O programa de extensão Polo de Enriquecimento Cultural da UFJF atua em parceria com a Casa de Cultura com o objetivo de proporcionar cursos e atividades de lazer a idosos, para que eles possam levar uma vida pró-ativa. No Polo, a aposentadoria e o processo de envelhecimento não são sinônimos de impossibilidade para aprender ou participar ativamente dos cursos. “Muitos se recriam com o convívio e se fortalecem na certeza de que é possível aprender em qualquer idade”, ressalta a professora da Faculdade de Serviço Social e coordenadora da iniciativa, Sandra Arbex.
O programa, que atende pessoas entre 45 e 80 anos, foi criado em 1991 com o propósito de ampliar os cursos oferecidos pela UFJF frente às novas demandas da terceira idade. Atualmente, a iniciativa contempla cerca de oitenta idosos entre cursos de Arte de Viver, Pilates, Yoga, Escola de Postura, Dança de Salão, Internet, Atividades Socioculturais e Cursos de Idiomas, como francês, espanhol, inglês e italiano.
Com a diversidade de temas e cargas horárias distribuídas de acordo com a necessidade dos alunos, a iniciativa permite a cada participante a possibilidade de praticar mais de uma atividade. Segundo Sandra, o Polo tem como objetivo promover o enriquecimento cultural e a atualização de conhecimento dos idosos, que representa 13,6% da população de Juiz de Fora, segundo estudo realizado pelo Centro de Pesquisas Sociais da UFJF (CPS) e publicado em dezembro de 2012.
Aulas participativas
Leonardo Guimarães, graduando do quinto período da Faculdade de Letras da UFJF e professor das turmas do curso de espanhol para a terceira idade, compreende o trabalho como uma experiência diferente e desafiadora. “A relação é mais afetuosa. O carinho e a dedicação dos alunos são diferentes. Eles vêm com o objetivo de realmente aprender e não para brincar.”
A oportunidade do programa é uma via de mão dupla tanto para quem leciona quanto para os que buscam aprender outra língua. Enquanto o professor passa seus conhecimentos, os alunos contribuem para aulas mais interativas e dinâmicas, ao trazerem para a sala histórias que vivenciaram redigidas em espanhol.
A participação ativa das turmas levou o bolsista a planejar a elaboração de um livro em conjunto com os estudantes. Na obra, Guimarães pretende reunir textos de seus antigos e atuais alunos. Segundo o bolsista, para lecionar no projeto é preciso fugir do tradicionalismo. “Realizamos muitas atividades extraclasse, como encontros para tomar café e comemorações de aniversários. Inclusive, temos a proposta de levar uma aula para dentro de um supermercado.”
Nélly Mattos, de 80 anos, participa dos cursos oferecidos pela Casa de Cultura desde 1991 e integrou a primeira turma das atividades. Atualmente, ela frequenta as aulas de espanhol e inglês do projeto. A estudante é uma das escritoras da turma e seus textos são baseados em lembranças e contos de situações cotidianas. Segundo Nélly, o convívio com as pessoas, a ocupação do tempo livre e o ambiente favorável foram os motivos que a levaram a participar dos cursos. “Nós que participamos das atividades do Polo somos exemplos para aqueles que vivem se queixando da vida.”
Outras informações: (32) 3215-4694 (Casa de Cultura)