Projetos de Extensão, como o desenvolvido pelo Prof. Leonardo Carneiro, beneficiaram 700 mil pessoas em 2013 (Foto: Arquivo pessoal)
A Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal de Juiz de Fora chega ao fim de 2013 com 600 projetos institucionalizados, 53% a mais do que em janeiro do mesmo ano. A ampliação no número de projetos possibilitou que 700 mil pessoas fossem beneficiadas pelas ações extensionistas da Universidade, representando um crescimento de 17% em relação ao ano anterior. O número de estudantes envolvidos com ações em benefício da comunidade também aumentou. Foram oferecidas 650 bolsas de extensão, que permitiram aos acadêmicos colocarem em prática o conteúdo visto em sala de aula.
O número de parcerias firmadas com outras instituições também cresceu. A Universidade possui 1490 convênios, que permitem o oferecimento de estágios, ações de cooperação e o desenvolvimento de projetos. A extensão ampliou suas ações com parceiros externos, totalizando 69 instituições, dentre elas 16 prefeituras. Juiz de Fora, Rio Preto, Goianá, Matias Barbosa, Santana do Deserto e Governador Valadares são alguns exemplos de municípios que recebem atividades extensionistas da UFJF.
Captação de recursos
A Universidade apresentou seu melhor resultado no edital de incentivo a projetos de extensão em interface com a pesquisa, da Fapemig. Cinco iniciativas foram selecionadas, sendo contempladas com R$ 187.593,38, número recorde. O valor captado é mais do que o dobro registrado em 2012, quando quatro projetos da instituição receberam aproximadamente R$ 90 mil. No Programa de Extensão Universitária (Proext), do Ministério da Educação, quatro iniciativas foram contempladas com recursos que somaram quase R$ 300 mil.
Governador Valadares teve destaque no envio de propostas. No primeiro ano de participação nos dois editais, o campus avançado teve um projeto selecionado na Fapemig e um no Proext. A proposta contemplada com financiamento de R$ 49.980,30 pelo Proext foi “Educação e Tratamento para Pacientes com Ronco e Síndrome de Apneia obstrutiva do sono”, coordenado pela professora do curso de odontologia, Roberta Passos. Já o projeto “Núcleo de apoio e orientação em Genética e Nutrição: NaOriGen”, coordenado pela professora do departamento de Biologia, Cibele Velloso, foi contemplado com R$ 39.165,00.
Escola de Governo e Cidadania
Escola de Governo e Cidadania organizou evento com a presença do deputado federal Chico Alencar (Foto: Lo-Huama Marques/Proex)
Com o objetivo de apoiar o processo de construção das políticas públicas nos três níveis de governo e nos três poderes, assim como oferecer cursos de capacitação, apoio técnico em forma de consultoria e pesquisas e diagnósticos para órgãos públicos, sindicatos, organizações, e sociedade civil foi desenvolvido o programa “Escola de Governo e Cidadania”, coordenado pelos professores Marta Mendes, do Departamento de Ciências Sociais, e Vicente Riccio, da Faculdade de Direito.
No mês de março a Escola promoveu o seminário “Desenvolvimento Institucional das Câmaras Municipais”, realizado no Museu de Artes
Murilo Mendes (MAMM). O evento, que reuniu vereadores de dezenas de municípios da Zona da Mata Mineira, discutiu as perspectivas da política municipal e abordou alternativas para o fortalecimento institucional das câmaras. Outro evento organizado pela Escola de Governo e Cidadania foi o debate com o deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ) sobre o assunto: Manifestações sociais da população brasileira, e a consequente reforma política proposta pelo Governo.
Segundo Marta, “o programa tem a missão de promover o desenvolvimento dos municípios da Zona da Mata e do Vale do Rio Doce, que apresentam estagnação e baixo índice de desenvolvimento socioeconômico, fortalecendo as instituições públicas nessas cidades. Estamos realizando o diagnóstico para levantar demandas e deficiências”.
Projetos
Com o objetivo de valorizar a importância da Universidade junto à sociedade e gerar identidade que destaque a diversidade dos sujeitos que a compõe, foi criado o projeto “Historia da UFJF”, coordenado pelo professor do Departamento de História do Instituto de Ciências Humanas (ICH), Marcos Olender.
O projeto busca dar à memória da UFJF, ao longo de seus mais de 50 anos de existência, lugar de destaque, propondo tratamento documental, que permitirá que os pesquisadores tenham acesso a estas fontes para suas pesquisas, bem como consolidar a articulação entre as unidades acadêmicas. “O projeto é de grande relevância social, uma vez que a história da cidade se confunde com a história da UFJF, dado a importância da Universidade para a região. O projeto pretende realizar, ainda no primeiro semestre, uma exposição itinerante no campus e em outros locais da cidade.”
O projeto “Da diversidade cultural à diversidade produtiva: construindo saberes necessários à transição agroecológica”, foi contemplado, pela segunda vez, pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) com uma verba no valor de R$ 200 mil para ser investida durante os anos de 2014 e 2015.
O projeto é coordenado pelo professor do Departamento de Geociências, do Instituto de Ciências Humanas da UFJF, Leonardo Carneiro, e conta com a participação de mais sete professores dos campi de Juiz de Fora e Governador Valadares. A iniciativa, criada em 2010, consiste na formação do núcleo Agroecologizando o Campus, que desenvolverá ações em seis comunidades quilombolas e um assentamento do Movimento dos Sem Terra, além de atividades nos campi de Governador Valadares e Juiz de Fora.
Para o docente, o projeto proporcionará melhor qualidade de vida e aumento na renda das famílias, aliada a uma rede de economia solidária. O objetivo é fazer com que parte da produção dessas comunidades seja comercializada direto com os consumidores finais, aumentando a margem de lucro. “A importância do projeto se dá quando pensamos no potencial de transformação social que a agroecologia proporciona, pois nos faz repensar o modo de vida, nossa relação com a natureza e nossa forma de produzir”, afirma Carneiro.
Grupo de Trabalho discute propostas levantadas durante o VIII Seminário de Extensão (Foto: Vívia Lima/Proex)
Debatendo a extensão
Com o objetivo de levantar demandas, ideias e propostas acerca da extensão universitária na UFJF e repensar a composição do Conselho Setorial de Extensão e Cultura, a Proex realizou em janeiro o VIII Seminário da Extensão. O evento, que contou com a participação de mais de 100 pessoas, dentre coordenadores de projetos, bolsistas e representantes do Diretório Central dos Estudantes (DCE), debateu temas como avaliação e distribuição de bolsas, institucionalização de programas e financiamento e orçamento da extensão.
Ao final do encontro, foi definido a criação de um grupo de trabalho (GT) para propor uma nova formação para o Conselho Setorial e elaborar um documento inicial sobre um novo regimento para a extensão universitária na UFJF. O grupo será composto por representantes das oito áreas temáticas e dos programas de extensão, da Pró-reitoria de Cultura, dos servidores técnico-administrativos em educação e do DCE, além do pró-reitor e da pró-reitora adjunta de Extensão. A primeira reunião do GT foi realizada no dia 21 de março.