O museu é uma instituição permanente a serviço da sociedade e de seu desenvolvimento. Com intuito de cumprir esse papel social, o Museu de Malacologia Professor Maury Pinto de Oliveira da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) realizou entre os dias 13 e 24 deste mês a “Semana Nacional de Museus”, com o tema “Memória + Criatividade = Mudança Social”.
O evento contou com visitas guiadas ao Museu de Malacologia e um ciclo de palestras, que durou dois dias. Na última terça (19) o anfiteatro do Programa de Pós-Graduação em Comportamento Animal do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) foi palco para palestras ministradas pelos professores Daniel Pimenta, Maria Alice Carvalho e Sthéfane D’Ávila e pelos pesquisadores Cristiano Massara e Omar Carvalho.
O professor do ICB, Daniel Pimenta, abriu o dia com uma apresentação sobre a etnobotânica e o resgate da cultura indígena. O docente explicou como o resgate dessa cultura dimensiona o conhecimento científico relacionado ao uso de plantas para a saúde.
Já a professora e vice-coordenadora do Museu de Malacologia da UFJF, Maria Alice Carvalho, aproveitou a oportunidade para apresentar o projeto de extensão “Visitas Programadas ao Museu de Malacologia” e destacar sua importância. Com mais de uma década de existência, a iniciativa é uma das mais antigas atividades de extensão do ICB. Coordenada pela professora Elisabeth Bessa, o projeto foi criado com o intuito de levar a comunidade para dentro do museu. Seu principal objetivo é proporcionar aos estudantes e outros segmentos sociais uma visão básica sobre reinos naturais e despertar neles o gosto pela ciência.
A pesquisadora e curadora do Museu, Sthefane D’ávila, destacou a importância da realização do seminário, principalmente para os alunos. “Todas as palestras foram gratificantes e trouxeram abordagens diferentes sobre o tema. Os alunos tiveram a oportunidade de ver na prática como se faz pesquisa e como cuidar da gestão de uma instituição. É um aprendizado profissional e também teórico.”
O pesquisador do Laboratório de Malacologia Médica do Centro de Pesquisas René Rachou, Cristiano Massara, expôs uma análise dos principais erros cometidos em materiais, como livros didáticos e cartazes do Ministério da Saúde, sobre a esquistossomose. Segundo o pesquisador, esses erros atrapalham no aprendizado de estudantes, que se baseiam nessas fontes para encontrar informações sobre a doença. A esquistossomose é causada por vermes e tem a espécie humana como hospedeiro definitivo e os caramujos de água doce do gênero Biomphalaria como hospedeiros intermediários. Massara também apresentou ao público um material didático, composto por duas cartilhas e uma animação, produzido pela equipe do laboratório, sobre a doença.
O seminário foi encerrado com a apresentação do pesquisador Omar Carvalho, que também integra a equipe do Laboratório de Helmintologia e Malacologia Médica. Carvalho abordou em sua palestra as coleções de Malacologia mantidas pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Entre o acervo, ele destacou a coleção de Malacologia Médica da fundação, que contém 11.000 exemplares provenientes de diferentes regiões. “Cada exemplar da nossa coleção tem um fragmento do corpo guardado a 70 graus negativos. Esse material é usado na biologia molecular”, explica.
A mestranda Ana Carolina Lamego trabalha no Museu de Malacologia da UFJF e diz que o evento foi bastante produtivo. “As palestras foram muito importantes para os alunos, principalmente para quem trabalha no museu. Consegui avaliar melhor a importância das coleções que possuímos.”
A Semana
O ciclo de palestra da Semana Nacional dos Museus teve início na última segunda (20), quando a professora e coordenadora do Museu de Malacologia, Elisabeth Bessa, apresentou o panorama de mudanças e os projetos implementados na instituição. Logo depois, o mestrando do Programa de Pós-Graduação em Comportamento e Biologia Animal, Vinícius Pilate, abordou o uso do museu como espaço para a educação não formal. Além das palestras, o Museu de Malacologia intensificou as visitas guiadas ao local durante este mês. Até agora, cerca de 800 visitantes conheceram o museu em maio.
Outras Informações: (32) 2102-3221 (Museu de Malacologia/ICB)