Com o objetivo de promover o debate sobre qualidade de vida e saúde da mulher entre acadêmicos e profissionais da área médica, o projeto de extensão “De Peito Aberto: Programa de Prevenção e Acompanhamento Integrado ao Câncer de Mama”, coordenado pela professora da Faculdade de Fisioterapia da UFJF, Simone Carvalho, promoveu nos dias 23 e 24 de maio a III Jornada Interdisciplinar de Saúde da Mulher.
Durante os dois dias, o Anfiteatro de Estudos Sociais recebeu palestras e mesas redondas sobre diferentes temas direcionados à saúde da mulher. Um dos destaques foi a mesa “O olhar multidisciplinar para a mulher no Climatério”, mediada pela psicóloga clínica e sexóloga, Maria Lúcia Beraldo, pela psicóloga Eduarda Freitas e pelo professor da Faculdade de Medicina e ginecologista, Álvaro Polisseni.
O climatério é a fase de transição do período reprodutivo para o não reprodutivo da mulher e abrange a menopausa. Segundo Polisseni, o mesmo não pode ser tratado como uma enfermidade. “Nesses casos, é necessário que os profissionais de saúde façam o rastreamento e a prevenção do câncer de mama e da osteoporose e verifique as medicações adotadas, o histórico de doenças como diabetes e hipertensão e o comportamento das pacientes.” O docente também destaca que é necessário manter a autoestima das mulheres, pois essa é uma maneira eficaz para a superação das dificuldades.
Já Eduarda ressaltou os fatores psicológicos na saúde da mulher climatéria, principalmente, numa fase em que elas precisam aprender a lidar com assuntos novos e conflituosos, como aposentadoria, perda de familiares, mudanças no corpo e crescimento dos filhos. O mesmo assunto foi exposto pela psicóloga Maria Lúcia, que destacou que as mudanças na vida sexual das mulheres afetam diretamente o comportamento delas durante o período de climatério.
Paciente ou Ser Humano?
Gentileza, empatia e amor. Essas foram as três palavras que a professora da Faculdade Estácio de Sá, Ana Claudia Sierra Martins, destacou durante sua participação no evento. Segundo ela, tais valores devem ser agregados no atendimento ao paciente, tornando-o mais humanizado. Ela também convidou os profissionais da área a refletirem sobre a profissão. “É necessário respondermos questões como: Enquanto profissionais de saúde, qual o impacto da nossa assistência ao paciente? Oferecemos os esclarecimentos necessários? Assistimos o paciente como ser humano?”
Amenizar as dificuldades
O evento foi encerrado com a equipe da iniciativa “Médicos do Barulho”, que há 16 anos atua em Juiz de Fora. Atualmente, o grupo é formado por 11 palhaços voluntários, que se dividem para visitar e alegrar crianças hospitalizadas. Representado pelas palhaças Lilica, Jujuba e Biju, o grupo mostrou ao público uma breve apresentação sobre as visitas que são realizadas às crianças debilitadas. “Nosso objetivo é modificar o ambiente hospitalar e levar humanização a esses locais. Tratamos com a criança o que está sadio e não o que está doente”, conta Aline Cunha, a Lilica.
Contribuição
Com um público composto por professores, fisioterapeutas, psicólogos, médicos, enfermeiros e alunos de graduação, os participantes contribuíram com perguntas sobre diferentes temas da área médica. Segundo Lucília Rosa, aluna do oitavo período de fisioterapia, a saúde da mulher é um assunto pertinente e abrangente. “O simpósio foi uma oportunidade de aprendizado e proporcionou uma ampliação no conhecimento de como a fisioterapia atua na saúde da mulher e de como lidar com os pacientes e familiares já que, em muitos casos, estamos diante de um quadro de fragilidade.”
A coordenadora da Jornada, Simone Carvalho, acredita que o evento deste ano teve um saldo positivo. “A participação de profissionais, alunos e docentes foi relevante e um diferencial para as discussões e para encontrarmos caminhos para a melhoria do tratamento e do acompanhamento das pacientes.”