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Hospital Universitário proporciona acompanhamento pedagógico a crianças internadas

Crianças em tratamento praticam atividades lúdicas com o intuito de manter vínculo com a rotina escolar

Crianças em tratamento praticam atividades lúdicas com o intuito de manter vínculo com a rotina escolar (Foto: Tatiane Oliveira/Proex)

Com a intenção de minimizar os efeitos negativos da internação de crianças durante o ciclo escolar, desde 2000, o Hospital Universitário da UFJF oferece o projeto “Hora de aprender: acompanhamento pedagógico às crianças internadas e a seus acompanhantes nas enfermarias de pediatria do HU”. Idealizada pela psicóloga Lúcia Brito, funcionária aposentada do hospital, a iniciativa é coordenada atualmente pelo docente do curso de Psicologia, Altemir Barbosa.

Segundo o professor da Faculdade de Educação, Rubens Luiz Rodrigues, que coordenou a iniciativa até o início deste ano, o projeto busca atender crianças, que por motivos de saúde estão afastadas do processo de escolarização. “Nossa intenção é que elas não fiquem longe das atividades escolares. Por isso, orientamos os bolsistas para que desenvolvam atividades pedagógicas com as crianças que estão nos leitos do HU.” Em alguns casos, os pacientes ficam deprimidos por perderem parte de sua rotina. “Com a intervenção da iniciativa, eles são reaproximados do processo de escolarização. Realizamos atividades de alfabetização por meios lúdicos, para amenizar o sofrimento.” Além das ações direcionadas às crianças, o projeto dá atenção aos acompanhantes. “Começamos a trabalhar com eles, pois identificamos que alguns pais desconheciam informações básicas de saúde. Entendemos que seria necessário fazer um processo de acompanhamento no sentido de proporcionar ampliação da visão de mundo.”

Outro cuidado oferecido é a atenção psicológica. Segundo o professor Altemir Barbosa, o atendimento das necessidades psicoeducacionais das crianças é importante. “Analisamos os impactos da internação e como esse processo influencia na vida escolar e na rotina das crianças. Queremos que a internação não seja mais um prejuízo para elas.”

Equipe do projeto “Hora de aprender”

Equipe do projeto “Hora de aprender” (Foto: Tatiane Oliveira/Proex)

Apoio
As atividades com as crianças não são pré-definidas. Primeiramente, são levantados dados acerca da escolarização do indivíduo e, depois, realizadas atividades lúdicas, que variam de acordo com a faixa etária da criança. Uma das crianças atendidas é Miguel Venâncio, de 8 anos, que passou cerca de dez dias internado no HU, na companhia da mãe Fabiaine de Souza. Segundo ela, quando seu filho chegou ao HU, ele nem conversava e nem sorria. “No início, Miguel só ficava na cama. Quando ele soube que teria uma coisa diferente, passou a sorrir. Todos os dias, ele espera para sair da cama e fazer as atividades com as acadêmicas. Isso faz bem para mim, que vejo meu filho alegre, mesmo estando numa cadeira de rodas. Também faz bem para ele, que está mais confiante na recuperação.”

Fabiaine destaca que iniciativas como essa são importantes, pois o ambiente do hospital é incomum para a criança, principalmente quando o tempo de internação é maior. “Sentimo-nos apreensivos, pois nossos filhos ficam frustrados em permanecer no quarto. Então, o ‘Hora de aprender’ é um momento onde a criança pode fazer alguma coisa diferente fora do leito. Acredito que, nesse momento, eles esquecem que estão doentes.”

Oportunidade
Para os acadêmicos que participam do projeto, integrar a equipe é uma forma de complementar a prática das atividades teóricas desenvolvidas em sala de aula. Ao todo, seis bolsistas, quatro voluntárias e uma estagiária integram o grupo. “Trabalhar com educação fora do ambiente escolar é importante para os acadêmicos. Eles aprendem que a educação pode ser inserida em todas as práticas da vida social”, destaca o professor Rubens Rodrigues. A opinião é compartilhada pelo docente Altemir Barbosa. “Por ser uma atividade de extensão, é de suma importância manter a qualidade do serviço prestado. A formação profissional aliada ao atendimento das necessidades psicoeducacionais das crianças e dos adolescentes é o maior diferencial para os alunos da UFJF.”

A estudante de Psicologia Isabela Fernandes participa da iniciativa há três anos. Para ela, o diferencial da ação está em empregar as teorias vistas em sala de aula na prática. “O trabalho exige mais do que aquilo que aprendemos na faculdade. Precisamos usar criatividade, flexibilidade, desprendimento e pensamento rápido.” Além disso, Isabela destaca que a intervenção realizada pelo projeto é eficaz. “Aprendi que qualquer trabalho realizado com competência é válido, pois percebi que somente nossa presença ajuda as crianças a enfrentarem as dificuldades do momento.”

Já a acadêmica de Pedagogia Larissa Paiva acredita que, com a ação, as crianças se interessam mais pela escola. “O trabalho que realizo sempre varia. Não utilizamos um método tradicional de ensino, mas sim uma forma de a criança manter o vínculo com as atividades escolares.” A aluna de Psicologia Mariana Braga iniciou suas atividades no projeto este ano. “Vejo a atividade como uma oportunidade de aprendizado e de vivenciar o dia a dia da profissão.”

Outras informações:
(32) 2102-3971 (Assessoria de Comunicação – Proex)
(32) 4004-5393 (Assessoria de Comunicação – HU)