O projeto “Elevação do Nível de Escolarização”, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), foi um dos trabalhos aprovados no Programa de Extensão Universitária (Proext) desse ano. A iniciativa, coordenada pelo professor da Faculdade de Educação (Faced), Paulo Roberto Oliveira Dias, foi contemplada com recursos no valor de R$ 35,3 mil.
O projeto desenvolve ações voltadas aos trabalhadores com algum tipo de sequela e visa à reinserção desses profissionais no mercado de trabalho. A iniciativa conta com a parceria do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e da Secretaria Municipal de Educação.
O projeto
Após passarem pela perícia médica do INSS, os trabalhadores, que apresentam condições de voltar ao trabalho, são encaminhados para o projeto. Eles passam por uma avaliação psicopedagógica, que serve como pontapé inicial para as atividades desenvolvidas. “Nós conversamos com eles, procurando entender um pouco do histórico de vida de cada um. Com esse corpo de informações, nós vamos prepará-los através de duas possibilidades”, declara o professor.
As possibilidades ao qual o coordenador se refere são o aumento do nível de escolarização e a capacitação do segurado em uma nova profissão. “Ao mesmo tempo em que nós tentamos incentivá-lo a estudar um pouco mais e buscar certificação na escola, também trabalhamos algumas questões voltadas para nova função que ele vai desempenhar. Por exemplo, se como porteiro ele tem que falar muito, iremos atuar na questão da concordância, na formulação de seu pensamento, na sua oralidade”, explica Dias.
O período em que os trabalhadores são acompanhados pela equipe do projeto varia de acordo com as necessidades de cada um, assim como a forma que o trabalho será desenvolvido. “Há momentos coletivos e individuais, sendo que estes últimos acontecem em número maior. Nós vamos alternando esses momentos na medida da demanda”, ressalta.
Desde que foi criado, em 1999, o projeto já avaliou mais de 400 trabalhadores, sendo que 250 estão empregados ou mudaram de vida. Mas, para o professor, os resultados mais importantes não podem ser expressos em números. “O que acontece de mais satisfatório não podemos botar no papel, que são os olhares dos segurados e ver a pessoa conseguir novamente montar um projeto de vida, independente da dificuldade física ou emocional que ela apresente no momento”, declara.
A média de casos encaminhados pelo INSS é de dez a 15 por mês. A iniciativa conta com o trabalho de uma equipe, composta por médico perito, psicóloga, professora, assistente social e uma bolsista do curso de educação da UFJF.
Aprovação no Proext
Foi com satisfação que o professor Paulo Dias recebeu a notícia de que seu projeto foi contemplado pelo Proext. De acordo com Dias, a aprovação veio em um “momento muito adequado”. Segundo ele, o recurso financeiro disponibilizado pelo MEC vai ajudar no avanço dos resultados.
A verba será investida na compra de materiais necessários para as ações do projeto, além de ser usada na montagem de uma biblioteca. “Acho que todo lugar que se assemelha a uma escola tem que ter uma biblioteca. Tem que ter livros, tem que socializar o conhecimento”, declara o professor. O dinheiro também vai ser aplicado no desenvolvimento de uma pesquisa. “É uma coisa que sempre desejei, mas por falta de recursos eu não conseguia fazer”, informa.
Conheça os outros projetos aprovados:
Comunidade Quilombola de São Pedro de Cima
Entreposto Tenda de Minas Solidária
Conversas com Trabalhadores: prevenindo a doença e promovendo a saúde