Fazer xixi na cama durante a noite de sono nem sempre é normal. Essa atitude característica de algumas crianças pode ser indício de uma doença chamada enurese noturna. Crianças que após os cinco anos continuam urinando durante o período de repouso têm tendência a terem esse problema. Uma boa notícia é que a enurese tem tratamento e pode ser superada. Caso não seja tratada, pode causar danos à qualidade de vida da criança.
Com o objetivo de oferecer acompanhamento às crianças com enurese, a Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) criou o projeto “Atenção às crianças portadoras de enurese noturna”, coordenado pelo professor e médico urologista José Murillo Netto. O docente orienta que, para começar o tratamento, é necessário o encaminhamento pediátrico, que pode ser adquirido em algum posto de saúde. Em seguida, o paciente poderá agendar sua consulta no Centro de Atenção à Saúde do Hospital Universitário (HU/CAS), onde é promovido o atendimento ambulatorial multidisciplinar.
Tratamento
As etapas de acompanhamento contam com profissionais das áreas de medicina, enfermagem, psicologia e fisioterapia. Após o diagnóstico feito por análise clínica, a criança recebe o atendimento da equipe de enfermagem para fazer alguns exames e depois o acompanhamento psicológico. O tempo de tratamento varia de acordo com o paciente, mas o coordenador afirma que geralmente os resultados são obtidos a longo prazo.
A psicóloga Cacilda Andrade, responsável por acompanhar os pacientes e seus familiares, enfatiza que as chances de reverter o quadro são grandes quando há procura por orientação médica. “É muito importante que os pais procurem ajuda de profissionais o mais rápido possível. O apoio da família também é fundamental para que o tratamento seja mais efetivo e resulte na melhora da criança.”
Superação
Após dois anos de acompanhamento, a estudante de 15 anos, que preferiu não ser identificada, recebeu alta do acompanhamento e conta que a superação da doença foi muito importante para ela. Após realizar uma dieta, voltará a sua rotina alimentar e até dormir na casa de amigas. “Eu tive que evitar alguns alimentos durante o tratamento. Também não conseguia dormir na casa das minhas amigas, o que me deixava um pouco tímida.” A adolescente adquiriu a doença após uma infecção urinária e foi diagnosticada pelo urologista. O tratamento foi realizado por meio de acompanhamento da psicóloga e de uma dieta, indicada pelos profissionais do projeto.
A mãe da adolescente conta que, no início, ficava impaciente com a filha e achava que a atitude de urinar na cama era pirraça. Atualmente, ela orienta outros pais que relatam o mesmo problema com os filhos. “Eu ficava muito nervosa, mas quando descobri que era um problema de saúde, passei a entendê-la e procurei ajuda. Quando alguém relata que está passando pela mesma situação, eu oriento procurar o acompanhamento médico oferecido pelo HU.”
Outras informações:
(32) 4004-5393 (Assessoria de Comunicação – HU)
(32) 2102-3971 (Assessoria de Comunicação – Proex)