tecnologia), que foi realizado entre os dias 10 e 15 de agosto, em Tampere, na Finlândia. O professor apresentou no evento o estudo elaborado no núcleo de extensão e pesquisa “Urbanismo em Minas Gerais”, o qual coordena.
O trabalho faz uma análise do planejamento urbano de Juiz de Fora, focando na necessidade de serem revistas medidas no que se refere à conservação da memória e do patrimônio industrial do município. “Nós apresentamos o quadro atual relacionado com a reutilização do patrimônio da Companhia Fiação e Tecelagem Industrial Mineira. Percebemos que algumas singularidades do ambiente construído não foram consideradas, como a relação com os trabalhadores, equipamentos e ferramentas”, explica Lima, que contou com a colaboração das professoras Cássia Martins de Castro e Raquel Fernandes Rezende na produção do estudo.
Porém não foram apenas as fábricas que perderam parte de suas características no processo de desenvolvimento da cidade. De acordo com o professor, as ferrovias também ficaram de fora do processo de conservação, deixando seu legado cultural na memória apenas das pessoas mais idosas. “Precisamos rever essas ações, para tornar visível o que ainda permanece em termos materiais, ou seja, o importante legado do patrimônio industrial”.
Para Lima, participar de congressos como esse ajuda a dar visibilidade ao trabalho desenvolvido na UFJF, além de permitir aos profissionais da área ter acesso à forma, pela qual outros países lidam com a questão do planejamento urbano. “O evento contribuiu para consolidar as ações do núcleo e motivar os colaboradores e alunos bolsistas”.
Com a viagem, o coordenador do núcleo relata que foi possível perceber a diferença entre a Finlândia e o Brasil, principalmente no seu aspecto urbano. “A ida à Finlândia nos faz observar um país realmente distinto. As informações estão disponíveis com muita facilidade, os espaços públicos são qualificados, o transporte eficiente, preciso e confortável”, declara.
Embora a nação europeia apresente alguns avanços na urbanização em relação ao nosso país, o Brasil ainda desperta o interesse de profissionais. “Nesses eventos os pesquisadores ficam muito interessados pelos estudos produzidos no Brasil, o que possibilita a troca de informações”.
Urbanismo em Minas
O núcleo de extensão e pesquisa “Urbanismo em Minas Gerais” consiste no desenvolvimento de projetos arquitetônicos e urbanísticos voltados para a requalificação do espaço urbano de municípios da Zona da Mata Mineira. Para isso, são levados em consideração aspectos como a sustentabilidade, memória, turismo, patrimônio cultural, entre outros. As atividades contam com a parceria das prefeituras envolvidas, além de associações de bairro e cooperativas populares.
Entre os trabalhos desenvolvidos pela ação extensionista estão estudos, mapeamentos, inventário do patrimônio cultural, oficinas de planejamento urbano e ambiental e elaboração de planos diretores para cidades como Chácara, Mar de Espanha, Coronel Pacheco, Santana do Deserto, entre outras. Atualmente, a iniciativa conta com 11 bolsistas de extensão e um de pesquisa e recebe apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig).