“O evento permite desmistificar a ideia de que os portadores de Síndrome de Down não conseguem cantar, tocar, falar e exercer determinadas atividades. Demonstrar o potencial que eles estão desenvolvendo é uma forma de quebrar o preconceito e abrir novos caminhos.” A fala de Patrícia Pogianelo, mãe do adolescente Luiz Eduardo Pogianelo, de 12 anos e portador da Síndrome, retrata o espírito de superação que norteou o evento realizado nesta sexta (20), no campus da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Sediado pelo Instituto de Ciências Humanas (ICH) , o evento teve a intenção de comemorar o dia Internacional de Síndrome de Down, celebrado no dia 21 de março.
As palestras e mesas redondas debateram temas como saúde, família, educação e direitos. Uma delas foi ministrada pela jornalista Thais Altomar que, na condição de cadeirante, luta pelos direitos de pessoas com necessidades especiais. Como chefe do Departamento de Políticas para Pessoas com Deficiência e Direitos Humanos da Prefeitura de Juiz de Fora e presidente da ONG Somar Brasil, ela destacou as leis que protegem os portadores de deficiência. “A intenção deste trabalho é apresentar os direitos dessas pessoas, pois muitos não conhecem e nem sabem onde procurar ajuda.”
Apresentação Musical
Com o intuito de provar que a deficiência não é uma limitação, o evento teve início com apresentações musicais de dois adolescentes portadores de Síndrome de Down. Amanda Lopes, de 17 anos, tocou três músicas clássicas no violino e emocionou os presentes. “Há um ano estudo violino e gosto muito do que faço. Tenho preferência pela música clássica”, afirma Amanda. Logo em seguida, foi a vez do adolescente Luiz Eduardos Pogianelo, de 12 anos, que executou uma composição no teclado. Ele ressaltou que além de teclado, também sabe tocar bateria e violão.
O Projeto
O evento foi promovido pelo projeto de extensão “Desvelando leituras: integrando as crianças com Síndrome de Down, suas famílias e professores”, coordenado pela professora do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da UFJF, Nara Liana Pereira. Segundo ela, os trabalhos desenvolvidos são realizados em contextos e que devem ser trabalhados em grupo. “A partir do momento que trabalhamos as relações familiares para fortalecer uma melhor adaptação desse membro com deficiência intelectual, verificamos ganhos no que se refere às interações com a sociedade em geral.”
O projeto, iniciado em 2014, atende crianças e adolescentes portadores de Síndrome de Down. A intenção é oferecer oficinas que integram as estratégias de leitura, criar espaços de discussão, reflexão e aprofundamento com os professores, além de possibilitar o desenvolvimento da habilidade de leitura. Patrícia Pogianelo comenta que seu filho participa do projeto desde o início. “A ideia é desenvolver a escrita e a leitura, porém de maneira lúdica, que pode ser expressa por meio de teatro e desenho, por exemplo.”
Família
A família exerce papel fundamental no desenvolvimento social dos portadores da Síndrome, como explica a coordenadora Nara. “A família é a primeira interação social e se ela não for adequada pode atrapalhar a relação com o restante da sociedade.” A estudante do 3º período de Bacharelado Interdisciplinar de Ciências Humanas, Maria Isabela Carvalho, ressalta a questão levantada por Nara. “Tenho uma prima que é portadora e vejo como é importante que a família se adapte a novos costumes. Essa atitude é fundamental para o desenvolvimento dela.”
Outras informações: (32) 2102 – 3971 (Assessoria de Comunicação da Extensão)
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